Discurso durante a 176ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Entrega à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) de estudos de viabilidade para a construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia.

Autor
Fátima Cleide (PT - Partido dos Trabalhadores/RO)
Nome completo: Fátima Cleide Rodrigues da Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENERGIA ELETRICA.:
  • Entrega à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) de estudos de viabilidade para a construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia.
Publicação
Publicação no DSF de 08/12/2004 - Página 41384
Assunto
Outros > ENERGIA ELETRICA.
Indexação
  • IMPORTANCIA, ENTREGA, ESTUDO, AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELETRICA (ANEEL), VIABILIDADE, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, RIO MADEIRA, ESTADO DE RONDONIA (RO), OBJETIVO, LIGAÇÃO, ABASTECIMENTO, SISTEMA NACIONAL DE ELETRIFICAÇÃO, INVESTIMENTO, SETOR, ENERGIA ELETRICA, REGIÃO AMAZONICA, CRIAÇÃO, OPORTUNIDADE, POPULAÇÃO.

A SRª FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT - RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, amanhã, às 10 horas, Furnas, empresa que atua há 50 anos no País, e a construtora Norberto Odebrecht entregam à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) os estudos de viabilidade para a construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em meu Estado, Rondônia.

            Este é um importante passo, Srªs e Srs. Senadores, para a pactuação de um conjunto de investimentos do setor elétrico na Amazônia, que tem como objetivo interligar e abastecer o sistema nacional.

É Rondônia, Srªs e Srs. Senadores, mais uma vez dando valiosa contribuição ao Brasil. Mas queremos, como legítima representante do Estado no Senado, contribuição efetiva do Brasil, do Governo Federal, da classe política e dos que estão envolvidos direta ou indiretamente com os projetos hidrelétricos no Madeira, para com o povo de Rondônia

Isso significa dizer a efetiva universalização do acesso e do uso dos serviços de energia elétrica, dentro do conceito de Inclusão Social. Significa dizer a efetiva criação de uma rede de serviços e pequenas empresas, advindos com estes projetos que sabe-se de longa execução, para fomentar a economia local, gerar empregos e renda. 

Contribuir com Rondônia significa dar oportunidade para a mão-de-obra local, capacitando-a a operar as atividades que no futuro se avizinham no canteiro de obras das hidrelétricas. 

Não podemos repetir erros do passado. Grandes e vultosas obras em solo amazônico, dirigidas de cima para baixo, sem consulta à sociedade afetada. Grandes obras que muito impacto ambiental e social causaram, trazendo sofrimento e prejuízo para as comunidades tradicionais da Amazônia.

Estou otimista. Tenho certeza de que tais erros não se repetirão.

As hidrelétricas do Madeira são, sem dúvida, as maiores obras de infra-estrutura do Governo Lula, cujo impacto econômico será sentido em todo território nacional. É um projeto do Governo Lula, de política definida pelo PT, que pensa o Brasil a longo prazo.

Com estudos de inventário e viabilidade iniciados em 2001, ao longo de 260 KM do Rio Madeira, Furnas projeta usinas de baixo impacto ambiental, o que é favorecido pela geografia do Madeira, que possibilita construção de usinas de baixa queda.

Utilizará turbinas bulbo, o que limita os níveis de água nos reservatórios a volumes pouco superiores aos das cheias e, assim, determinam situação de reduzido impacto ambiental.

A usina de Jirau, com potencial de geração estimado em 3.300 Mw, é parte de um conjunto de investimentos em obras integradas de infra-estrutura, previsto pelo PPA 2004-2007, que atinge a cifra de 13,2 bilhões de reais.

Além de Jirau, outra hidrelétrica está prevista, a de Santo Antônio, com capacidade de geração da ordem de 3.700 mega-watts. É intenção de Furnas, conforme divulgação feita, ainda este mês encaminhar os estudos de viabilidade desta hidrelétrica. A previsão de entrega dos Estudos de Impacto Ambiental é março de 2005. 

Integra também o conjunto de investimentos sobre o qual falei acima a criação de um sistema de hidrovias totalizando 4.225 quilômetros no Brasil, Bolívia e Peru, utilizando-se as bacias dos rios Madeira, Mamoré, Beni, Guaporé, Madre de Dios e Orthon.

Este projeto, Srªs e Srs. Senadores, é de imensa magnitude e por isso mesmo exige das lideranças políticas da região amazônica e do Governo Federal redobrada atenção, posto que insere o País num contexto de integração sul-americana bastante competitiva, na direção dos mercados do Pacífico. 

Mas quero por ora continuar a falar das hidrelétricas do Madeira. Julgo ainda da maior importância, e aí entra um plano que requer algum prazo, a interligação elétrica dos Estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Oeste de Mato Grosso (que constituem sistemas isolados) ao sistema elétrico interligado nacional. 

Essa interligação, entre Estados que têm muito em comum e também muito têm em diferenças, é imprescindível para fortalecer a região, para contribuirmos, no futuro, de modo mais significativo com o PIB da Nação.

Para alavancar nosso crescimento econômico e social de modo individual e coletivo, gerando oportunidades para a população da Amazônia.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/12/2004 - Página 41384