Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Dados que demonstram o crescimento nacional do Partido dos Trabalhadores. (como Líder)

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Dados que demonstram o crescimento nacional do Partido dos Trabalhadores. (como Líder)
Aparteantes
Eduardo Azeredo, Eduardo Suplicy, Heráclito Fortes.
Publicação
Publicação no DSF de 04/11/2004 - Página 35071
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, RESULTADO, ELEIÇÃO MUNICIPAL, DEMONSTRAÇÃO, SUPERIORIDADE, VOTAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, poucos Srs. Senadores ainda presentes no plenário, se efetivamente seguíssemos à risca o Regimento desta Casa, verificaríamos que o tempo é suficiente o bastante e que, depois da Ordem do Dia, os Parlamentares têm direito a falar durante cinqüenta minutos. Todavia, houve parlamentar que ultrapassou esse prazo e falou uma hora e quinze, tendo sido excessivamente aparteado, e ainda Parlamentares que apartearam todos os discursos. Se tivéssemos tido um pouco mais de rigor regimental, com certeza eu teria falado antes, uma vez que me inscrevi nas primeiras horas.

Mas não vou debater o tema porque não vale a pena fazê-lo com um plenário tão esvaziado. De qualquer forma, não posso deixar de apresentar alguns elementos, alguns números, dados importantes para a nossa reflexão. Com certeza, esse tema será debatido amanhã, pois espero ser mais bem-sucedida em minha inscrição e falar pelo menos no quinto lugar, dentro do horário normal de sessão.

Trago aqui números, para que sirvam de base para a nossa análise. O Partido dos Trabalhadores foi o mais votado, tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno dessas eleições. No primeiro turno, obtivemos 16,3 milhões de votos, e o segundo colocado, o PSDB, mais de 15 milhões; no segundo turno, também fomos o mais votado, com 6,9 milhões de votos, enquanto que o PSDB obteve 6,3 milhões de votos.

No segundo turno, participamos de eleições em 44 Municípios. O PT participou em 23 desses 44 Municípios, ganhando em 11 deles. O PSDB participou em 20 e ganhou em 9. Além dos Municípios em que participamos diretamente, fomos vice-prefeitos das disputas que ganhamos e ainda apoiamos outros candidatos cujas chapas não integrávamos. Desses, 9 ganharam.

Na disputa mais acirrada, mais polêmica, entre PT e PSDB, houve 10 disputas diretas, e o PT ganhou 6, enquanto o PSDB 4.

No primeiro e segundo turnos, das 22 capitais, o PT vai administrar 9; o PSDB, 5; O PSB e o PT, 3, cada um; o PMDB e o PPS, duas capitais cada um; o PFL e o PTB, uma capital cada um.

Nos 96 Municípios com mais de 150 mil eleitores, o PT vai administrar 23; o PSDB, 19; o PMDB e o PDT, 11 cada um; o PSB e o PPS, 8 cada um; e o PFL, 6.

Em termos de percentual de reeleição que os partidos obtiveram neste pleito, houve um caso de 100%, o caso do PC do B, que detinha apenas uma prefeitura, e foi reeleito. É o caso da Prefeitura de Olinda. O PT, das 187 prefeituras que conquistou em 2000, permaneceu no comando em 83. Portanto, obteve um índice de reeleição de 44%. Em seguida, o PFL, com 32% de reeleição, o PMDB com 32%, e o PSDB com 31%.

O PT passou do primeiro colocado em número de eleitores governados em 2000 para o segundo. Talvez aí é que surjam as derrotas eleitorais que mais marcaram os petistas. E foi exatamente a derrota em São Paulo, pelo contingente de eleitores lá existente, que causou a queda de primeiro para segundo colocado. Portanto, o PT, que em 2000 ocupava o primeiro lugar em número de eleitores governados, 21,9 milhões, passou, em 2004, a governar apenas 17 milhões de eleitores. E o PSDB, que em 2000 elegeu prefeitos para governar 18,4 milhões de eleitores, passou agora, nesta eleição, para 25,6 milhões. Portanto, houve uma troca entre o primeiro e segundo colocados.

É muito importante ressaltar que mesmo onde sofremos derrota eleitoral - como no caso de São Paulo e Porto Alegre, as duas derrotas que nos trazem a necessidade de uma profunda avaliação, e todos nós do PT sabemos disso -, ela se deu com votações profundamente expressivas, tanto da candidata Marta Suplicy quanto do candidato Raul Pont, nos dois casos com mais de 45%. Portanto, apesar de todo o acirramento da campanha, houve derrota eleitoral, mas não derrota política. Um percentual acima de 45 demonstra claramente que temos base, apoio, voto e ressonância política e partidária de forma consolidada nesses Municípios.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Senador Suplicy, eu gostaria de terminar de expor os dados, para, depois, conceder aparte aos três Senadores que o estão solicitando. Não quero polemizar agora, mas amanhã, como já disse, com o plenário cheio.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Será um aparte colaborativo o meu, V. Exª tenha certeza.

O SR. PRESIDENTE (Marcelo Crivella. PL - RJ) - Lembro aos debatedores de que o tempo já está esgotado.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Seremos breve.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Vou terminar.

Então, para nós, é muito importante que, em nenhuma das quatro Prefeituras que administrávamos e nas quais perdermos nas eleições - o caso de Porto Alegre, São Paulo, Belém e Goiânia -, tivemos a derrota eleitoral com mais de 45%, 46%, 47% dos votos. Por isso, consideramos, sim, derrota eleitoral, mas não derrota política. Mas aparece aqui: “aniquilamento”; parece que se varreu do mapa, que se retirou do mapa todo esse desempenho administrativo e toda a aprovação que o PT teve à frente dessas prefeituras.

Antes conceder os apartes a mim solicitados, saúdo, com um beijo carinhoso, minha companheira Ana Júlia Carepa, que acabou de adentrar neste plenário.

Ouço agora os apartes, primeiramente do Senador Heráclito Fortes e, em seguida, dos Senadores Eduardo Suplicy e Eduardo Azeredo.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Agradeço a V. Exª, Senadora Ideli Salvatti.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Peço que todos sejam muito breves, pois gostaria de, posteriormente, concluir o meu pronunciamento.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Inicialmente, associo-me à manifestação de V. Exª ao cumprimentar efusivamente a Senadora Ana Júlia Carepa, que retorna a esta Casa depois de uma eleição brilhante, embora não vitoriosa. Tenho certeza de que a sua competência e o seu talento serão colocados à disposição do Congresso Nacional, o que será muito bom para a vida democrática brasileira. Senadora Ideli Salvatti, o discurso de V. Exª cheio de estatísticas me leva a dois pontos: primeiro, já houve uma reflexão por parte do Partido de V. Exª sobre a qualidade das vitórias. E vou explicar-lhe por quê. No Piauí, o PT cresceu 700%. Tinha um prefeito e o perdeu durante o exercício do mandato - ele mudou de partido. Agora ganhou sete prefeituras. Trata-se de um crescimento aparentemente gigantesco. Mas desses sete prefeitos, somente um, o de São João do Arraial, é efetivamente petista. Os outros, alguns ex-companheiros meus do PFL que me deixaram com muito orgulho, hoje integram, com muita naturalidade, com muita desenvoltura, as fileiras do PT. A minha grande questão é esta: já avaliaram a qualidade das vitórias? Será que a vitória numérica não coloca em contradição todo aquele trabalho de qualificação que o Partido fazia toda vez que alguém procurava sua sigla para filiação? Essa questão não é para ser debatida hoje. Estou trazendo essa consideração para que seja avaliada. O discurso de V. Exª hoje aqui é exatamente igual ao que o porta-voz da ditadura fez em 1974, sobre aquelas derrotas do Governo. Justifica-se invertendo o mapa, virando o mapa de cabeça para baixo. O PT ganhou em qualidade. Contesto essa qualidade; é uma qualidade relativa porque a maioria dos prefeitos usou a sigla do PT como sigla de aluguel ou de emergência; por conflitos locais, abrigaram-se nessa sigla. Essa é a primeira questão. A segunda é que o PT perdeu na sua origem, perdeu nos principais Municípios de São Paulo e em Porto Alegre, derrota que teve - V. Exª sabe bem - repercussão nacional e internacional. De forma que essa é uma questão sobre a qual não deve haver euforia, não numa vitória meia-sola como essa. Aliás, Partido nenhum saiu retumbantemente vitorioso dessa eleição. Há um equilíbrio de forças. E o PT, por estar no Governo, com o uso que fez da máquina na maioria dos Estados brasileiros, deveria ter tido uma vitória bem maior que a apresentada. Creio que o mau desempenho do PT pode dar-lhe humildade; a derrota pode ser pedagógica. Saiba V. Exª que saio dessa eleição profundamente preocupado. Minha preocupação é que haja uma reflexão dentro do Partido de V. Exª e que, por meio de outros comportamentos, o PT se prepare e nos crie uma surpresa daqui a dois anos. A vida pública é assim; política é isso mesmo. Mas digo a V. Exª que, se ganhou em quantidade, certamente não ganhou em qualidade. Muito obrigado.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Concedo um aparte ao Senador Eduardo Suplicy.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senadora Ideli Salvatti, V. Exª ressalta a vitória expressiva que o PT teve nacionalmente, com maior número de votos, praticamente dobrando o número de Prefeitos e de Vereadores. Tornou-se o Partido com maior votação no Brasil, ainda que tenhamos perdido em Porto Alegre, São Paulo e Belém, capitais importantes para nós. É fundamental ressaltar, como o Senador Heráclito Fortes reconheceu, que o trabalho desenvolvido nessas capitais tem tido repercussão internacional. Por onde tenho viajado, as pessoas perguntam, por exemplo, sobre o Orçamento Participativo. Sempre se referem à experiência positiva de quatro gestões do PT em Porto Alegre. A Prefeita Marta Suplicy teve nos CEUs, nos seus programas sociais, uma referência internacional reconhecida, entre outros, pelo Secretário das Nações Unidas, Kofi Annan. Em Belém, tivemos uma qualidade de programas sociais, já por duas gestões, também bastante positivas. Recomendo aos sucessores, seja ao Senador José Fogaça, Prefeito eleito de Porto Alegre, ao José Serra, Prefeito eleito de São Paulo, e ao Senador Duciomar Costa, Prefeito eleito de Belém, que procurem verificar os méritos dos avanços obtidos pelas gestões do PT e que construam sobre essas experiências, aperfeiçoando o que foi tão bem realizado pelas gestões de nossos Prefeitos João Verle - ressalto que S. Exª está propondo que se mantenha, pelo menos em 2005, o Fórum Social Mundial em Porto Alegre -, Marta Suplicy e Edmilson Rodrigues, que tanto souberam honrar os seus respectivos mandatos.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Concedo um aparte ao Senador Eduardo ... Azeredo. São tantos Eduardos aqui nesta Casa...

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Tenho a honra de ser xará do Senador Eduardo Suplicy.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - E também do Siqueirinha.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Somos três Eduardos aqui.

O SR. PRESIDENTE (Marcelo Crivella. PL - RJ) - Senador Eduardo Azeredo, lembro a V. Exª que já são quase 7 horas da noite; a sessão foi prorrogada por 15 minutos, e já estamos ultrapassando meia hora.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB - TO) - Sr. Presidente, pela ordem, apenas quero dizer que, se estiver faltando um Eduardo para que sessão possa caminhar com mais agilidade, estou apresentando-me, estou presente e estou acompanhando. (Risos.)

O SR. PRESIDENTE (Marcelo Crivella. PL - RJ) - Já temos Eduardos de mais.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Sr. Presidente, sou sempre comedido nas minhas intervenções. Quero apenas dizer à Senadora Ideli Salvatti que também tenho por norma ser ponderado nas análises. De maneira alguma, serei eufórico em relação à análise das eleições, mas alguns dados a mais precisam ser apresentados: o PSDB elegeu 871 prefeitos, enquanto o PT elegeu 411...

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Tínhamos apenas 187...

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Sim, tinham muito pouco. Cresceram agora percentualmente, mas são Governo e têm toda a estrutura. Estão se confundindo um pouco o Governo e o Partido. Este é um dado que não pode ser esquecido: governaremos a cidade de maior população, o que também foi lembrado pela Senadora. Temos também a questão geográfica: o PT, o Governo perdeu todo o Sul do Brasil, as capitais de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; perdeu todo o Centro-Oeste, as capitais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e de Goiás. No Sudeste, venceu em duas e perdeu em duas: perdeu em São Paulo e Rio de Janeiro e venceu em Minas Gerais e Espírito Santo. Com relação a reeleição, os dados que tenho, Senadora Ideli Salvatti, não são os mesmos de V. Exª. O PSDB mostra uma taxa de reeleição superior à do PT. Esse é um dado que também contradiz o que V. Exª colocou. No PSDB, a taxa de reeleição foi alta. Mas é inegável que os dois Partidos saíram das eleições como os mais fortalecidos. Além do que o Senador Heráclito Fortes disse sobre a qualidade das vitórias do PSDB, sem qualquer demérito para as cidades pequenas, das quais sou inclusive um defensor, salientamos também o custo que teve o PT para crescer. Ele cresceu a custa de muita incoerência, de muita agressividade. Ministros do Governo, ainda na semana passada, chegaram a chamar, de maneira agressiva, o candidato José Serra de mentiroso. Esse custo foi realmente muito alto, levando-se em conta a tradição do PT na democracia brasileira. Queria apenas retificar, ou acrescentar, alguns dados e ressaltar que o PSDB se sente, sim, muito satisfeito com o resultado dessa eleição. Muitos questionavam como o PSDB se sairia na Oposição. Estamos fazendo uma oposição madura, que foi aprovada pela população.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Sr. Presidente, volto a afirmar que não vou fazer análises hoje. Apresentei os dados disponíveis. Creio que teremos bastante tempo para fazer avaliações, de forma bastante tranqüila, desse processo eleitoral. Uma charge que - acredito - consta da edição de hoje da Folha não fala em salto alto, mas apresenta determinada figura vitoriosa na eleição com perna de pau, de tão alta que está. Então, convém que todos nós tenhamos bastante cuidado com os comentários, porque o que vale, como ingrediente talvez decisivo, para uma disputa eleitoral localizada não vale para outra. Portanto, é muito importante fazermos todo este debate de forma tranqüila. Participei da coletiva do PT na segunda-feira e temos clareza de que devemos nos debruçar sobre esse resultado.

É sempre bom e importante registrar que essa eleição pode nos servir como lição. Não me refiro apenas ao PT, mas a todos os partidos, porque ninguém aqui pode sair cantando tão alto como alguns cujos discursos escutei no tocante ao resultado eleitoral, até porque a eleição é municipal e os fatores locais são preponderantes. Houve algumas questões de nacionalização, sim, mas o que prepondera é o municipal. Houve situações em que foram colocadas de forma muito contundentes determinados preconceitos, determinadas falas, determinados questionamentos.

Quero dizer que me assustei quando cheguei em São Paulo para a reunião da Executiva e a coletiva do Partido na segunda-feira e vi a cidade forrada de outdoors em que aparecia o candidato que saiu vitorioso na eleição e a inscrição “São Paulo é do bem”. Há algo mais medieval do que a discussão do bem contra o mal? Quer dizer, eu sou do bem e o outro é do mal. É esse o nível do debate?

Temos, efetivamente, de fazer uma avaliação profunda das eleições. Aquilo que se diz para determinado caso não vale para outro. Há essa história de que a administração federal ajudou, prejudicou. Indago: como se justifica, então, a vitória em Belo Horizonte, em Aracaju, em Vitória? Como se trata de eleição municipal, o que vale para uma cidade efetivamente não vale para todas. Há de se avaliar os candidatos em si, as alianças, as táticas e as estratégias montadas. Entendo que devemos fazer uma avaliação muito clara, muito tranqüila desse processo eleitoral, não esquecendo nunca de que essa eleição foi muito importante, embora nós do PT fiquemos amargurados por ter perdido São Paulo, apesar do belíssimo, do extraordinário trabalho feito pela Prefeita Marta Suplicy.

Considero profundamente elucidativo o diálogo citado por um articulista, no qual determinada senhora comenta com sua faxineira: “Viu? A Marta perdeu!” E a faxineira responde à sua patroa: “Não, a Marta não perdeu; ela continua sendo uma pessoa que está bem financeiramente, poderosa, bem casada. Agora, quem perdeu fomos nós. Nós, da periferia, perdemos.” Essa é uma avaliação muito contundente até tendo em vista o resultado eleitoral.

Então, considerando todas as questões levantadas em termos de preconceito, tendo em vista a maneira como foram conduzidas determinadas campanhas, creio que todos nós precisamos fazer uma boa avaliação desse processo. Eu não poderia deixar de registrar aqui que todos nós precisamos nos debruçar sobre esses fatos e avaliá-los. Está aqui a minha companheira Ana Júlia, que, tenho certeza, está disposta a participar efetivamente de todo o processo de avaliação. Tenho convicção de que S. Exª vai se pronunciar a respeito, pois essa história de ganhar ou de perder é sempre extremamente relativa. Talvez, o exemplo mais elucidativo disso seja o de determinado partido que elegeu praticamente todos os Governadores e na eleição seguinte não chegou a obter 4% dos votos para a Presidência da República.

É bom que todos nós tenhamos sempre isso como ponto de partida para a nossa avaliação. Espero voltar à tribuna amanhã para dar continuidade à análise não apenas dos números, mas também do processo eleitoral que todos vivenciamos e que, com certeza, servirá de lição para todos nós - não só para o PT, mas para todos, até para aqueles que, pelo pouco que ouvi - não participei de toda a sessão - estão subindo alguns degraus além daquilo que a realidade permite comemorar.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/11/2004 - Página 35071