Discurso durante a 141ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre a disputa eleitoral para a prefeitura de Maceió/AL, criticando o uso de declarações pessoais de S.Exa. pelo candidato Sexta-feira.

Autor
Heloísa Helena (PSOL - Partido Socialismo e Liberdade/AL)
Nome completo: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Considerações sobre a disputa eleitoral para a prefeitura de Maceió/AL, criticando o uso de declarações pessoais de S.Exa. pelo candidato Sexta-feira.
Publicação
Publicação no DSF de 16/10/2004 - Página 31484
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMENTARIO, ELEIÇÃO MUNICIPAL, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE ALAGOAS (AL), CRITICA, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, ABANDONO, PERIFERIA URBANA, OCORRENCIA, SEGUNDO TURNO, ANALISE, POLITICA PARTIDARIA, AUSENCIA, APOIO, ORADOR, CANDIDATO, VOTO EM BRANCO, ESPECIFICAÇÃO, DIVERGENCIA, REELEIÇÃO, PREFEITO DE CAPITAL.
  • PROTESTO, MANIPULAÇÃO, IMPRENSA, DECLARAÇÃO, ORADOR.

A SRª HELOÍSA HELENA (P-SOL - AL. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, meu querido professor Cristovam Buarque, já tive oportunidade de homenagear os professores do Brasil e também V. Exª. Certamente, o maior professor que tive nesta Casa foi o professor Senador Lauro Campos.

Tive que voltar à tribuna por causa de alguns comentários deploráveis que estão hoje nos jornais da minha querida Maceió, em função do verdadeiro fuzuê que é a disputa por sua prefeitura.

Sou apaixonada por essa cidade, capital do meu Estado. Uma das maiores tristezas que tive foi justamente não ter tido a oportunidade de disputar a prefeitura de Maceió, pelo fato de ter sido expulsa do PT, num requinte de crueldade, após o prazo estabelecido pela legislação eleitoral. Por essa razão, mesmo estando em primeiro lugar nas intenções de voto, não pude ser candidata a prefeita da cidade que amo tanto, que me acolheu politicamente.

Maceió acolheu-me menina, vinda do sertão das Alagoas. Foi lá que fui mãe, trabalhadora, professora. Exerci meu primeiro mandato, pela generosidade do povo da minha querida Maceió.

E como lá vamos ter segundo turno, e compreendo a decisão da grande maioria do meu povo querido e generoso de Maceió, mais de 70% dos eleitores de Maceió disseram não à irresponsabilidade, à inconseqüência, à preguiça que assola a Prefeitura de Maceió. Basta andar na cidade, pela periferia, para ver o abandono em que se encontra Maceió, especialmente as pessoas mais humildes. Não é à toa que, desde o primeiro turno, 70% do povo de Maceió disse não à Administração: ou votando no meu candidato, Régis Cavalcante, ou no Vanderlei Siraque ou no candidato Cícero Almeida. O meu candidato tomou uma decisão para o segundo turno, em função da atitude do seu partido de nacionalmente apoiar a candidatura do PDT, que não vou defender porque evidentemente não votarei em nenhum dos dois candidatos agora no segundo turno.

Sr. Presidente, os oportunistas da campanha do Sr. Sexta Feira estão usando as minhas declarações como se assim eu estivesse a caracterizar como inconseqüente a postura do ex-Deputado Federal Régis Cavalcante. O ex-Deputado Federal Régis Cavalcante é um homem de bem, é um homem honesto, sinto-me feliz de ter podido votar nele no primeiro turno. Tenho obrigação de respeitar a decisão do PPS e a decisão dele de apoiar um candidato, que não é o meu candidato.

A disputa pela Prefeitura de Maceió está tomada pelo moralismo farisaico, pelo falso moralismo, porque o pior da elite política e econômica apóia as duas candidaturas. Os parasitas usineiros apóiam as duas candidaturas. Como um dos candidatos representa mais a periferia, é evidente que existe muito nariz elitista, preconceituoso, apontando apenas o candidato Cícero Almeida, como representante da elite econômica; mas os dois candidatos representam a elite política e econômica do nosso Estado.

Como vou votar em branco, tenho a obrigação de respeitar a decisão do ex-Deputado Régis, que é um homem de bem, é um homem honesto. Portanto, faço um apelo aos oportunistas da campanha do Sr. Sexta Feira, para que não usem a minha declaração e o meu voto pessoal para viabilizar os seus medíocres interesses eleitoreiros. Não tenho dúvida de que, se mais de70% da população de Maceió acabou votando no Régis, que era o meu candidato, no Vanderlei e no candidato Cícero Almeida, infelizmente é porque demonstram que a preguiça, a irresponsabilidade, a inconseqüência política, tomou conta da administração da Prefeitura de Maceió.

Apenas para fazer a ressalva necessária: o Régis é um homem de bem, é um homem honesto, um homem de paz e tem o direito de tomar uma decisão política que, se não é a minha, se é a do Partido dele, ele tem todo o direito de fazer. Agora, por favor, não usem as minhas declarações, senhores oportunistas da campanha do Sexta Feira, para dizer que estou desqualificando o Deputado Régis, que, volto a dizer, é um homem de bem, é um homem honesto e tem uma decisão partidária a cumprir. Não é a minha; não é a da minha concordância, mas eu tenho a obrigação de respeitá-lo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/10/2004 - Página 31484