O SR MÁRIO CALIXTO (PMDB - RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, no próximo dia 19 de agosto, o embaixador José Maurício Bustani, nosso representante em Londres, receberá, da Câmara Legislativa, o título de Cidadão Honorário do Distrito Federal.

Essa homenagem constitui uma iniciativa extremamente feliz, ao conferir o devido reconhecimento a um brasileiro cuja dignidade e seriedade foram reconhecidas em todo o mundo.

Esse rondoniense de Porto Velho, que tanto honra nosso Estado, ingressou no serviço diplomático em 1967, formando-se em Direito no mesmo ano.

No início de sua carreira, participou dos trabalhos das Convenções das Nações Unidas sobre os leitos oceânicos e sobre o Direito do Mar, marcos fundamentais da evolução do Direito Internacional.

Desde aquele momento, já se percebe a vinculação entre o embaixador Bustani e a implantação de instrumentos jurídicos necessários para se atacar problemas internacionais cuja complexidade exige uma nova percepção do Direito Internacional, como elemento aglutinador dos esforços internacionais.

Essa ligação se manteve nos anos seguintes, quando o embaixador Bustani foi designado para representar o Brasil perante Comissão de Desarmamento da ONU e nas negociações do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Atacam a Camada de Ozônio.

            Entre 1996 e 1997, participou brilhantemente dos encontros preparatórios para a criação da Organização para a Proibição de Armas Químicas, sendo, em razão disso, eleito por aclamação para a Diretoria-Geral daquele organismo.

A excelência de seu trabalho à frente da Opaq garantiu-lhe a eleição para o segundo mandato, durante o qual, o jornal britânico The Guardian declarou, em 2002, ser o embaixador Bustani, “o homem que mais fez pela paz mundial nos últimos 5 anos”.

            No ano seguinte, 2003, foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, em reconhecimento ao seu trabalho para o controle das armas químicas que, não obstante serem universalmente condenadas, ainda são uma ameaça aos povos de todo o mundo.

Agora, à frente da representação brasileira junto à Corte de St. James, o rondoniense José Maurício Bustani exercita seu tino diplomático, engrandecendo, com seu brilhantismo, seu País e seu Estado.

Sr. Presidente, eu gostaria igualmente de registrar o credenciamento do novo embaixador dos Estados Unidos da América no Brasil, Sr. John J. Danilovich.

O embaixador Danilovich se destaca tanto por sua ficha de serviços públicos quanto por sua trajetória na iniciativa privada. No setor público, entre outros cargos, chefiou a embaixada dos Estados Unidos junto à Costa Rica e presidiu o Comitê de Transição que passou o controle do Canal do Panamá ao governo daquele País.

Na iniciativa privada, o embaixador Danilovich exerceu funções de destaque nos setores de transporte marítimo, editorial, imobiliário e de investimentos.

Com seu conhecimento dos negócios internacionais, o novo embaixador complementará o excelente trabalho realizado pela embaixadora Donna Hrinak, trazendo uma visão mais próxima da realidade dos empresários e investidores.

Sua sensibilidade, aguçada pela larga experiência pública e privada será, certamente, crucial para a resolução das diferenças que hoje existem entre nossos dois Países e que são naturais em relações estreitas.

Assim, creio que o embaixador Danilovich é a pessoa certa para o momento atual, reforçando a amizade histórica entre Brasil e Estados Unidos, nascida desde o momento em que aquele País foi o primeiro a reconhecer a nossa Independência, já em 1823.

Por essa razão, julgo ser necessária a abolição da exigência de visto para a entrada de cidadãos norte-americanos em nosso País. Sua eliminação trará vantagens econômicas para o Brasil, como o aumento dos fluxos turísticos e de investimentos, além de constituir um gesto de boa vontade, capaz de favorecer politicamente nossas próprias reivindicações junto aos Estados Unidos.

Homens valorosos como estes, que honram e dignificam suas Nações, servem como exemplo a todos nós e alimentam nossa esperança de que as diferenças entre os povos sejam, a cada vez mais, resolvidas de forma diplomática e embasadas na amizade.

Sinto-me honrado em poder saudar e prestar, da tribuna do Senado da República, esta homenagem a estas duas personalidades tão expressivas e ilustres e, ao ensejo, gostaria de desejar-lhes o “melhor do melhor” no desempenho de suas atividades.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.