Discurso durante a 145ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários ao artigo "Fracasso no horário nobre", de autoria do jornalista Clóvis Rossi, publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de 19 do corrente.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários ao artigo "Fracasso no horário nobre", de autoria do jornalista Clóvis Rossi, publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de 19 do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 22/10/2004 - Página 32720
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, GOVERNO FEDERAL, INEFICACIA, PROGRAMA, ASSISTENCIA SOCIAL, COMBATE, FOME.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a Tribuna neste momento para comentar o artigo intitulado “Fracasso no horário nobre”, de autoria do jornalista Clóvis Rossi, publicado no jornal Folha de S.Paulo, de 19 de outubro do corrente.

O jornalista, em seu artigo, comenta a reportagem do Fantástico, do último dia 17 de outubro, que deixou clara a incompetência do governo Lula com relação ao seu principal programa na área social: o Fome-Zero.

O programa mostrou que muitas pessoas em boas situações econômicas estão recebendo os benefícios, enquanto que muitos, em situação de extrema pobreza, ainda esperam pela ajuda do governo.

Para que conste dos Anais do Senado, requeiro, Sr. Presidente, que o artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, de 19 de outubro do corrente, seja considerado como parte integrante deste pronunciamento.

Era o que tinha a dizer.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. LEONEL PAVAN EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, Inciso 1º e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Folha de S.Paulo, 19 de outubro de 2004”

            Fracasso no horário nobre

Clóvis Rossi

O Fantástico, a revista dominical da Rede Globo, desmontou anteontem o programa que é a menina dos olhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Fome Zero (ou Bolsa Família). Para quem não viu, um resuminho: o programa visitou aleatoriamente três cidades de três Estados (Maranhão, Paraná e Mato Grosso). Comprovou facilmente que gente que não tem a mais leve necessidade de esmola pública não obstante a recebe. Gente até rica comparativamente. Nas mesmas cidades, no entanto, gente que só não é mais pobre por impossibilidade física não consegue cadastrar-se, ou, cadastrada, ainda assim não recebe o benefício. Mas não foi apenas o Bolsa Família que a reportagem detonou com a frieza dos fatos. Detonou também o slogan "o melhor do Brasil é o brasileiro". Se é mesmo, estamos perdidos, porque o programa mostrou que um punhado de brasileiros é capaz de, literalmente, tirar a comida da boca de crianças miseráveis sem o mais leve pudor. São pessoas da curriola dos prefeitos que fazem o cadastramento para os programas assistenciais. O que, por sua vez, prova que o Estado brasileiro continua precisando ser desprivatizado, urgentemente. Era essa, aliás, a pregação do PT quando estava na oposição. Uma vez no governo, mostra que ou é inapetente ou é incompetente ou é impotente ou tudo isso de uma só vez para operar a desprivatização do Estado e colocá-lo de fato a serviço do público que dele necessita. Chegou a ser patético o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) ao tentar explicar-se no "Fantástico". Agradeceu ao programa por ter revelado as falhas, no que parece simpática demonstração de humildade. Bonito. Mas seria muito mais bonito se tivesse tido a competência de descobrir os trambiques antes - e corrigi-los. O programa só falhou num ponto: não foi capaz de localizar nenhum beneficiário da suculenta Bolsa-Juros do governo que esteja deixando de receber religiosamente em dia.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/10/2004 - Página 32720