O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB - TO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, comemora-se neste 30 de novembro, na Capital da República, o Dia do Evangélico, instituído em 1995 pela Lei nº 893 da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O transcurso da data, ao tempo em que homenageia a população evangélica - não apenas de Brasília, mas de todo o País -, enseja também uma profunda reflexão sobre a importância da doutrina e da ação religiosa e social das diversas igrejas evangélicas, que congregam nada menos que 25 milhões de fiéis de Norte a Sul do País.

A fé evangélica, cujas raízes remontam ao movimento protestante de Martinho Lutero e outros reformadores do século XVI, chegou ao Brasil ainda no período colonial, quando aqui aportaram numerosos protestantes para buscar uma nova vida em terras longínquas. Como organização religiosa, contudo, o protestantismo ainda se manteve incipiente por muitos anos. No século XIX, o protestantismo começaria efetivamente a se estruturar em nosso País, com a vinda do missionário Robert Kalley, da Igreja Congregacional, e, logo a seguir, com a chegada do missionário Asshel Green Simonton, que fundaria a Igreja Presbiteriana do Brasil.

Outras importantes igrejas evangélicas aqui se estabeleceram nos anos seguintes, como a Igreja Metodista, a Igreja Batista Brasileira, a Igreja Episcopal e a Igreja Cristã Evangélica. Mais recentemente, surgiram a Igreja Assembléia de Deus, a Congregação Cristã do Brasil e a Igreja Universal do Reino de Deus, entre outras.

Não só o número de igrejas evangélicas, mas também o número de fiéis, tem crescido de forma significativa, como atestam as estatísticas do IBGE, perfazendo, hoje, quase 15% da população brasileira.

Nossa Constituição é laica, Sr. Presidente, mas acata e respeita todas as religiões, visto que todas elas, divergindo embora acerca de dogmas, ritos ou práticas religiosas, buscam um mesmo objetivo, que é a espiritualização da humanidade, inspirada por um Ente Superior, o exercício da retidão e a convivência fraterna.

No Brasil, a exemplo do que ocorre com a integração das raças, não era de se esperar outra atitude, entre religiosos, que não fossem a convivência pacífica e o ideal ecumênico. O Dia do Evangélico, assim, embora instituído apenas no Distrito Federal, representa uma merecida homenagem a uma considerável parcela de cidadãos brasileiros que buscam o seu aperfeiçoamento na observância da doutrina evangélica, no fortalecimento da fé e na prática de ações sociais. Nesse particular, merecem referência a manutenção de creches e asilos para pessoas carentes, a distribuição de medicamentos e alimentos, as ações de promoção da saúde e de educação. Enfim, a promoção da cidadania.

Por tudo isso, quero cumprimentar a população evangélica de todo o País, formulando votos para que continuem, juntamente com outros grupos e entidades, religiosos ou leigos, a buscar o aperfeiçoamento espiritual, a união fraterna e a solidariedade de todos os brasileiros.