Discurso durante a 172ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relevância do estudo denominado "O Sucesso da agroindústria: o que se pode aprender?" elaborado pela empresa de consultoria MB Associados contratada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Relevância do estudo denominado "O Sucesso da agroindústria: o que se pode aprender?" elaborado pela empresa de consultoria MB Associados contratada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 01/12/2004 - Página 39438
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • IMPORTANCIA, ESTUDO, AGROINDUSTRIA, ELABORAÇÃO, EMPRESA, CONSULTORIA, ENCOMENDA, FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP), CONTRIBUIÇÃO, MELHORIA, EFICIENCIA, SETOR, INDUSTRIA NACIONAL, ADAPTAÇÃO, APROVEITAMENTO, EFICACIA, EXPERIENCIA, AGRICULTURA.
  • EXPECTATIVA, SUPERIORIDADE, POSIÇÃO, BRASIL, PRODUÇÃO, ALIMENTOS, FUTURO, MUNDO.
  • DEFESA, RELEVANCIA, PESQUISA, RESULTADO, DESENVOLVIMENTO CIENTIFICO, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, VIABILIDADE, MODERNIZAÇÃO, AUMENTO, NIVEL, PRODUÇÃO, PRODUTIVIDADE, AGRICULTURA, INDUSTRIA, SETOR, SERVIÇO.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o agronegócio brasileiro tem se destacado internacionalmente pela modernidade, competitividade, dinamismo, eficiência, elevado grau de produção e produtividade.

Como um dos segmentos mais eficientes da economia brasileira, o agronegócio representa uma importante oportunidade de investimento para empresários nacionais e estrangeiros e a garantia de crescimento sustentável do Produto Interno Bruto (PIB), de geração de empregos e de aumento das exportações.

Estima-se em US$180 bilhões o PIB do agronegócio brasileiro para o corrente ano.

            A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) prevê que o Brasil se tornará o maior produtor mundial de alimentos na próxima década.

Já somos líderes mundiais na produção e exportação de café, açúcar, álcool, sucos de frutas, soja, carne bovina, carne de frango, tabaco, couro e calçados de couro.

O Brasil também está se tornando o principal pólo mundial na produção de algodão e biocombustíveis. Estamos nos destacando na produção de milho, arroz, frutas frescas, cacau, castanhas, nozes, suínos e pescados.

As condições privilegiadas de clima, solo fértil, disponibilidade de água, vasta biodiversidade e recursos humanos propiciam o desenvolvimento contínuo do agronegócio, num mundo sedento por alimentos, matérias-primas e produtos agropecuários.

Essas vantagens competitivas decorrentes do clima, do solo, da disponibilidade de água e de uma política agrícola moderna estimulam o agronegócio e dão as garantias de retorno dos investimentos no agronegócio.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos esses fatores mencionados são importantes e vitais para o sucesso e dinamismo do agronegócio brasileiro.

            No entanto, existe um fator que se destaca e que precisa ser mencionado com a relevância que merece: a pesquisa, decorrente do desenvolvimento científico e tecnológico, que propicia a modernização e aumento dos níveis de produção e produtividade de nossa agricultura.

As pesquisas científicas, comandadas em sua maioria pela Embrapa, contribuíram decisivamente para transformar o Brasil numa das mais importantes plataformas mundiais do agronegócio.

A modernização da indústria de máquinas e implementos agrícolas e a adoção de programas de sanidade animal e vegetal contribuíram para o aumento da produção agrícola, para a redução de preços dos alimentos e das matérias-primas e para a manutenção de mais de 17 milhões de empregos no campo.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos nós que temos responsabilidade política nos perguntamos: como fazer, em outras áreas da economia, para termos o mesmo sucesso do agronegócio?

É possível transferir para o setor industrial o método vitorioso de nossa moderna agricultura?

Por que outros setores econômicos não seguem o exemplo do agronegócio brasileiro?

            Todas essas questões intrigantes têm levado muitos empresários, economistas, políticos e todos os que se preocupam com o desenvolvimento econômico e social do Brasil a perguntar: por que não montamos uma espécie de Embrapa industrial?

            É possível transplantar o modelo de sucesso da Embrapa para o setor industrial?

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) certamente tem se preocupado com esses problemas e decidiu contratar a empresa de consultoria MB Associados para elaborar um estudo sobre esses importantes temas relacionados com nosso desenvolvimento econômico e social.

O estudo denominado “O Sucesso da agroindústria: o que se pode aprender?” representa uma importante contribuição da Fiesp para a melhoria da eficiência do setor industrial brasileiro e para a adaptação e aproveitamento do que de melhor existe na experiência de sucesso da nossa moderna agricultura.

Não se trata de mero transplante nem, tampouco, de tentativa de cópia de um modelo vitorioso.

            Trata-se de uma pesquisa profunda em que são analisados todos os fatores responsáveis pela elevado grau de desenvolvimento e competitividade internacional de nossa agricultura e aproveitamento de metodologias que podem ser adaptadas para garantir o sucesso no setor industrial.

O estudo da Fiesp nos mostra um quadro analítico e um conjunto de sugestões que poderão contribuir para dar maior eficiência e competitividade ao setor industrial brasileiro, iniciativa que merece todo o nosso apoio e estímulo por seu elevado mérito econômico e social.

Com a publicação do estudo “O Sucesso da agroindústria: o que se pode aprender?”, a Fiesp cumpre uma das mais importantes missões, como entidade representativa do setor industrial, apontando caminhos alternativos para nosso desenvolvimento, facilitando a cooperação entre Governo e iniciativa privada.

            O estudo destaca algumas linhas de ação que podem ser adotadas para melhoria das condições de competitividade de nossa indústria, destacando as seguintes idéias:

A exportação como decisão estratégica dos diferentes setores e das diferentes empresas;

Redução do custo do capital;

Desenvolvimento do vetor pesquisa-tecnologia.

Certamente, o Governo precisa investir na infra-estrutura econômica para reduzir os pontos de estrangulamento nas áreas de energia, transportes rodoviários e instalações portuárias.

A pesquisa precisa ser realizada e desenvolvida em perfeita sintonia com o setor privado, para garantir maior eficiência e maior produtividade na indústria e em áreas correlatas, para que possamos ter um Brasil mais moderno, mais competitivo, não apenas no agronegócio, mas, igualmente, na indústria e no setor de serviços.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo ressaltar essa importante iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que presta mais uma importante contribuição para nosso desenvolvimento econômico e social e reafirma o papel decisivo de uma entidade que atua com eficiência no cumprimento de seus objetivos e de sua missão.

Quero, nesta oportunidade, cumprimentar a diretoria da Fiesp e o quadro técnico da empresa de consultoria MB Associados, que realizou um importante trabalho de pesquisa, diagnóstico econômico e elaboração de alternativas de desenvolvimento industrial.

Iniciativas dessa natureza merecem todo o apoio do Congresso Nacional e de todos quantos se preocupam com nosso desenvolvimento econômico e social.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/12/2004 - Página 39438