O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a Tribuna neste momento para registrar o artigo intitulado “Final do ano”, de autoria da jornalista Eliane Cantanhêde, publicado no jornal Folha de S.Paulo em sua edição de 23 de novembro do corrente.

A jornalista, em seu artigo, mostra como o governo do presidente Lula vai mal: “o governo não anda, não aprova nada de importante no Congresso e já está no meio da segunda reforma ministerial.”

Concluindo, Sr. Presidente, requeiro que o artigo acima citado seja considerado parte integrante deste pronunciamento, para que passe a constar dos Anais do Senado Federal.

Era o que eu tinha a dizer.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Final do ano.”

Folha de S.Paulo

Publicado em: 23/11/2004

            Final do ano

Eliane Cantanhêde

O ano vai acabando e o governo vai se enrolando. O que é muito curioso, porque os indicadores da economia vão bem, mas o governo não anda, não aprova nada de importante no Congresso e já está no meio da segunda reforma ministerial. Pior: uma reforma sem diretriz. Se a economia vai bem e o governo vai mal é porque alguma coisa está muito errada. O desempenho formal da economia está sendo bom em 2004, melhor do que vinha sendo nos anos anteriores e também melhor do que as previsões para os próximos. A expectativa é de um crescimento de mais de 4%, e a inflação está abaixo dos 8%. Não houve crises internacionais nem solavancos internos. Então o que está havendo com o governo? O de sempre. Na economia, uma ortodoxia e uma "falta de criatividade" (como diz o Clóvis Rossi) que impedem as boas notícias formais de se transformarem em boas notícias reais para as empresas e os cidadãos comuns. Na negociação política, uma barafunda de disputas internas, entre o "PT moderado" e os "PT radicais", entre o PT e os "aliados", entre governar e distribuir favores, entre almoços de muita cobrança e jantares de nenhum resultado. Na gestão administrativa, um entra-e-sai inacreditável de petistas nas áreas que seriam mais afins e mais caras aos próprios petistas. Pelo menos é o que todos achavam. Parecia, mas não era. Entra ministro, sai ministro; entra assessor, sai assessor; e nada acontece de fato. Do Fome Zero só sobraram a fome e o zero. Do "superministério" tão badalado de Patrus Ananias sobrou um ministeriozinho de um ministrinho cercado de assessores insatisfeitos que abandonam o barco. Se, com a possibilidade de mais de 4% de crescimento, está assim, tudo ainda pode piorar. Principalmente se o ritmo estagnar, a carga tributária não cair, os empregos não aparecerem e as eleições presidencial e estaduais começarem antes do tempo. E elas estão começando.