Discurso durante a 129ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Corrobora as denúncias do Senador Antero Paes de Barros.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
JUDICIARIO.:
  • Corrobora as denúncias do Senador Antero Paes de Barros.
Publicação
Publicação no DSF de 17/09/2004 - Página 29628
Assunto
Outros > JUDICIARIO.
Indexação
  • REPUDIO, LIMINAR, AUTORIZAÇÃO, INVASÃO, RESIDENCIA, ESCRITORIO, DANTE DE OLIVEIRA, EX GOVERNADOR, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), SEDE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB).
  • SOLIDARIEDADE, EX GOVERNADOR, ESTADO DE MATO GROSSO (MT).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Alvaro Dias, que falará pelo Partido logo a seguir.

Sr. Presidente, devo corroborar os termos da denúncia trazida à Casa pelo Senador Antero Paes de Barros, fazendo uma ressalva bastante ponderada.

Há poucas semanas ocorreram em Manaus duas operações: a Operação Farol da Colina, que visa pegar “peixes” grandes do dinheiro público ou não, mas dificilmente fora do dinheiro público, misturados com doleiros e, portanto, com evasão de divisas. Isso merece inteiro aplauso.

A outra é a Operação Albatroz. A Polícia Federal, com a devida ordem judicial, vai em cima de negocistas contumazes que, ao longo de 10 anos, teriam surrupiado R$500 milhões dos cofres públicos amazonenses, portanto, responsáveis por prostituição infantil, por haver menores nas ruas e por todas as mazelas sociais que atormentam as pessoas de bem deste País.

Não sou contra nenhuma medida moralizadora que tenha como seu braço armado a Polícia Federal, mas estranho o fato de não haver nada parecido em Mato Grosso com o que ocorreu em Manaus e também o fato de o Juiz que autorizou a Polícia Federal a fazer a invasão ser um ex-militante do Partido dos Trabalhadores - alguma versão mato-grossense do Sr. Luiz Francisco, talvez a mesma deformação. E essa invasão se deu à residência do ex-Governador Dante de Oliveira - com quem, neste momento, me solidarizo.

Isso não aconteceu com os ladrões contumazes e consumados do meu Estado, Sr. Presidente. A residência foi invadida; o escritório foi invadido; os documentos foram lacrados, e - diz muito bem o Senador Antero Paes de Barros - aguardamos, com muita tranqüilidade, o resultado de tudo isso, que haverá de ser pífio.

O Senador Antero Paes de Barros, com razão, liga esse acontecimento ao fato eleitoral. Talvez S. Exª cometa um equívoco ao dizer que isso visa a uma ação do PT no segundo turno, pois me parece que o PT está fora de qualquer perspectiva de segundo turno. Ainda luta para haver segundo turno em São Paulo, mas, em Manaus, não há perspectiva de um segundo turno; a marcha das pesquisas aponta crescentemente para uma vitória do candidato tucano no primeiro turno. É isso que estamos vendo.

Talvez uma medida truculenta dessa ordem sirva para fortalecer e consolidar a caminhada do candidato Wilson Santos em Mato Grosso, mas, de qualquer maneira, estamos aqui atentos. Se há a preocupação moralizadora, que ela seja muito aclarada o tempo inteiro. Não vejo que seja esse o caso de Mato Grosso; está parecendo mesmo um exagero do Juiz, que, com a estrelinha no peito, usa a corporação honrada que é a Polícia Federal, imaginando, quem sabe, que esse esgar seu possa resultar em algo de bom para seus intuitos políticos.

Acompanhamos com calma porque ninguém mais neste País é impune, ninguém mais, nem Senador, nem Presidente, nem Deputado, nem Juiz. Ninguém mais é impune neste País! Estamos aqui vigilantes. Esta tribuna existe para isto: para não permitirmos que direitos sejam suplantados por vontades pessoais, que o arbítrio prepondere sobre a lei e que a força vigore sobre o Estado de Direito.

Portanto, a partir de agora, estaremos de olho no Juiz petista de Mato Grosso, atentos aos passos ou aos descompassos que ele venha a encetar em sua vida de magistrado, Sr. Presidente.

Muito obrigado. Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/09/2004 - Página 29628