Discurso durante a 158ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro do artigo "Toscos", de autoria do jornalista Clóvis Rossi, publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de 10 do corrente.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MEDIDA PROVISORIA (MPV).:
  • Registro do artigo "Toscos", de autoria do jornalista Clóvis Rossi, publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de 10 do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 13/11/2004 - Página 36418
Assunto
Outros > MEDIDA PROVISORIA (MPV).
Indexação
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), INCONSTITUCIONALIDADE, MEDIDA PROVISORIA (MPV), CONCESSÃO, PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, PRESIDENTE, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN).

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a Tribuna neste momento para fazer o registro do artigo intitulado “Toscos”, de autoria do jornalista Clóvis Rossi, publicado no jornal Folha de S.Paulo em sua edição de 10 de novembro do corrente.

O jornalista, em seu artigo, trata do parecer do Procurador-Geral da República, Cláudio Fonteles, sobre a Medida Provisória nº 207, de agosto deste ano, que busca “blindar” o Presidente do Banco Central contra possíveis investigações.

O artigo mostra o despreparo do atual governo, “... incapaz de revestir um ato tão tosco de um mínimo de sofisticação”. O único objetivo da referida Medida Provisória era o de dificultar ao máximo as investigações em torno de supostas irregularidades fiscais e crime eleitoral praticados pelo presidente do Banco Central.

Concluindo, Sr. Presidente, requeiro que o artigo acima citado seja considerado parte integrante deste pronunciamento, para que passe a constar dos Anais do Senado Federal.

Era o que tinha a dizer.

 

**********************************************************************************************

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

**********************************************************************************************

Matéria referida:

Folha de S.Paulo - Toscos ”

Publicado em: 10/11/2004

Toscos

Clóvis Rossi

Ao mostrar a inconstitucionalidade da medida provisória que busca blindar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, contra possíveis investigações, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, acaba, por tabela, revelando uma das principais características do governo Luiz Inácio Lula da Silva: é um governo tosco, primitivo, incapaz até de apagar as pegadas que deixa na areia.

O procurador apontou o que qualquer cidadão medianamente informado já havia percebido: "É fato notório que a transformação do cargo de presidente de BC em ministro visa, em primeira linha, à concessão àquele de prerrogativa de foro". Traduzindo para português comum e corrente: trata-se de dificultar ao máximo as investigações em torno de supostas irregularidades fiscais e crime eleitoral praticados pelo presidente do BC. Um governo que é incapaz de revestir um ato tão tosco de um mínimo de sofisticação, por mais que tenha à disposição quilos de advogados mostra bem o seu despreparo. Ou, como diria o presidente Lula: "Apressado come cru".

O governo tinha tanta pressa em blindar Meirelles que acabou produzindo algo que não resiste ao exame de um funcionário nomeado por Lula e por ele demissível, ainda que Fonteles revele a decência de dar parecer segundo sua consciência. Parece evidente que, sempre que procura ir além do manualzinho básico que faz as vezes de política econômica, alguma coisa dá errado. O PT e, com ele, o seu governo estão perdidos, do que dão prova, se necessário ainda fosse, os artigos mais recentes, nesta Folha, do ministro Tarso Genro e do senador Aloizio Mercadante. Não recomendo a leitura, porque é puro blablablá. Como não têm coragem de criticar o que está sendo feito, mas não podem também endossar tudo, ficam numa tremenda masturbação sociológica, um, e econômica, o outro. É tudo o que o partido consegue produzir.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/11/2004 - Página 36418