Fala da Presidência durante a 132ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem a Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela passagem do centésimo segundo aniversário de seu nascimento.

Autor
José Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: José Sarney
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem a Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela passagem do centésimo segundo aniversário de seu nascimento.
Publicação
Publicação no DSF de 23/09/2004 - Página 30302
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. PRESIDENTE (José Sarney. PMDB - AP) - Agradeço ao Dr. Ernesto Silva e a Ana Cristina Kubitschek pela presença a esta solenidade, bem como a todos que atenderam ao convite do Senado Federal para conosco homenagear a memória de Juscelino Kubitschek. Em nome da Mesa do Senado Federal, associo-me às homenagens hoje prestadas a sua memória, que serão sempre pequenas diante da grandeza do que ele fez pelo Brasil.

Fui adversário do Presidente Juscelino Kubitschek. Fui Vice-Líder da UDN no Rio de Janeiro, mas dois Deputados da UDN votaram a favor da transferência para Brasília: o Deputado Emival Caiado, de Goiás, e o Deputado José Sarney, do Maranhão.

Fui amigo do Presidente Kubitschek no seu tempo de ostracismo. Conheci-o quando ele já estava cassado e visitou o Maranhão; eu era governador. Prestei-lhe a homenagem de um banquete e o saudei como o grande homem que ele era, naquele momento em que a situação nacional não era fácil. Ele me disse uma frase que não esqueço: “Em Minas Gerais sou recomendado a entrar pelos fundo do Palácio da Liberdade e, aqui no Maranhão, um adversário que tive é quem me recebe pela frente para me homenagear aqui desta maneira. (Palmas.)

Escreveu-me uma carta generosa, que tenho até hoje guardada com muito carinho e como uma grande homenagem da minha vida, feita por Juscelino. Só então conheci o grande coração, o coração magnânimo, generoso, o homem público extraordinário, o brasileiro que só tinha um objetivo: amar e trabalhar pela sua Pátria. Um homem que não tinha no seu coração lugar para ódios, não tinha lugar para ressentimentos, só tinha lugar para ver o que era bom, para ver o que era aquilo que o Brasil mais precisava e desejava: o seu desenvolvimento, o seu progresso e a sua felicidade.

Com essa imagem e com essa lembrança, reverencio, nesta tarde, a memória de Juscelino Kubitschek, dizendo, com muito orgulho para mim, que fui seu amigo do ostracismo, mas fui um grande amigo nas horas mais difíceis.

            Suspendo a sessão por alguns minutos para que os presentes possam cumprimentar os parentes do homenageado.

(A sessão é suspensa às 15 horas e 08 minutos e reaberta às 15 horas e 23 minutos.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/09/2004 - Página 30302