Pronunciamento de Paulo Paim em 15/10/2004
Discurso durante a 141ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Saudações à Universidade de Brasília pela iniciativa de criar o primeiro curso de pós-graduação lato sensu: Culturas Negras no Atlântico.
- Autor
- Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
- Nome completo: Paulo Renato Paim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
EDUCAÇÃO.:
- Saudações à Universidade de Brasília pela iniciativa de criar o primeiro curso de pós-graduação lato sensu: Culturas Negras no Atlântico.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/10/2004 - Página 31485
- Assunto
- Outros > DISCRIMINAÇÃO RACIAL. EDUCAÇÃO.
- Indexação
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- IMPORTANCIA, CRIAÇÃO, UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB), CURSO DE POS-GRADUAÇÃO, ESTUDO, CULTURA, NEGRO, PREPARAÇÃO, PROFESSOR, PESQUISADOR, ENSINO, HISTORIA, CONTINENTE, AFRICA, CULTURA AFRO-BRASILEIRA, BENEFICIO, ENSINO FUNDAMENTAL, ENSINO MEDIO, ATENDIMENTO, EXIGENCIA, LEGISLAÇÃO, DISTRITO FEDERAL (DF).
- REITERAÇÃO, EXPECTATIVA, APROVAÇÃO, ESTATUTO, IGUALDADE, RAÇA.
O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com muita alegria que saúdo a iniciativa da Universidade de Brasília - UnB, pelo início do primeiro curso de pós-graduação lato sensu Culturas Negras no Atlântico.
O curso é uma tentativa de mudar a deficiência curricular, pois o conhecimento sobre o continente africano nas escolas brasileiras se limita ao tráfico de escravos durante o período colonial.
Essa especialização prepara professores e acadêmicos para a atuação em pesquisa, na formação de educadores e no ensino da história da África e dos afro-descendentes nas escolas de nível fundamental e médio.
A proposta do curso é explorar a relação Brasil-África, mostrar que a realidade do Brasil e aquele continente africano vai bem além do que é ensinado nas escolas.
“As pessoas precisam tomar conhecimento de que os povos que formaram esta terra tinham história antes de existir a nação brasileira”, sentenciou o Prof. Antonio Carlos dos Santos, um dos matriculados nessa pós-graduação.
Essa iniciativa da UnB vem ao encontro de uma lei distrital que introduz o estudo da raça negra como conteúdo programático dos currículos do sistema de ensino do Distrito Federal.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o estudo da história da África no ensino fundamental e médio é uma forma de resgatar o conhecimento esquecido.
Em 2003, a aprovação da Lei nº 10.639 alterou a Lei de Diretrizes e Bases para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do tema: História e Cultura Afro-brasileira.
Essa lei contou com a participação da ex-deputada federal Esther Gross. Projeto de minha autoria no mesmo sentido já tramitava na Casa antes mesmo dessa lei ser aprovada.
O Estatuto da Igualdade Racial de nossa autoria, que está pronto para ser votado, aprimora a lei existente. Por tudo isso, esperamos que essa iniciativa da UnB também contribua para a aprovação do Estatuto.
Como já disse um historiador: “Só se conhece a civilização egípcia. E muita gente não sabe que o Egito é um país africano”.
Era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigado.