Pronunciamento de Lúcia Vânia em 02/12/2004
Discurso durante a 174ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Visita à Comissão de Assuntos Sociais de Delegação do Comitê de Ecologia da Assembléia Federal da Federação Russa.
- Autor
- Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
- Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
- Visita à Comissão de Assuntos Sociais de Delegação do Comitê de Ecologia da Assembléia Federal da Federação Russa.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/12/2004 - Página 40254
- Assunto
- Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
- Indexação
-
- REGISTRO, VISITA, DELEGAÇÃO, COMITE, ECOLOGIA, PAIS ESTRANGEIRO, RUSSIA, COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS (CAS), SENADO, OBJETIVO, INTERCAMBIO, CONGRESSISTA, BUSCA, CONHECIMENTO, EXPERIENCIA, BRASIL, DEFESA, MEIO AMBIENTE.
- IMPORTANCIA, ADESÃO, PAIS ESTRANGEIRO, RUSSIA, PROTOCOLO, DEFESA, REDUÇÃO, EMISSÃO, GAS, POLUIÇÃO, MEIO AMBIENTE.
- IMPORTANCIA, INICIO, VIGENCIA, PROTOCOLO, GARANTIA, BENEFICIO, NATUREZA ECONOMICA, NATUREZA SOCIAL, PROTEÇÃO, MEIO AMBIENTE, PAIS, MUNDO, ESPECIFICAÇÃO, BRASIL.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Comissão de Assuntos Sociais recebeu nesta manhã, a pedido de sua excelência o Senhor Embaixador da Rússia, Vladimir Tyurdenev, a Delegação do Comitê de Ecologia da Duma Estatal da Assembléia Federal da Federação Russa, que ora visita o Brasil.
Foi uma visita de intercâmbio parlamentar bilateral, com o objetivo de estabelecimento de contatos diretos com os parlamentares brasileiros. E, também, a busca de conhecimentos específicos sobre as experiências brasileiras na defesa do meio ambiente.
Essa reunião da CAS com a presença da comitiva russa ocorreu no momento em que a humanidade ainda comemora, aliviada, a adesão da Rússia ao Protocolo de Kyoto.
Firmado na cidade de Kyoto, no Japão, em 1997, o Protocolo é um acordo internacional que tem o objetivo de levar os países mais poluentes do planeta a reduzir as emissões globais de gases do efeito estufa em cerca de 5% até 2012, com base nos níveis de poluentes de 1990.
Com a decisão da Rússia o Protocolo poderá ser implementado imediatamente.
Para que tenhamos uma idéia da gravidade da situação, uma revista de circulação nacional divulgou, na semana passada, um estudo que revela que o aquecimento global está esquentando o Ártico quase duas vezes mais rapidamente do que o resto do Planeta.
Como conseqüência, pode ocorrer um “derretimento das geleiras que até o fim deste século pode acabar com a calota polar e elevar o nível dos oceanos em 90 centímetros”, colocando em risco centenas de cidades ao redor do mundo.
É bom salientar que, segundo os especialistas, o Brasil, em relação às emissões de carbono, tem três grandes vantagens e uma grande desvantagem:
As vantagens seriam:
Ser um país de renda média e, por isso, estar fora dos compromissos de redução de emissões de carbono, como os países desenvolvidos;
Ter uma matriz energética com base na hidreletricidade, pela abundância de nossas águas fluviais; e
Possuir uma das florestas mundiais, a Amazônia.
A grande desvantagem é resultante das queimadas da agricultura extensiva e do desmatamento na Amazônia.
As emissões de carbono do Brasil são ao redor de 2,5% das emissões mundiais. E 80% da população brasileira vinculam-se a atividades produtivas não poluentes, pelo menos no nível dos países desenvolvidos.
Mesmo assim, a atuação do Brasil no processo de negociação do Protocolo de Kyoto foi marcada pela defesa do interesse nacional:
Afirmar o direito ao desenvolvimento como um componente fundamental da ordem mundial;
Articular desenvolvimento e sustentabilidade ambiental;
Buscar uma posição de liderança dentre os países emergentes; e
Lutar contra o uso das florestas com regulação internacional, para proteger a Amazônia.
Vê-se que é um assunto que diz respeito a todos os cidadãos. Tanto por sua influência direta nos alimentos, como pela correlação com o problema de sustentabilidade do Planeta em termos de biodiversidade, ecossistema, qualidade de vida, direitos econômicos e pessoais e crença na natureza como patrimônio da humanidade.
É assunto que, por sua natureza política e social, concerne ao Congresso Nacional, em virtude da necessidade do estabelecimento de instrumentos legais e estruturas institucionais adaptados à realidade do nosso tempo.
Chamo, pois, a atenção desta Casa para a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, que deve trazer benefícios ambientais, econômicos e sociais para o Brasil.
Ao estabelecer no art. 5º da Constituição Federal o direito à vida como valor fundamental, o constituinte certamente o fez entendendo que esse direito deve ser exercido num ambiente ecologicamente equilibrado.
E nós, representantes da população brasileira, temos muita responsabilidade nesse equilíbrio.
Obrigada.
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