O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o conceito de desenvolvimento passou por grandes alterações desde o início do século passado. Inicialmente, foi identificado com a industrialização acelerada, ainda que à custa do meio-ambiente e da saúde das populações atingidas.

Esse conceito de desenvolvimento sem preocupações éticas não é mais aceitável nos dias que correm. O crescimento econômico somente se pode legitimar pela melhoria concomitante dos índices econômicos e sociais e pela preservação ambiental.

Desenvolvimento local, integrado e sustentável é, apropriadamente, o mote do Sebrae de Roraima. Com inventividade e sensibilidade social, esse órgão vem prestando notáveis serviços ao desenvolvimento de meu Estado.

Sua ação é norteada pelo reconhecimento de que a criação de bases sólidas para o desenvolvimento sustentável da região amazônica deve incluir, necessariamente, a população da região atingida, particularmente a das áreas mais carentes, que é, geralmente, a maior vítima dos efeitos colaterais das atividades econômicas.

Para tanto, como forma de descentralizar sua atuação, o Sebrae se utiliza de Fóruns de Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável (DLIS).

O Jornal dos Fóruns de DLIS, cujo recebimento acuso e agradeço, apresenta as iniciativas desenvolvidas pelos diversos Fóruns locais, demonstrando o vigor desse modelo de difusão do desenvolvimento.

Sua descentralização, flexibilidade e proximidade com os problemas locais das comunidades apontam para um novo paradigma de articulação entre Estado, mercado e sociedade civil, capaz de, efetivamente, permitir o melhor aproveitamento dos recursos e potenciais econômicos existentes.

Em vez de um planejador central, muitas vezes distante das efetivas necessidades da população, ainda que bem intencionado, são os próprios interessados que determinam as atividades desenvolvidas e qual a ordem em que seus interesses serão atendidos.

Esse é um processo pelo qual a comunidade também aprende a se relacionar com governo e empresas e a negociar uma inserção vantajosa na economia de mercado.

Ainda, o trabalho dos Fóruns de DLIS dissemina, em suas áreas de ação, a cultura do empreendedorismo, ao transmitir o conhecimento necessário para a criação de negócios bem-sucedidos e que servirão de instrumentos para a ascensão social de indivíduos e grupos comunitários.

Os Fóruns de Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável são mais que uma política pública, consistindo, outrossim, em uma verdadeira escola de civismo.

Muitas são as atividades patrocinadas pelos Fóruns de DLIS, das quais gostaria de destacar o desenvolvimento da piscicultura nas comunidades do Tepequém e do Araçá, no Município de Amajari; a articulação dos produtores de melancia dos Municípios de Normandia e Bonfim; e o projeto de cooperativismo de Boa Vista.

O modelo dos Fóruns de DLIS é, dessa forma, um exemplo de conciliação bem-sucedida de ação pública e privada para o desenvolvimento da Amazônia.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.