Discurso durante a 117ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Nota de solidariedade da bancada do PSDB ao Senador Tasso Jereissati. Necessidade de se investigar as ações do Sr. Delúbio Soares. (como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Nota de solidariedade da bancada do PSDB ao Senador Tasso Jereissati. Necessidade de se investigar as ações do Sr. Delúbio Soares. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 25/08/2004 - Página 27527
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, DISCURSO, ALOIZIO MERCADANTE, SENADOR, LIDER, GOVERNO, RECONHECIMENTO, NECESSIDADE, NEGOCIAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO, PROJETO, PARCERIA, SETOR PUBLICO, SETOR PRIVADO, ERRO, AGILIZAÇÃO, TRAMITAÇÃO.
  • COMENTARIO, PREVISÃO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL.
  • LEITURA, NOTA OFICIAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), SOLIDARIEDADE, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, TASSO JEREISSATI, SENADOR.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), TENTATIVA, PROTEÇÃO, TESOUREIRO, NECESSIDADE, INVESTIGAÇÃO, IRREGULARIDADE.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, sem dúvida, lerei uma breve nota do PSDB e, antes, faço umas considerações sobre o que aqui dissertou o Líder do Governo, Senador Aloizio Mercadante.

Enfim, o Governo, pela palavra do seu Líder, reconheceu que estava errado. Reconheceu que a matéria (Projeto das Parcerias Público-Privadas) não estava madura para ser votada até pelas críticas talvez injustas que fez ao relatório do Senador João Tenório, do PSDB de Alagoas.

O Governo admite de novo que a matéria não está madura quando aqui entra em choque claro com as declarações triunfalistas do Ministro do Planejamento Guido Mantega. S. Exª entende que é hora de se começar a negociar. Se é para começar a negociar agora é porque, de fato, teria sido uma brutal precipitação termos colocado em pauta esta matéria.

É claro que S. Exª traça um quadro cor-de-rosa com 1 milhão e 300 mil empregos gerados na televisão, sem contar com o simples fato de que se a economia, a cada ano, não gera 1 milhão e 600 mil empregos novos, essa demanda da força jovem de trabalho, está, a cada momento, aumentando o estoque de desempregados no País.

Falam de maneira triunfalista da economia brasileira e se esquecem de que há problemas a vista no agronegócio em 2005 - esse é um alerta! Uma commodity importante como a soja começa a ter seu preço depreciado: é outro alerta. A crise do petróleo aí está instalada: é também alerta. Parece que o Governo não percebe que daqui a pouco talvez o Copom tenha que propor aumento de taxa básica de juros. E se o quadro é cor-de-rosa, não era para se cogitar aumento de taxa Selic nos próximos momentos. Sem contarmos com o fato de que a demanda interna, pela reposição cíclica que aí está, tem crescido. E esse é o melhor entre todos os problemas que o Governo enfrenta, até porque é uma pequena parte da solução.

Mas a verdade bem clara é: PPP sim, negociata não. E, como está escrito, a PPP é uma porta aberta para se reforçar caixa de campanha. Pelo que ouvi dizer, a campanha do Prefeito de Goiânia, longe de ser pobre, paupérrima, miserável, é uma campanha tão rica e tão financiada publicamente que até já foi glosada pelo Tribunal Eleitoral daquele Estado por abuso de poder público e por ter o Prefeito participado de inaugurações abertamente, contra a legislação vigente no País. Enfrentamos problemas, sim, quanto à participação do BNDES e dos fundos de pensão no episódio das PPPs. E vamos preservar a Lei de Licitações, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Pacto Federativo.

            Sr. Presidente, passo a ler a nota da Bancada do PSDB no Senado Federal:

A bancada do PSDB no Senado Federal reafirma sua irrestrita solidariedade ao Senador Tasso Jereissati diante da atitude insólita e autoritária do PT e do Sr. Delúbio Soares de Castro de processá-lo perante o Supremo Tribunal Federal em face de suas opiniões sobre o Projeto da PPP, manifestadas no âmbito do Plenário do Senado.

A bancada endossa o que disse o Senador Tasso Jereissati, que o fez no pleno exercício de seu mandato. E reafirma que, como está proposto, o Projeto da PPP é uma porta aberta para negociatas, favorecimentos e corrupção, com possíveis reflexos nos chamados “caixas eleitorais”, valendo lembrar que Delúbio Soares é o mais notório caixa de campanha nesta quadra pouco feliz da história brasileira.

Por fim, a bancada solicita ao Plenário do Senado Federal que autorize toda e qualquer ação judicial contra qualquer de seus membros, estando pronta a responder por seus atos, inclusive exigindo a exceção da verdade.

Encerro, dizendo algo muito singelo: para mim, jamais o PT pensou em processar de verdade V. Exª, Senador Tasso Jereissati. Jamais. O PT sabia inatingível o seu direito de falar da tribuna, como parlamentar, o que bem lhe venha à cabeça. O PT queria, com essa falsa ameaça de processar o Senador Tasso Jereissati, dar a entender, queria fingir que tinha condições de defender o seu Delúbio, figura que vamos esmiuçar e discutir de cabo a rabo neste País. Essa é uma imposição que se está evidenciando hoje nesta terra.

Faço uma pergunta muito simples: se o Senador Tasso Jereissati diz que assim como está é roubalheira para Delúbio deitar e rolar, e se ele disse, a Bancada endossou, eu endossei, por que o PT não processa os jornalistas que não têm imunidade, que dizem todos os dias, em tom de alerta, das atividades nebulosas e, a meu ver, pouco éticas do Sr. Delúbio? Porque o Senador Tasso Jereissati não está ao alcance desse processo da verdade; o jornalista está. Se for processado, ele vai requerer a exceção da verdade, e aí a vida do Sr. Delúbio vai ser aberta e passada a limpo. Portanto, que cada um se engane quando, como e se quiser.

Senador Tasso Jereissati, jamais acreditei que o PT tivesse tido a menor intenção de processar V. Exª. Fingiu que para parecer que, mas não nos enganou. Se quiserem interpelar quem critica o Sr. Delúbio hoje em dia, é bom fazerem uma lista interminável de jornalistas e de pessoas que não têm imunidade para, aí sim, em juízo, nos autos, o Sr. Delúbio mostrar que é de fato um militante a merecer o respeito dos seus companheiros, pois ele é hoje uma figura que, no mínimo, coloca todas as pulgas atrás da minha orelha.

Apesar de não ter provas concretas, posso dizer, hoje, que desconfio do Sr. Delúbio. Não gostaria de recebê-lo em minha casa. O Governador Marcone Perillo é maior de idade e recebe quem quiser. Em minha casa, como existe esta questão hoje, o Sr. Delúbio Soares não entra, porque escolho de maneira muito rigorosa quem nela adentra.

Vamos continuar discutindo esse assunto. O Líder Aloizio Mercadante, habilmente, tentou levar o debate para o lado da PPP, seus correligionários o desviaram para o lado do Sr. Delúbio, e queremos discutir todos os assuntos - PPP e Sr. Delúbio, sem sombra de dúvida.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/08/2004 - Página 27527