Pronunciamento de Hélio Costa em 02/12/2004
Discurso durante a 174ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Contestação às acusações de incompetência da atual gestão feitas pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
- Autor
- Hélio Costa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MG)
- Nome completo: Hélio Calixto da Costa
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Contestação às acusações de incompetência da atual gestão feitas pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/12/2004 - Página 40210
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
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- CONTESTAÇÃO, DECLARAÇÃO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ACUSAÇÃO, INCOMPETENCIA, GOVERNO FEDERAL, SOLUÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS.
- ESCLARECIMENTOS, IMPORTANCIA, ANUNCIO, REDUÇÃO, RISCOS, ECONOMIA NACIONAL, RETORNO, CONFIANÇA, MERCADO EXTERNO, INVESTIMENTO, BRASIL, SUPERAVIT, EXPORTAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DADOS, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), AUMENTO, MEDIA, VIDA, IDOSO, MORTALIDADE INFANTIL, DEMONSTRAÇÃO, MELHORIA, SITUAÇÃO, PAIS.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. HÉLIO COSTA (PMDB - MG. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiro, agradeço ao Senador Ramez Tebet a gentileza de permitir que eu fizesse meu pronunciamento antes da sua fala, que, tenho certeza, aborda assunto da maior importância para o País.
Ouvi tanto, esta semana, referência à incompetência e à competência do Governo, que essas duas palavras me forçam a fazer este pronunciamento.
Senador Ramez Tebet, penso que é perfeitamente natural que uma pessoa que teve o privilégio de ser da classe média alta ou da elite brasileira chegue ao círculo universitário do País como um professor da mais alta qualificação e, de repente, pela força do seu talento, da sua qualidade intelectual, alcance a Presidência da República. O que não é natural é nascer na pobreza, em Pernambuco, descer num pau-de-arara para São Paulo, viver como menino pobre num bairro da cidade, chegar à liderança mais expressiva do sindicalismo nacional e atingir a Presidência da República. Isso é competência! Essa é a importância de se determinar o que é competência e o que não é.
É por essa razão que faço este pronunciamento hoje. Acompanhei, há dois anos, muito atemorizado - diga-se de passagem -, em viagens pelo exterior, o risco Brasil chegar à estratosfera, a 2.700 pontos. O que significava isso? A total desconfiança na economia nacional. Ninguém, na Europa ou nos Estados Unidos, investiria aqui, com segurança, um dólar, um real, porque, com o risco Brasil em 2.700 pontos, não haveria a segurança de que o cidadão obteria seu capital de volta.
Hoje, os jornais do País inteiro estão anunciando que o risco Brasil fica, pela primeira vez, abaixo de 400 pontos! Esse é um marco importantíssimo da economia nacional. Isso quer dizer que, agora, lá fora, o País tem credibilidade. Neste momento, os investidores europeus, americanos, latino-americanos e asiáticos sabem que investir aqui é segurança para o seu dinheiro, para o seu capital. Quando se promover no Brasil o capital, este virá e certamente dará frutos, dará lucro. O Brasil não é mais risco. Agora estamos no mesmo nível em que está a Rússia, estamos em condições melhores que o México e certamente estamos em melhores condições que quase todos os países latino-americanos, notadamente Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile etc. O Brasil agora é visto lá fora como um país que tem, sim, uma administração segura.
Sr. Presidente, é fundamental fazer-se esta relação entre o que foi o Brasil e o que representa hoje o nosso País. Essas informações são, certamente, acrescentadas a outras que leio também na imprensa de hoje, porque vejo nos jornais, principalmente nos de São Paulo, que as exportações brasileiras de novembro atingiram a marca recorde de 87,2 bilhões e se aproximam da previsão do Governo Federal de 94 bilhões. Na verdade, nunca chegamos nem perto de 90 bilhões. É outra marca extraordinária que o Governo consegue e que precisamos destacar. Parece que só notícia ruim é que é notícia para ser dada da tribuna deste Senado.
Vejo que essas notícias que trago hoje, a par do desemprego, que cai em São Paulo e no Rio de Janeiro, da queda abaixo de 400 pontos do risco Brasil, do nosso prestígio, que sobe no exterior, vêm inclusive moldadas por uma outra informação extremamente importante. O IBGE mostra que o brasileiro está vivendo mais: na terceira idade, chega-se à média de 71 anos. As crianças menores de um ano de idade, no passado, morriam na média de 62 por grupo de mil, e, agora, registram-se 37,5 óbitos por grupo de mil. Esse índice ainda é alto, mas isso mostra uma evolução. A evolução política acompanha a evolução social, ou vice-versa: a evolução social acompanha a evolução política.
Por isso, Sr. Presidente, ressalto a importância dessas notícias. Não é só notícia ruim que deve ser divulgada; notícia boa também tem o seu lugar.
Muito obrigado.
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