O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a frase acima, gravada na entrada do antigo prédio da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, expressa uma verdade e nos desperta uma tríplice relação: saúde-médico-lei. Como membro da Subcomissão de Saúde da Comissão de Assuntos Sociais, ainda nesta semana tendo debatido pesquisas sobre a saúde do nosso povo, uma das primeiras lembranças nas nossas caminhadas pela vida são as figuras dos médicos.

Este meu pronunciamento tem, em primeiro lugar, o sentido de gratidão e de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelos médicos de nosso país. Quem não precisou da ajuda de um médico em algum momento da vida para si próprio ou para um familiar? Quase todos nós temos gravada em nossa memória a figura de um médico presente em um momento crucial de nossa vida familiar. Quando tudo parecia desesperador e estávamos perdidos com o que fazer, a presença do médico recolocava a calma, a segurança, as condições para que fosse possível tomar a melhor decisão. Naqueles momentos decisivos, em que todo o possível já foi realizado, a presença do médico ajuda a aceitação da passagem decisiva da vida humana. A sua palavra de consolo e de esperança é, muitas vezes, a primeira e oportuna.

O que todos nós esperamos do médico? Que ele seja profundamente humano e saiba aliar humanidade com competência científica. Por tratar-se de profissão chamada a atuar junto ao ser humano num momento crucial como é o da perda da saúde, a humanidade do médico é essencial. Ela se compõe de compreensão, entendimento, acolhida, generosidade, misericórdia, paciência. Sem dúvida , tudo isto é muita coisa para ser exigido de uma pessoa. Não bastasse isso, ele precisa estar preparado científica e tecnicamente para diagnosticar e propor a terapêutica adequada. Compreendemos, logo, que a tarefa é para vocacionados.

No atual momento, quando o desenvolvimento tecnológico apresenta surto fantástico de desenvolvimento, o equilíbrio entre a atenção humanitária, que tem a sua expressão na qualidade da relação médico-paciente, e a utilização dos novos meios de diagnóstico e de terapêutica, constitui, sem dúvida, um grande desafio.

Outra expectativa da sociedade como um todo é a participação efetiva e essencial dos médicos na formulação das políticas públicas que visam a promoção da saúde. Pelo conhecimento e pela proximidade com o trato das doenças, eles tem condições de apontar os caminhos para a prevenção daquelas patologias que apresentam causas evitáveis. Neste sentido, deve ser louvada a participação daqueles médicos que se dispõem a prestar a colaboração do seu conhecimento na formulação das leis e na concretização das políticas que visam dar mais saúde à população.

A luta pela justiça social na saúde, que se expressa no bom atendimento e no acesso de todos aos melhores meios de atenção quando doentes, dignifica os médicos que lutam por este ideal. Neste sentido, há um longo, porém necessário caminho a ser vencido em termos dos serviços públicos de saúde. Seremos um país socialmente justo no dia em que o filho do operário puder contar com os mais adequados meios para o seu atendimento, como conta o filho do empresário no caro plano de saúde ou atendimento particular.

O desenvolvimento das várias áreas profissionais no campo da saúde desafia os médicos a compreenderem e a se integrarem nas equipes multidisciplinares, onde cada um, cônscio de sua competência e de seus limites, esforça-se em contribuir para o fim de todo trabalho, qual seja, o bem do paciente ou a melhor solução para o encaminhamento dos planos de promoção da saúde.

Sabemos que nem sempre as condições de trabalho oferecidas aos médicos são as melhores e nem sempre é adequada a retribuição e proporcional o reconhecimento da sociedade, considerando o que do médico se espera e mesmo se exige.

Considerando tudo isto, julgamos de extrema justiça sempre registrar o reconhecimento deste parlamento aos médicos deste país. Esperamos que o seu espírito de humanidade e de serviço contagie sempre mais a todos os segmentos da sociedade e, principalmente, a nós legisladores, para que possamos todos juntos sanar os males, superar as dificuldades, construir uma pátria sadia e forte.