Discurso durante a 136ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a última eleição no estado do Mato Grosso do Sul e o desempenho do PMDB em outros estados brasileiros.

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Considerações sobre a última eleição no estado do Mato Grosso do Sul e o desempenho do PMDB em outros estados brasileiros.
Publicação
Publicação no DSF de 07/10/2004 - Página 31525
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • ELOGIO, PARTICIPAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ELEIÇÃO MUNICIPAL.
  • CRITICA, JUSTIÇA ELEITORAL, PROIBIÇÃO, CIDADÃO, UTILIZAÇÃO, VESTUARIO, SIMBOLO, PARTIDO POLITICO, VOTAÇÃO, ELEIÇÃO MUNICIPAL.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a exemplo do Senador Hélio Costa, vim para uma rápida fala sobre as eleições no Estado de Mato Grosso do Sul.

Naturalmente, as eleições no Brasil ainda não terminaram, mas representamos aqui os nossos Estados, e ninguém é nada nesta Casa se não pensar nos destinos do seu Estado. Alguém já dizia que a pátria começa no chão onde nascemos e onde vivemos. Nesse sentido, fico feliz de ver como a cidadania evoluiu no Estado de Mato Grosso do Sul, e acredito que evoluiu em todo o nosso País.

Em Campo Grande, registro, com muita satisfação, a vitória no primeiro turno do futuro prefeito Nelson Trad Filho. Lá, a população demonstrou que sabe o que quer. Vimos isso durante toda a campanha, que foi cheia de obstáculos, cheia de dificuldades, mas foi uma campanha de reconhecimento a uma administração de oito anos do Prefeito André Puccinelli, uma administração consagrada. Todos os institutos de pesquisa, os mais renomados nacionalmente, apontaram a administração de Campo Grande com uma aprovação de 92% da população.

Isso se refletiu evidentemente no resultado das urnas, em que o Deputado Estadual Nelson Trad Filho, também pelas suas excelsas qualidades, pelo seu espírito público, pela sua vontade, conseguiu essa vitória extraordinária. Quero dizer, como homem do PMDB, que essa foi a única vitória no primeiro turno do meu Partido em todo o território nacional. E isso se deu em Campo Grande.

Estamos na expectativa da vitória do Partido em outros Municípios brasileiros; em Goiás, principalmente, onde a candidatura do ex-Senador desta Casa e ex-Governador do Estado de Goiás Iris Rezende desponta, e estamos naquela torcida para que, realmente, o eleitorado goiano repita a dose do primeiro turno e consagre Iris Rezende como Prefeito da capital do Estado de Goiás.

É importante verificar como transcorreram as eleições no Estado de Mato Grosso do Sul. É de se louvar aqui, apesar de alguns abusos, a atuação eficiente do Poder Judiciário, porque, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que se está cometendo, o que se está praticando nas ruas é verdadeiramente fantástico e está a exigir a reformulação da legislação eleitoral e uma reforma política em profundidade. Ninguém pode negar a influência do poder econômico, que só está sendo barrada em parte pela melhoria no exercício da cidadania que está ocorrendo no Brasil. O eleitor vem resistindo à tentação dos políticos na orgia dos gastos em uma campanha eleitoral. Isso vem acontecendo em todo o Brasil, e, pela leitura que fazemos, Mato Grosso do Sul não escapou disso.

A chamada boca-de-urna nada mais tem sido do que a tentativa de compra de votos e, se não fosse a ação das instituições, das Polícias Federal, Militar e Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, que em última análise é o responsável pela lisura do pleito, com toda certeza a democracia no Brasil - eu diria - estaria correndo sério perigo mesmo. É incrível! Digo isso em relação a todo o País, porque não participei da campanha apenas em Mato do Grosso do Sul; visitei algumas outras Unidades da Federação e também colho dentro desta Casa o que têm sido as eleições em todo o território nacional nesse sentido.

Isso tem levado o Poder Judiciário a cometer alguns excessos. Por exemplo, em alguns lugares pode-se votar de camiseta de campanha e em outros, não. Ora, se a lei diz que se pode votar, que história é essa?

Vejo a Senadora Heloísa Helena comparecer ao plenário do Senado da República com a camiseta do Partido que ela tenta heroicamente formar. Por que o eleitor não pode comparecer à votação usando camiseta de campanha? Contudo, dadas as realidades locais, os juízes estão até ultrapassando os critérios legais. Sei que existe boa vontade e preocupação com o aprimoramento do pleito, mas se cometem abusos. Entre os prós e os contras, vamos fazer justiça ao Poder Judiciário. Entre os acertos e os desacertos, valem mais os acertos. E, não fora o Poder Judiciário, as eleições em nosso País não teriam transcorrido da forma como ocorreram.

É verdade que, na maior parte das capitais, ainda haverá segundo turno. Depois, pretendo retornar à tribuna para fazer uma análise do pleito eleitoral e ter uma visão do que as urnas indicaram ou estão a indicar aos governos, às autoridades e aos políticos em geral, responsáveis pelos destinos deste País. E não há nada melhor que ouvir a voz das urnas, a voz da cidadania, a voz das ruas. É isso que considero importante.

Senador Romeu Tuma, a vitória no primeiro turno na capital do meu Estado foi consagradora para a atual administração. Foram 54% dos votos no primeiro turno - algo extraordinário mesmo. Tenho orgulho de afirmar que foi em Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, que o PMDB, meu Partido, ganhou a eleição no primeiro turno.

São essas breves considerações que me trazem a esta tribuna, mas na certeza de que o exercício da cidadania evoluiu consideravelmente em nosso País, de que o eleitor está mais atento, está raciocinando, ouvindo propostas e não quer mais baixaria, como muitos fizeram.

Participei de uma eleição na minha cidade natal. Vi quanta baixaria houve ali. Minha filha foi candidata e obteve quase 67% dos votos válidos, fato que nunca ocorreu na terceira cidade do Estado de Mato Grosso do Sul, a minha querida Três Lagoas. Minha filha foi consagrada, apesar de tudo, sem responder a um ataque nos mesmos termos em que foram desferidos contra nós e até mesmo contra a minha pessoa como Senador da República e filho daquela cidade. A campanha foi feita com propostas. Penso que a cada ataque do adversário correspondiam mais votos para aqueles que entendem que uma eleição é o lugar adequado para expor idéias, para mostrar o que se pretende fazer em favor do Município e da sociedade brasileira.

Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, é muito natural que eu venha fazer esse breve relato a partir do que vi no meu Estado, o Mato Grosso do Sul.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/10/2004 - Página 31525