Discurso durante a 114ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à Maçonaria Brasileira pelo Dia do Maçom.

Autor
Paulo Octávio (PFL - Partido da Frente Liberal/DF)
Nome completo: Paulo Octávio Alves Pereira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Maçonaria Brasileira pelo Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2004 - Página 27325
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, MAÇONARIA, AGRADECIMENTO, ABERTURA, LOJA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), ELOGIO, ATUAÇÃO, ENTIDADE, HISTORIA, BRASIL, MUNDO.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Senador Eduardo Siqueira Campos, que preside esta sessão solene, quero aproveitar para informá-lo que daqui a alguns minutos estarei indo visitar Corumbá IV. E como faz parte da nossa grande região de desenvolvimento, quero convidá-lo.

Muito digno Laelson Rodrigues, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil; muito digno Ronaldo Leite, Presidente da Confederação da Maçonaria do Brasil; Dr. Durval Oliveira, Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista; Dr. Carlos Eduardo Fioravante, representante da Presidência dos Correios do Brasil; caro Jafé Torres. Ao homenagear o Jafé, também quero homenagear uns dos 7 mil maçons que vivem em Brasília.

Temos aqui, Sr. Presidente, 7 mil maçons na Capital da República. É um número expressivo. Não sei se na média entre as cidades brasileiras Brasília seja uma das mais representativas, mas acredito que aqui temos uma influência muito grande da Maçonaria brasileira.

Quero também agradecer pela criação da que seja, talvez, a mais nova Loja Maçônica do Brasil, que homenageia o fundador de Brasília: Juscelino Kubitschek. Quero então cumprimentar o Venerável Mestre Coronel Timóteo que a está presidindo. Ainda não fui visitá-la, mas espero ser convidado e quero ter a oportunidade de levar, em nome da Família Kubitschek, o reconhecimento, o agradecimento por terem dado o nome deste grande estadista, deste grande brasileiro que esteve neste plenário, que terminou a sua vida pública como Senador do Brasil, mas que é o pai de Brasília, esta cidade que tanto amamos, esta cidade que tanto representa para o nosso País.

Srªs e Srs. Senadores, é com profundo reconhecimento, elevado respeito e admiração que me associo às justas homenagens ora prestadas à instituição maçônica pelo transcurso de sua data comemorativa.

Quero também cumprimentar pela feliz iniciativa desta sessão o nobre Senador Mozarildo Cavalcanti, autor do requerimento e um dos ilustres representantes da Maçonaria nesta Casa, bem como parabenizo os demais membros dessa tão atuante fraternidade, que, atualmente, congrega no Brasil cerca de 150 mil dos quase 6 milhões de maçons espalhados por mais de 160 países, por meio de seus dignos dirigentes, cuja presença hoje neste plenário muito nos honra, muito nos envaidece.

Lembrarmo-nos que há exatos 182 anos, precisamente no dia 20 de agosto de 1822, a Assembléia Geral Maçônica, no Rio de Janeiro, votava, por unanimidade, a favor da urgente necessidade de independência do Brasil equivale a nos lembrarmos do marco simbólico singular sobre a importância do quão decisivo tem sido o papel da Maçonaria nos momentos e episódios mais marcantes da História do nosso País.

Redundante seria ressaltar nomes e salientar a participação de notáveis maçons que, com suas inteligências e articulações, ajudaram a construir a grandeza desta Nação brasileira.

Igualmente redundante seria elencar as suas lutas e conquistas sempre em defesa da justiça e da liberdade. Desde a Inconfidência Mineira à Independência, à Proclamação da República, passando pela Lei do Ventre Livre e a libertação da Escravatura, só para nos restringirmos aos mais expressivos exemplos, a Maçonaria tem se mantido por trás de todas as importantes ações em prol da civilização de nosso povo e do desenvolvimento das nossas instituições democráticas.

Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga, Joaquim José da Rocha, Juvêncio Maciel da Rocha, Luiz Pereira da Nóbrega, José Bonifácio de Andrada, José Clemente Pereira, Joaquim Gonçalves Ledo, Januário da Cunha Barbosa, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, Frei Caneca, Hipólito José da Costa, Senador Nicolau Vergueiro, Saldanha Marinho, Visconde do Rio Branco, Duque de Caxias, Imperador Dom Pedro I, Marechal Deodoro da Fonseca, Quintino Bocaiúva, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luís, Floriano Peixoto, Campos Salles, Joaquim Nabuco e Hermes da Fonseca são apenas alguns de uma interminável lista de maçons destacados que atuaram decisivamente na História do Brasil, sem falar do nosso inesquecível Rui Barbosa, dentre tantos outros.

Em termos mundiais, hoje existem perto de 34 mil lojas maçônicas. Ao longo do tempo, desde suas remotas origens, no ano de 1175, com as Confrarias de Construtores Medievais na Inglaterra, e principalmente a partir de sua revitalização, no século XVIII, a Maçonaria vem prestando os mais relevantes serviços à humanidade.

A Revolução Francesa e os movimentos que lhe sucederam no esteio dos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade tiveram forte influencia maçônica. Para nos limitarmos a apenas alguns nomes de célebres maçons, no contexto europeu, podemos citar os filósofos Voltaire, Goethe e Lessing; os músicos Beethoven, Haydn e Mozart; os militares Frederico o Grande, Napoleão e Garibaldi; os poetas Byron, Lamartine e Hugo, bem como os escritores Castellar, Mazzini e Espling, dentre uma extensa lista de outras conhecidas personalidades.

Nos Estados Unidos, onde hoje operam mais de 15 mil lojas, são exemplos de maçons que se notabilizaram na História catorze presidentes da República, entre eles George Washington, James Monroe, Andrew Jackson, James Garfield, Howard Taft, Franklin Roosevelt e Harry Truman.

Na América Latina, dentre os não-brasileiros podemos também citar alguns renomados membros da maçonaria, como Simón Bolívar e o Padre Miranda; o cubano Martí; o mexicano Benito Juarez; e os argentinos San Martín e O’Higgins.

No âmbito da diplomacia contemporânea, constituem ótimos exemplos de expoentes maçons dedicados a causas humanitárias o atual Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e o saudoso o Embaixador brasileiro Sérgio Vieira de Mello, tão importante para o nosso Brasil e para a paz, falecido no ano passado, vítima do terrorismo em Bagdá.

E assim poderíamos aqui prosseguir infinitamente, lembrando ilustres personagens maçons que se vêm destacando pelo mundo afora através dos tempos.

Detenho-me por aqui, no entanto, deixando consignada minha veemente homenagem a essas excepcionais criaturas e a sua coesa irmandade, em cujo aprimoramento moral e intelectual constantemente exercido por meio da pertinaz e intransigente observância ética, da obstinada investigação da verdade, do criterioso exame da moral, da valorização das virtudes, da prática da retidão e da solidariedade, com vistas ao bem maior do ser humano se calca a razão de sua existência, traduzida pelo sublime trinômio Ciência, Justiça e Trabalho.

Que o Grande Geômetra siga preservando essa grande obra e inspirando seus mais importantes devotados executores aqui hoje presentes.

Por isso, quero congratular mais uma vez o Senador Mozarildo Cavalcanti pela iniciativa; o Senador Eduardo Siqueira Campos, por presidir esta sessão e a todos os senhores que vieram de todos os Estados brasileiros a Brasília, cidade que representa tanto para o Brasil e para o mundo. Com certeza, os sete mil maçons que hoje vivem em Brasília - alguns conhecidos pioneiros que muito fizeram por esta cidade - estarão contribuindo muito com o Brasil e com o nosso grande Planeta.

Por tudo o que representa a Maçonaria, considero esta sessão solene muito especial, como poucas nesta Casa, pois trata-se de homenagem a uma instituição e a homens que realmente merecem o nosso respeito.

Parabéns a todos vocês! Parabéns à Maçonaria brasileira! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2004 - Página 27325