A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Líder do Governo, no último pronunciamento, insistiu em dizer que havia setores da Oposição que foram contra a medida, que não a entenderam. Sei que se trata de jogo de cena, como o que ocorreu aqui: um faz de conta que é Oposição; outro não. Depois, fazem um grande acordo para votar a matéria, até porque a eficácia já foi atingida com a medida provisória. A ajuda humanitária já ocorreu. Não sabemos se foi enviado dinheiro ou medicamentos. Ninguém sabe ao certo o que foi, mas a ajuda humanitária já tinha ido. Não tem nenhum problema.

Sr. Presidente, a demagogia é muito fácil de ser feita. O Governo anterior a fazia; o atual Governo a faz. Demagogia eleitoralista, beirando a vigarice política, é sempre muito cômodo e fácil fazer.

Deixo mais uma vez o apelo para a ajuda humanitária para os Estados vítimas de calamidade e enchente no Brasil. É evidente que tenho toda a solidariedade do mundo com o povo africano, árabe e latino-americano. Não há problema algum quanto a isso. Quero apenas que a ajuda humanitária seja prestada também ao Brasil.

Um Governo que joga na lama da especulação 70% do Orçamento Público, que faz a opção de encher a pança dos banqueiros enquanto esvazia o prato, o emprego e a dignidade do povo brasileiro não tem autoridade moral para cobrar ajuda humanitária, dizendo que alguém desta Casa era contra. Ninguém está contra. Mentira!

Quero mais uma vez apelar por ajuda humanitária para Alagoas, para o Piauí, para Sergipe, para Pernambuco, para todos os Estados que foram vítimas de calamidades e cujos pobres, oprimidos e marginalizados não receberam nada.

Portanto, menos demagogia, menos solidariedade aos outros. Solidariedades aos outros, sim, mas solidariedade ao povo brasileiro também!