Discurso durante a 157ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento do Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento do Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat.
Publicação
Publicação no DSF de 12/11/2004 - Página 36124
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, YASSER ARAFAT, LIDER, ORGANIZAÇÃO DE LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (OLP), ELOGIO, SIMBOLO, LUTA, POVO, OBTENÇÃO, PAZ, ORIENTE MEDIO.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a morte do Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat, na madrugada de hoje num hospital militar nos arredores de Paris, desfalca o mundo de uma das mais carismáticas lideranças da última metade do século.

Por mais de 40 anos, Arafat liderou o povo palestino em busca de sua autodeterminação e pela criação de um Estado independente. Combateu com armas, mas também com palavras.

Arafat morreu doente num leito de hospital, de causa ainda não esclarecida, depois de ter sobrevivido a várias guerras e inúmeros atentados. Por causa disso viveu exilado no Líbano e na Tunísia, de onde retornou aos territórios ocupados da Cisjordânia e de Gaza como a maior esperança do povo palestino para a obtenção de sua independência. Embora fosse considerado um radical, seu pacifismo foi reconhecido pela Academia da Noruega, que lhe concedeu o prêmio Nobel da Paz, ao lado dos israelenses Ytizak Rabin e Shimon Peres. Esse reconhecimento foi resultado dos acordos de paz que Arafat firmou com Israel. Esses acordos surpreenderam o mundo porque com eles a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) aceitava formalmente a existência do Estado de Israel, e o governo de Telavive reconhecia o povo palestino como uma nação e a OLP como seu representante.

Mas a esperança de paz que nasceu com esses acordos foi aos poucos sendo minada. Com a morte de Rabin, assassinado por um radical israelense, os rumos do processo de paz mudaram. Há cerca de quatro anos uma nova Intifada levou a confrontos que deixaram mortos quase 3 mil palestinos e quase mil israelenses.

Yasser Arafat, laureado com o prêmio Nobel de Paz e símbolo da luta de um povo pela sua autodeterminação, morre quando os conflitos no Oriente Médio, lamentavelmente, deixam ainda distante o sonho da criação de um Estado palestino.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/11/2004 - Página 36124