Discurso durante a 157ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento do líder palestino, Yasser Arafat.

Autor
Sérgio Cabral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RJ)
Nome completo: Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento do líder palestino, Yasser Arafat.
Publicação
Publicação no DSF de 12/11/2004 - Página 36093
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, YASSER ARAFAT, LIDER, ORGANIZAÇÃO DE LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (OLP), ELOGIO, EMPENHO, DEFESA, PAZ, ORIENTE MEDIO.
  • SOLIDARIEDADE, POPULAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, PALESTINA.

O SR. SÉRGIO CABRAL (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, hoje confirma-se a morte de Yasser Arafat, Líder da OLP, Organização para Libertação da Palestina.

Veio à minha memória uma das cenas mais promissoras, uma das cenas mais bonitas que a humanidade assistiu nos últimos anos, assim que, pela manhã, acompanhando o noticiário, via o registro da morte de Yasser Arafat: era a cena, de alguns anos atrás, do Presidente Bill Clinton promovendo, na Casa Branca, uma reunião entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat.

Lembrava-me hoje, pela manhã, de que, com o assassinato de Yitzhak Rabin por segmentos que odeiam a paz e cultivam o ódio, agora, com a morte de Yasser Arafat, que defendia intransigentemente os direitos dos palestinos, mas que estava sempre aberto ao diálogo, à negociação, à paz, o mundo perde mais um grande instrumento, um grande agente no trabalho pela paz.

            Yasser Arafat, indubitavelmente, tinha a legitimidade de sua liderança dada pelo povo palestino. Enfrentava internamente na Palestina, junto a grupos radicais, o questionamento, as provocações por ter tido uma conduta, em grandes momentos, em defesa da paz; ele enfrentava provocações de segmentos radicais que não aceitavam o encaminhamento da negociação, do entendimento na questão do Oriente Médio.

Sr. Presidente, vi hoje pela manhã uma declaração do Ministro Celso Amorim, de muito respeito, ao líder Yasser Arafat em que disse que, por força de o Presidente Lula estar recebendo em nosso País o Chefe de Estado chinês, o que muito nos honra - e esta Casa o receberá hoje à tarde -, não poderá comparecer ao funeral de Yasser Arafat, mas que certamente enviará uma alta autoridade da República para representar o nosso País.

O mundo perde um homem que, sem dúvida, apostava na paz. Sr. Presidente. Eu acredito na paz. Não é possível que aquela região milenarmente em conflito, em litígio, não possa chegar a um entendimento quando a humanidade dispõe de tantos instrumentos e de tantas condições para fazer do planeta um mundo melhor, onde a vida seja melhor. Fico triste, como disse, de lembrar da perda de Isaac Rabin e hoje de Yasser Arafat, coincidindo com a reeleição do Presidente do principal país do ponto de vista econômico e das relações internacionais, os Estados Unidos. O Presidente reeleito não aponta, como fazia Bill Clinton, para a linha mais eficiente do entendimento; pelo contrário, o Presidente George Bush tem tido uma postura absolutamente belicista e litigiosa em relação ao mundo árabe e ao Oriente Médio. Portanto, nesse momento, solidarizo-me com o povo palestino, manifestando meus sentimentos pela morte desse grande líder da paz, grande líder do povo palestino, Yasser Arafat.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/11/2004 - Página 36093