O SR. ROBERTO SATURNINO (Bloco/PT - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agradeço a gentileza de V. Exª, mas meu pronunciamento será breve. Nele devo fazer dois registros: um muito triste e outro de muito regozijo.

O muito triste diz respeito ao requerimento que V. Exª anunciou, requerimento de um Voto de Pesar pelo falecimento do jornalista Paulo Branco, ocorrido ontem no Rio de Janeiro, fato que nos deixa a todos nós cariocas que militamos na vida política da cidade e do Estado muito consternados, pois Paulo Branco, jornalista muito antigo e muito conceituado, exerceu a profissão em vários jornais e revistas do Rio de Janeiro: Última Hora, Tribuna da Imprensa, O Globo, Fatos e Fotos. Foi comentarista político da rede Bandeirantes. Ultimamente dirigia uma revista eminentemente política chamada Raio X, que revelava notícias normalmente não veiculadas por outros jornais e que era muito procurada e muito querida pela população do Rio de Janeiro.

Dessa forma, o falecimento de Paulo Branco nos deixa muito entristecidos. Tendo em vista sua relação estreita com a política, tendo em vista sua vocação de jornalista político e o grande conceito de que desfrutava e a longa história da sua carreira, eu propus que o Senado aprovasse este Requerimento de Voto de Pesar e de comunicação à família, razão pela qual uso esta tribuna para fazer este registro em primeiro lugar.

Mas, Sr. Presidente, há também um registro de muito regozijo a fazer. É que hoje tivemos a notícia de que o Ministro Gilberto Gil ganhou um prêmio de grande destaque mundial, o Prêmio Polar, que é considerado uma espécie de premiação informal do patamar de um Prêmio Nobel, porque é concedido pela Real Academia Sueca de Música, no correspondente à categoria dos músicos.

É que a Academia verificou que havia uma lacuna entre as premiações estabelecidas pelo grande químico Alfred Nobel, que instituiu o prêmio que leva seu nome, e essa lacuna se situava exatamente na falta de um prêmio que reconhecesse os grandes músicos, compositores, intérpretes, artistas do setor de música no mundo. Verificando essa falta, mas considerando o fato de que não é possível modificar os critérios estabelecidos pelo instituidor do prêmio, Alfred Nobel, a Academia instituiu informalmente um prêmio dedicado aos músicos e que é também objeto de apreciação pela própria Academia Sueca, que é o Prêmio Polar, este ano atribuído ao nosso Ministro Gilberto Gil, na categoria de grande compositor, de grande criador da música brasileira.

Nossa música é reconhecida internacionalmente, desfruta de grande prestígio no mundo e tem aceitação generalizada pelo conteúdo artístico e filosófico que carrega e o Ministro Gilberto Gil, efetivamente, é um dos luminares, uma das pessoas mais consagradas como compositor de música brasileira pela qualidade de sua criação. A Academia Sueca reconheceu seu valor e teve a feliz decisão de atribuir ao Ministro Gilberto Gil o Prêmio Polar deste ano, prêmio que ele divide, aliás, com uma outra personalidade de grande categoria internacional, que é o barítono alemão Dietrich Fischer-Dieskau, considerado o maior barítono de música de câmara do mundo dos últimos anos.

Trata-se de um fato a ser comemorado por todo o Brasil, é um fato que produz regozijo entre os brasileiros, tendo em vista a figura de Gilberto Gil, que, além de grande compositor que é, de grande criador que é, está se revelando um Ministro de excepcionais qualidades. Fazia muito tempo que o Ministério da Cultura não tinha o destaque que tem sob a gestão de Gilberto Gil, criando fatos novos, ampliando a ação governamental e ação de incentivo junto às forças não-governamentais do País, seja no campo do cinema, no campo da música, da literatura, da preservação do patrimônio. O Ministro Gilberto Gil tem tido o reconhecimento unânime por parte de todos os brasileiros pela qualidade, pela excepcionalidade da sua gestão.

De forma, Sr. Presidente, que a atribuição deste prêmio, que é um ganho para o Brasil, vem se somar à apreciação que os brasileiros fazem e que - hoje pode se dizer - o mundo faz acerca da figura deste grande compositor, deste grande músico brasileiro e hoje - pode se dizer - grande Ministro da Cultura, que é Gilberto Gil.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.