Pronunciamento de Ney Suassuna em 11/08/2004
Discurso durante a 108ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Defesa da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
- Autor
- Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
- Nome completo: Ney Robinson Suassuna
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
- Defesa da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/08/2004 - Página 25704
- Assunto
- Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
- Indexação
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- CONCLAMAÇÃO, BANCADA, SENADOR, REGIÃO NORDESTE, BUSCA, SOLUÇÃO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (SUDENE), GRAVIDADE, SITUAÇÃO, FALTA, RECURSOS, PARALISAÇÃO, ATUAÇÃO, ABANDONO, ATENDIMENTO, CALAMIDADE PUBLICA, POLITICA DE DESENVOLVIMENTO, SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, REFORÇO, AGENCIA.
O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estamos, hoje, fazendo um esforço concentrado. A pauta é pesada, porque temos cinco medidas provisórias, temos alguns projetos a mais, temos autoridades para aprovar, temos também a reforma do Judiciário, enfim, será uma pauta pesada, mas não poderia deixar de conclamar as Senadoras e os Senadores nordestinos para a necessidade de se fazer um esforço a fim de buscarmos uma solução para a Sudene, pois é triste a situação em que se encontra um organismo que já foi o orgulho do Nordeste e um exemplo para outras nações. E o exemplo foi tão profícuo que outras áreas do País pediram a criação de organismos semelhantes. E assim foram criadas superintendências para a Região Amazônica, para a Região do Centro-Oeste, dentre outras.
Em parte foi um erro, porque pulverizamos os recursos e nenhuma das regiões ficou bem atendida. Mesmo assim, o Nordeste tinha um organismo para atender suas emergências, fazer seu planejamento, para implementar seu progresso na área industrial e cuidar da parte social. Hoje, lamentavelmente, quem vai à Sudene vê um fantasma pálido, que não chega a ser um fantasma com substância, cujo ectoplasma, como dizem os entendidos em fantasmas, está muito ralo porque está quase acabando. A Sudene está quase acabando, deixando um patrimônio enorme, um prédio gigantesco em Pernambuco entregue à sua própria sorte. E quando ocorrem situações como a que aconteceu nas enchentes, verificamos que não temos para quem apelar.
No primeiro ano o Governo passou por dificuldades financeiras com o Orçamento, e houve ajustes. Entendemos perfeitamente que, no ano passado, não se podia dar a Sudene, atual Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene), a força que gostaríamos que essa agência tivesse.
Mas já estamos no segundo ano, Sr. Presidente. Tivemos a promessa não só do Ministro Ciro Gomes, mas também do Presidente da República de que a Sudene voltaria a ter oxigênio. Foi feita toda a estrutura, e uma excelente administradora fez todo um projeto, mas tudo isso está paralisado. Tudo isso está jogado de lado. E o Nordeste, ao qual, constitucionalmente, temos a obrigação de dar um plus para que o nível dos nordestinos possa se soerguer ao patamar do restante do País, está sem essa sua máquina de desenvolvimento e sem ter como fazê-lo. Todos estamos muito tristes com isso.
Como Vice-Líder do Governo, apelo para que o Governo olhe para a Sudene, atual Adene, para que voltemos a ter um órgão de coordenação para o desenvolvimento regional, para que voltemos a ter recursos para implementar ações de assistência social. Falo em assistência social para as hecatombes, como foi caso das enchentes e como pode surgir, a qualquer momento, outro ciclo de estiagem.
A verdade é que estamos sentindo falta da Sudene. Estamos constrangidos e magoados. Quarenta e cinco milhões de brasileiros estão magoados com o descaso para com o organismo que teve grande importância na nossa região e que está fazendo um falta gigantesca.
Aproveito estes cinco minutos para insistir no assunto. Aviso ao Plenário que voltarei muitas vezes para falar do tema. Ficarei rouco de falar, mas alguém ouvirá. Não é possível que tudo continue como está. O Ministro veio ao Senado, deu informações otimistas, mas absolutamente nada aconteceu. No primeiro ano de Governo, isso realmente se justifica, mas esta é a hora de, sem alarde, sem guerra, sem briga, sem oposicionismo, cobrarmos o que o Nordeste tem direito: uma Sudene fortalecida e cumpridora de um papel importante para alavancar o progresso da Região.