Discurso durante a 157ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o livro "Agroambientes de Transição entre o Trópico Úmido e o Semi-árido Brasileiro", de autoria de professores do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Considerações sobre o livro "Agroambientes de Transição entre o Trópico Úmido e o Semi-árido Brasileiro", de autoria de professores do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Publicação
Publicação no DSF de 12/11/2004 - Página 36146
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, LIVRO, PROJETO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO MARANHÃO (MA), INSTITUTO INTERAMERICANO DE CIENCIAS AGRICOLAS (IICA), AGENCIA BRASILEIRA DE COOPERAÇÃO, AUTORIA, PROFESSOR, DEPARTAMENTO, POS-GRADUAÇÃO, UNIVERSIDADE ESTADUAL, ESTUDO, ATIVIDADE AGRICOLA, SOLO, ECOLOGIA, REGIÃO.

O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em que pesem as enormes dificuldades para os nossos cientistas desenvolverem os seus trabalhos acadêmicos, felizmente não raras vezes somos surpreendidos pela realização de pesquisas científicas de vulto, credoras, de nossa parte, de merecidos elogios.

Tal consideração deve ser ressaltada quando o estudo científico diz respeito à nossa realidade cotidiana, colaborando para a indicação de soluções para o dia-a-dia de nosso povo.

É com tal motivação que venho hoje a esta tribuna para registrar o recebimento do livro Agroambientes de Transição entre o Trópico Úmido e o Semi-árido Brasileiro, uma série de oito trabalhos de autoria de professores do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), cujo coordenador foi o Professor Emanoel Gomes de Moura.

A publicação do livro foi viabilizada no âmbito do Programa de Cooperação Técnica celebrado entre o Governo do Estado do Maranhão, Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC/Mare).

A publicação “passeia” pelo território maranhense a partir de seus agroambientes e vegetação, indicando alternativas para a agricultura de corte e de queima, que tanto agridem o nosso meio ambiente. É um trabalho de fôlego, que deve ser lido por todos aqueles envolvidos na questão da agricultura, pecuária, meio ambiente, fortalecimento da democracia, e busca da sustentabilidade.

Ali estão listados, em detalhes e pormenores científicos - que peço licença para não enumerar neste rápido pronunciamento -, dezenas de milhares de informações muito específicas sobre os solos da região da baixada maranhense - um ecossistema frágil e de baixo potencial - , além de estudar as atividades complementares à agricultura, como a meliponicultura, e, também, dissecar temas diversos, tais como o manejo de pragas e o potencial da exploração das frutas nativas.

A obra, como relata o professor José Augusto Silva Oliveira em seu prefácio, é pautada pelos conceitos da agroecologia, ou seja, a ciência que enfoca o estudo da agricultura desde uma perspectiva ecológica, que tem sido um novo marco do desenvolvimento agrícola.

A agroecologia, sustentam os autores da obra, é mais sensível às complexidades do setor do que o modelo convencional por incluir entre os seus objetivos e critérios, além do aumento da produtividade agrícola, aspectos como a sustentabilidade, segurança alimentar, estabilidade biológica e conservação dos recursos.

Podemos dizer que o conjunto de estudos contido na obra a qual faço referência traz informações preciosas para a melhor compreensão das causas básicas da pobreza rural maranhense e, ainda, indica soluções técnicas seguras para a superação das dificuldades da vida da comunidade rural do Estado, envolvida na labuta de agricultura, extrativismo, pesca artesanal, criação de pequenos animais e outras atividades, integrantes da chamada produção familiar rural.

Eu não poderia deixar de registrar neste meu pronunciamento os oito trabalhos que compõem o livro em questão:

Agroambientes de transição avaliados numa perspectiva da agricultura familiar, de autoria do Prof. Emanoel Gomes de Moura;

A vegetação da região de transição entre a Amazônia e o Nordeste, diversidade e estrutura - de autoria da Profª Francisca Hlelena Muniz;

O cultivo de aléias como alternativa para a produção de alimentos na agricultura familiar do trópico úmido, do Prof. Altamiro Souza de Lima Ferra Jr;

Leguminosas arbóreas como agentes de recuperação de áreas degradadas - dos Profs. Jorge Luiz de Oliveira Fontes e Avílio Antônio Franco;

Atributos e especificidades de solos de baixada no trópico úmido, dos Profs. Alessandro Costa da Silva e Emanoel Gomes de Mora;

Meliponicultura: uma atividade essencial para a economia familiar do trópico úmido - de iniciativa do Prof. José Maurício Dias Bezerra;

Manejo Integrado de Pragas, das Profªs Raimunda Nonata Santos de Lemos, Aldenise Alves Moreira, Maria Aparecida Castellane Boaretto, e professor Wilson Badiali Crocomo;

Fruteiras Nativas - ocorrência e potencial de utilização na agricultura familiar do Maranhão, da lavra dos Profs. José Ribamar Gusmão Araújo e Moisés Rodrigues Martins.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço o registro desta importante obra elaborada pelos professores da Universidade Estadual do Maranhão, por entender que ela está, de alguma forma, colaborando para que possamos aumentar o estoque de conhecimento de nossa sociedade. Esta é a maneira de tornar mais ágeis os caminhos que levam à sistematização e disseminação deste conhecimento, fatores que podem favorecer a diminuição de nossas gritantes desigualdades sociais. A concentração do saber aumenta o fosso entre os ricos e os muito pobres. Portanto precisamos combater este tipo de oligopólio científico.

Era o eu que tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/11/2004 - Página 36146