O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Senador Eduardo Azeredo, ontem, fez referência à oportuna matéria da revista Veja, que ressalta o esforço de ajuste fiscal feito pelo Governador Aécio Neves, militante dos mais respeitados e mais acatados do meu Partido, o PSDB.

O Governador Aécio Neves fez exatamente o que cumpre a alguém com maturidade administrativa: detectou uma situação de desequilíbrio e partiu para atacar na base o problema. O resultado é que hoje, em Minas, nesta mesma hora, o Governador faz uma justa, frugal, porém necessária comemoração: comemora hoje ter atingido o déficit zero. Ou seja, o Governador Aécio Neves e sua equipe plantaram e agora vão colher, durante dois anos que restam, nesta primeira etapa do seu governo em Minas Gerais, dois anos que restam serão de absoluta colheita. O Governador, daqui para frente, terá mais investimentos; o Governador, daqui para frente, vai gerar mais empregos; o Governador, daqui para frente, impulsionará de maneira ainda mais forte o crescimento deste Estado pujante e admirável, que são as Minas Gerais.

É bem verdade que esse esforço pela austeridade administrativa começou ainda no período em que governava Minas Gerais o Governador Eduardo Azeredo, hoje brilhante Senador, vice-Líder da Minoria nesta Casa. Mas o Governador Aécio Neves fez, com muita felicidade, algo que foi ditado pelo seu talento, pela sua experiência de ex-Presidente da Câmara e ex-Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, alguém que tem um futuro a perder de vista neste País: partiu para contrariar todos os interesses imediatistas, seguro de que, se assim fizesse, teria dois anos de bonança. E ele está preparado até para dois anos de crise internacional, até para dois anos de crise federal. Terá dois anos de equilíbrio e de bonança em Minas Gerais porque tornou o Estado absolutamente independente, auto-suficiente, capaz, portanto, de executar as obras e os projetos que atendam as suas necessidades básicas com recursos de Minas Gerais.

A equipe de Aécio é um verdadeiro Ministério, e ele fez algo essencial: soube, a partir dos seus Secretários de Fazenda e de Economia e Finanças, poupar no custeio para que sobrassem recursos para os investimentos; soube focar nas políticas sociais essenciais, jogando para elas os poucos recursos que estivessem à disposição dessas políticas públicas para virarem realidade melhor para o povo das Minas Gerais. O Governador Aécio Neves, portanto, demonstrou o que é uma lógica do meu Partido, ou seja, a lógica de governar sem escândalos, a lógica de governar com ajuste fiscal, a lógica de governar não desperdiçando, a lógica de governar investindo cada tostão. Não adiantaria, por exemplo, o sonho, que viraria delírio, de um governador que dissesse que iria realizar tudo que queria já, pura e simplesmente aumentando a dívida do Estado e comprometendo a situação fiscal de Minas Gerais.

Não! Ele se preparou para o grande momento. Não basta boa vontade para realizar boas obras sociais. É essencial ter a capacidade plena de conseguir gerar os excedentes econômicos e financeiros que financiem as boas intenções do governante. Governante munido apenas de boa intenção é mais um daqueles que vai conviver num inferno cheio de gente que também tem boa intenção. Haveria uma superpopulação. Ao mesmo tempo, um governante insensível transformaria o Estado em números e não se preocuparia com políticas públicas de investimento no social. Isso também não significaria a maturação plena da capacidade de Minas Gerais de realizar os anseios do seu povo.

O Governador Aécio Neves sabe que a economia é um meio para se chegar a um fim, que é a sociedade. Mas ele não a atropelou. Ele atropelaria a sociedade, se ignorasse esse meio fundamental, sem o qual se inviabiliza o fim, que é realizar o ajuste fiscal, realizar o ajuste econômico do Estado de Minas Gerais.

Sr. Presidente, eu não vou me demorar, porque esta é na verdade uma ocasião em que dou até de certa forma uma trégua ao Governo, quando venho aqui cumprir o dever de Líder do meu Partido, para elogiar um Governador que desenvolve trabalho brilhante, reconhecido hoje em todo o País, como exemplo de ajuste fiscal, ajuste fiscal que está servindo de exemplo inclusive para essa figura experiente, competente e capaz que haverá de ser um grande prefeito de São Paulo, o ex-Senador, Ministro e Presidente do meu Partido José Serra. S. Exª está imbuído da necessidade e do dever de trabalhar nos moldes em que trabalhou Aécio Neves para fazer o seu ajuste. E não foi diferente do que fez Mário Covas, junto com Geraldo Alckmin, que consertaram mesmo a situação econômica de São Paulo. E o povo de São Paulo reconhece isso a cada eleição, reconhece isso a cada pesquisa, reconhece isso a cada passo.

Portanto, é uma marca do PSDB a de governar com seriedade. Não governa endividando, governa pagando dívidas; não governa desperdiçando, governa aproveitando cada tostão; não governa no delírio, mas governa no sonho e o verdadeiro e legítimo sonho se realiza no trabalho do dia-a-dia e o trabalho do dia-a-dia do Governador Aécio Neves acaba de ser premiado com o reconhecimento do Brasil de que ali se fez para valer o plantio, através do ajuste fiscal e da reforma administrativa sérios, para que se possam colher em dois anos de Governo que lhe restam nesta primeira etapa os melhores frutos em favor do povo das Minas Gerais.

Está de parabéns o Estado de Minas Gerais, está de parabéns esse povo de tantas tradições e está de parabéns o Governador Aécio Neves, que, tão jovem, mas já tão experimentado, é alçado à elite dos administradores brasileiros, na medida em que mostra sua capacidade de intervir sobre a realidade com recursos escassos, dando a melhor demonstração de competência, de sensibilidade, de equilíbrio e de capacidade de servir à coisa pública, Sr. Presidente!

Muito obrigado.

Era o que eu tinha a dizer.