O SR. ALVARO DIAS (PDT - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o governo russo suspendeu parcialmente o embargo à carne brasileira. A medida vale apenas para Santa Catarina, o único Estado reconhecido internacionalmente como livre da febre aftosa. As exportações para a Rússia estavam suspensas desde o mês setembro, quando foi descoberto um foco de febre aftosa no Amazonas.

O governo brasileiro foi informado da suspensão por meio de uma carta enviada à embaixada brasileira em Moscou. Na carta, o ministério da agricultura russo esclarece que o embargo a Santa Catarina está suspenso e pede o envio de um novo relatório sobre a situação da febre aftosa no país para que a sanção a outras áreas seja reavaliada.

Nesse contexto, gostaria de ressaltar que o Brasil comercializa carne para 127 países. Na verdade, o embargo russo foi provocado principalmente por questões comerciais e não por questionamento à situação sanitária do rebanho nacional.

O foco de febre aftosa no Município de Careiro da Várzea, no Amazonas, não afetava áreas exportadoras. A confirmação de casos da doença no Pará, razão do primeiro embargo russo em junho, foi igualmente injustificado. Nenhum dos dois Estados exporta carne.

É lamentável que o Paraná tenha permanecido na área de embargo. O potencial do nosso Estado pode ser avaliado pelas estatísticas recentes.

No período de janeiro a setembro deste ano, as exportações de carnes do Paraná aumentaram 68% em volume e 93,7% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Sindicato da Indústria de Carnes do Paraná, houve um crescimento das exportações de carnes no ano passado e a tendência deste ano é superar esse bom desempenho.

De janeiro a setembro, o Paraná exportou 35.361 toneladas de carne bovina, o que representou cerca de US$82,9 milhões. No ano passado, no mesmo período, foram 21.547 toneladas de carne (US$42,8 milhões). Os principais compradores do Paraná foram à Rússia, Holanda, Hong Kong e Espanha.

O governo brasileiro deveria acionar todos os canais diplomáticos, para que, antes da chegada do presidente russo, Vladimir Putin, ao Brasil, que ocorrerá de 21 a 23 de novembro, todas as regiões produtoras brasileiras estivessem livres do embargo da Rússia.

Muito obrigado.