Discurso durante a 156ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à aviação brasileira pelo transcurso, no próximo dia 23, do aniversário do primeiro vôo do "14 Bis", de Santos Dumont, em Paris, em 1906.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à aviação brasileira pelo transcurso, no próximo dia 23, do aniversário do primeiro vôo do "14 Bis", de Santos Dumont, em Paris, em 1906.
Publicação
Publicação no DSF de 11/11/2004 - Página 35915
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, VOO, AERONAVE, SANTOS DUMONT (MG), PERSONAGEM ILUSTRE, PIONEIRO, AVIAÇÃO.
  • REGISTRO, HISTORIA, AVIAÇÃO, ELOGIO, ATUAÇÃO, CORREIO AEREO NACIONAL (CAN), AVIAÇÃO CIVIL.

O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um dos sonhos mais antigos da humanidade não foi sonhado primeiro por um brasileiro, mas foi um brasileiro que primeiro o concretizou. Hoje, milhões de pessoas ao redor do mundo vivenciam este sonho tornado corriqueiro. Um longo caminho foi percorrido desde aquela efervescente Paris de 1906, quando um solitário Santos Dumont ergueu-se aos céus e à imortalidade no vôo inesquecível do “14-Bis”, inaugurando para a humanidade a era da aviação.

No dia 23 próximo passado lembramos aquele vôo histórico e honramos todos aqueles que contribuíram para elevar a aviação brasileira à posição de destaque que ocupa na história da incansável busca do homem em superar os seus limites. Acredito na relevância desta homenagem, pois considero que as conquistas da aviação brasileira representam o que há de melhor em nós, brasileiros. É uma evidência perene da capacidade criadora e espírito empreendedor de nosso povo, testemunho de uma jovem nação que sempre sonhou alto.

A história das vitórias brasileiras no ar, Srªs e Srs. Senadores, é repleta de feitos épicos que ilustram nossas melhores qualidades. As páginas do livro de nossas realizações estão engrandecidas com a genialidade de Alberto Santos Dumont, dedicando sua vida à busca de vencer a gravidade; a luta contra a opressão e a coragem dos nossos pilotos nos céus da Itália durante a Segunda Guerra Mundial; o pioneirismo de Anésia Pinheiro Machado, quebrando barreiras e destruindo preconceitos, ao ser a primeira aviadora brasileira a realizar um vôo solo, um vôo de acrobacia, um vôo interestadual e um vôo transcontinental; a bravura de Eduardo Chaves, que fez a primeira travessia noturna, nosso também primeiro aviador profissional; e o desprendimento de Augusto Severo, que sacrificou sua vida ao nobre propósito de vencer os ares, sendo considerado o mártir da Aeronáutica brasileira.

Acima de tudo, nossa aviação foi dedicada à paz, à esperança de que, em se reduzindo a distância geográfica, possa-se reduzir também as distâncias entre os homens, possibilitando, pela proximidade, torná-los mais solidários. O sucesso desses compatriotas não foi impulsionado por objetivos egoístas, mas pelo nobre sentimento de que podemos sempre superar nossa realidade e sonhar com algo melhor. O Correio Aéreo Nacional encarna exemplarmente essas virtudes. Percorrendo todo o território brasileiro desde 1931, inclusive seus rincões mais remotos, o CAN transporta remédios e serve à causa da integração nacional.

Que a lembrança de nossas glórias no ar seja também um alerta para a situação em que se encontra a nossa aviação civil. Devido à sua inegável importância para o desenvolvimento do Brasil como potência moderna, a aviação civil necessita ser um setor forte para cumprir essa tarefa. Segue a esperança de que esses grandes aviadores brasileiros nos sirvam de inspiração, para que honremos o seu legado.

A superação dos nossos limites é possível. O chão não mais nos prende desde que o “14-Bis” ganhou os céus. Algumas das páginas mais belas dos nossos feitos, porém, talvez ainda estejam para ser escritas. O sonho e o desafio ainda continuam. Concluo este pronunciamento agradecendo aos nossos destemidos aviadores e recordando a inscrição em latim na lápide do túmulo de Augusto Severo no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro: “Tendo se esforçado para vencer os astros, venceu a morte”.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/11/2004 - Página 35915