Pronunciamento de Heloísa Helena em 14/12/2004
Discurso durante a 181ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Transcurso do primeiro ano do processo de expulsão de S.Exa. do Partido dos Trabalhadores.
- Autor
- Heloísa Helena (PSOL - Partido Socialismo e Liberdade/AL)
- Nome completo: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA PARTIDARIA.:
- Transcurso do primeiro ano do processo de expulsão de S.Exa. do Partido dos Trabalhadores.
- Aparteantes
- Eduardo Suplicy, Geraldo Mesquita Júnior, Juvêncio da Fonseca, Osmar Dias, Ramez Tebet.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/12/2004 - Página 43159
- Assunto
- Outros > POLITICA PARTIDARIA.
- Indexação
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- REGISTRO, ANIVERSARIO, PROCESSO, EXPULSÃO, ORADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
- COMENTARIO, IMPORTANCIA, OBTENÇÃO, NUMERO, ASSINATURA, FORMALIZAÇÃO, PARTIDO POLITICO, DEFESA, SOCIALISMO, LIBERDADE, CUMPRIMENTO, LEGISLAÇÃO ELEITORAL.
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje é, sem dúvida, uma data muito importante nas nossas vidas. A data nos lembra o aniversário do nosso querido Senador Lauro Campos, que hoje está lá no céu, chefiando, certamente, parte do exército dos guerreiros celestiais, conspirando a favor da humanidade, contra o FMI, graças a Deus, e todos os que representam o FMI.
Agradeço ao Senador Augusto Botelho, que me concedeu sua inscrição, possibilitando minha fala neste momento.
Hoje, Senador Geraldo Mesquita, é um dia muito especial porque faz um ano da nossa expulsão do PT; hoje faz um ano daquele período extremamente difícil das nossas vidas. Além do grande embate ideológico, Senador João Alberto, é toda a emoção de anos de vida dedicados. Imagine o que é ser expulso de um partido para cuja construção foram dedicados os melhores anos da sua vida; ser expulso por fidelidade programática; ser expulso por defender as resoluções partidárias.
Então, significa uma dor, um constrangimento, uma humilhação. Significa chegar a casa, Senador Mozarildo Cavalcanti, e ter de pegar todas as camisetas, os brochinhos, as fotografias, as lembranças de um tempo vivido e colocar tudo numa caixa hermeticamente fechada, deixar na casa de algum amigo, para que, numa noite de saudade, não ocorra a tentação de reencontrar a sua própria história. É um momento extremamente difícil e especial das nossas vidas, quando, ao lado da nossa querida Deputada Luciana Genro e dos nossos queridos Deputados João Batista Babá e João Fontes, fomos expulsos pela medíocre cúpula palaciana do PT, em nome dos novos dogmas da sórdida conivência e convivência com o capital que nos levou à legenda.
Um padre amigo meu, Padre Heraldo, do sertão das Alagoas ficava danado quando eu chorava pelo PT. Padre Heraldo era maravilhoso e dizia que não gostava de ricos e que nunca precisou deles para colocar flor nos seus santos; os pobres colocam as flores. Ele dizia: “Heloísa, partido é meio, assim como igreja. O fim é o reino de Deus. As igrejas são o meio”.
Naquele momento, descobrimos que eles levaram a legenda, mas não levaram o que tínhamos de melhor, mais digno e mais precioso: o nosso coração socialista e a nossa alma dedicada à causa da liberdade.
E o que é mais especial, Senador Geraldo Mesquita, é que, hoje, quando faz um ano do tribunal de inquisição do santo ofício, que, tal qual o outro, de santo nada tinha, um ano da inquisição, justamente agora conseguimos mais do que as 438 mil assinaturas necessárias para a legalização do nosso PSOL. Sabem todos que nenhum outro partido - nenhum outro! - precisou submeter-se a uma tarefa tão difícil como essa que tivemos de realizar como cobaias da nova legislação eleitoral, pois precisávamos de 438 mil assinaturas.
E conseguimos. Olhe, foi muita luta, muita. Andamos muito, trabalhamos muito, muito, muito. Fomos quase à exaustão física. Trabalhamos muito, do jeito como sempre o fizemos: com muita disciplina, de forma conseqüente, fazendo os embates ideológicos que deveriam ser feitos, mas, acima de tudo, com muita alegria.
Não passamos todo o primeiro semestre coletando assinaturas, não, porque, se após a expulsão, tivéssemos iniciado a coleta, em março já estaríamos com tudo pronto. Honrando a tradição da esquerda socialista, passamos todo o primeiro semestre andando em todos os Estados do Brasil, construindo coletivamente o programa provisório do PSOL. Fizemos o nosso primeiro encontro em junho e, há quatro meses, iniciamos a coleta das assinaturas. Em cada Estado, um carinho especial - flores, abraços, afeto, solidariedade...muita solidariedade.
Meu profundo agradecimento a todas as pessoas que foram parte dessa caminhada; meu profundo agradecimento à Luciana, ao Babá, ao João Fontes e a todos os outros militantes da esquerda socialista; meu profundo agradecimento a todos aqueles que nos possibilitam ser parte da construção de um abrigo para a esquerda socialista e democrática, que não se vende e não se rende ao capital e ao poder.
O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (Bloco/PSB - AC) - Senadora Heloísa Helena...
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL) - Meu profundo agradecimento a idosos, jovens, crianças, mulheres e homens, das pessoas mais simples, catando lixo nas ruas, às pessoas mais sofisticadas, no saguão dos aeroportos; às pessoas que não compreendiam muito bem o que estávamos a defender ou àquelas pessoas que têm um abismo nos separando ideologicamente e que não concordam com nada do que defendemos, mas que, acima de tudo, entendem que temos o direito de defender, de lutar, de construir uma estrutura partidária em que efetivamente acreditemos.
Trabalhamos muito e aprendemos muito, muito mais. Consolidamos mais ainda as nossas concepções programáticas socialistas. Consolidamos mais ainda aquele velho ditado, Senador Geraldo Mesquita, que V. Exª usa no seu cotidiano de vida, aquela velha máxima que diz: numa luta entre desiguais, a indiferença, o silêncio, a omissão é sempre a cumplicidade com o mais forte. Estando numa democracia, até entendemos que alguns defendam o capital, ou como liberais, ou como neoliberais, ou como cínicos enamorados da terceira via ou como novos neoliberais, mas nós temos um lado e estamos aqui para combater o capital. Estamos aqui a serviço da classe trabalhadora, da nossa classe.
Senador Geraldo Mesquita, concedo um aparte a V. Exª com muita gratidão por ter-nos recebido tão bem, de forma generosa e democrática, sem vinculação política ou partidária alguma, no nosso belo Acre.
O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (Bloco/PSB - AC) - Senadora Heloisa Helena, a expulsão de V. Exª e dos Deputados que acaba de mencionar há pouco, claro, foi um ato de violência, um ato traumático. Hoje, porém, faço uma confissão: não sei se ainda lamento a expulsão. Agora, uma coisa eu lhe digo com toda certeza: festejo a coragem e a bravura de V. Exª e de tantas companheiras e companheiros que, em boa hora, enxergaram a possibilidade de inaugurar um novo jeito de caminhar, digamos assim, reunindo aquelas bandeiras, as quais V. Exª se refere, que não têm dono. Se alguém, porventura, largou pela estrada bandeiras que, com tanto sacrifício, vínhamos sustentando ao longo desses anos, V. Exª tem razão, essas bandeiras não têm dono. Em boa hora, V. Exª e um grupo enorme de valorosos brasileiros se uniram para formar um novo partido, e hoje temos que festejar por conseguirmos que isso se tornasse realidade. E digo conseguirmos, porque tenho o orgulho e a honra de dizer que o meu nome está entre aqueles 483 mil brasileiros que assinaram a lista para que o PSOL hoje pudesse ser, segundo as regras atuais da legislação eleitoral, um novo partido no nosso País. Creio que o que fiz era desejo de todo socialista: prestar a solidariedade imprescindível a pessoas que têm compromisso com a nossa história, que têm compromisso com os trabalhadores, que têm compromisso com as transformações de que este País precisa e que se juntaram para constituir um novo partido de cunho e de inspiração socialista. Como socialista, senti-me no dever - não um dever de sacrifício, mas um dever de esperança, um dever prazeroso -, mesmo nas fileiras do meu Partido, de aplaudir e torcer para que o PSOL venha a se constituir cada vez mais numa opção político-partidária para o povo brasileiro. Operaremos as grandes transformações esperadas pelo povo juntando essas forças à força genuína deste País, a do trabalhador brasileiro, daqueles que estão num estado de estupefação com o que está ocorrendo no Brasil. Quando isso ocorrer, estaremos em condições de festejar inspirações como a de V. Exª e de tantos companheiros que, em boa hora, enxergaram o PSOL como uma alternativa viável e concreta para veicular toda a nossa energia e esforço no sentido de construirmos um novo Brasil. Dou os parabéns a V. Exª e a todos que se perfilam na bandeira do PSOL, esse novo Partido de inspiração e de cunho socialista, que, tenho certeza absoluta, não veio para fazer graça, mas para fazer grandes transformações. Muito obrigado.
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL) - Agradeço a V. Exª.
O Sr. Ramez Tebet (PMDB - MS) - Senadora Heloisa Helena, V. Exª me permite um aparte?
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL) - Ouço V. Exª, Senador Ramez Tebet.
O Sr. Ramez Tebet (PMDB - MS) - Senadora Heloisa Helena, sinceramente não conheço nenhuma atividade humana que apresente tantas contradições como a atividade política. Em outras profissões, é claro, há teses discordantes, maneiras de proceder discordantes, mas a política, na cadeia de fatos, na sua história, apresenta contradições que, se formos enumerar, não pararíamos aqui. Mas, sinceramente, se o seu ex-partido, o PT, continuasse a seguir a mesma linha de procedimento que teve com V. Exª e com os Deputados que também foram expulsos, já não teria maioria na Câmara com toda a certeza e, no Senado, sentiríamos alguns dissabores por ver que um partido político, em pleno século XXI, pune quem tem idéias. Presto a mais viva homenagem a V. Exª, que não foi punida por um ato desabonador da sua conduta. V. Exª sempre teve a sua atuação parlamentar, não só pelo seu Partido, mas também pelos seus colegas de Parlamento, cantada em prosa e verso. V. Exª é uma lutadora, defende com bravura os seus ideais e, em pleno século XXI, sofreu uma punição por defender idéias. Nunca vi isso. Lembro-me até de um filósofo, não sei se é Voltaire, que dizia: não concordo com uma palavra do que diz, mas defenderei até o último instante o seu direito de defender as suas idéias. V. Exª, que derrama lágrimas - naturalmente de saudade -, ocupa a tribuna não para um lamento. Interpreto o pronunciamento de V. Exª como um estímulo ao novo Partido que V. Exª e os seus companheiros estão tentando formar no nosso País. V. Exª perdeu a sigla do seu Partido, mas não perdeu o seu ideal. Sob o nome do SOL - presumo que seja o sol da liberdade -, V. Exª há de continuar a sua trajetória e a ser aplaudida por aqueles que defendem o direito das pessoas discordarem.
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL) - Senador Ramez Tebet, agradeço a V. Exª que, inclusive, à época de toda a polêmica pública, teve a coragem de publicar um artigo sobre as questões do direito à liberdade ou da chamada fidelidade programática e partidária. Tenha a certeza - mulher chora por tudo, graças a Deus; homem só chora escondido e fica com problemas nas glândulas lacrimais - de que hoje choro em agradecimento, o mais profundo agradecimento a milhares de pessoas, mulheres e homens de bem e de paz, militantes combativos, que nos auxiliaram nessa travessia no deserto e que foram caminhantes, andarilhos, lutadoras e lutadores do povo nessa construção.
Concedo um aparte ao Senador Eduardo Suplicy, mais uma vez agradecendo a V. Exª, agradecendo a você, meu grande companheiro, que foi presença quando o mais cômodo seria ser ausência e silêncio. Tem uma velha máxima, Senador Mozarildo, que diz assim: “Nem sempre a mão que dispara o gatilho é a mão que porta a arma”. Igualmente covardes foram os que preferiram o silencio cúmplice e a omissão a defender o que faz parte da nossa essência: a liberdade. A minha profunda homenagem ao meu querido companheiro Suplicy, presença serena, com espírito de conciliação, que tentou ajudar, mas, acima de tudo, atuou de forma corajosa e combativa como sempre pautou a sua vida.
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senadora Heloísa Helena, cumprimento V. Exª e o PSOL, Partido Socialismo e Liberdade, por terem conseguido número tão significativo de assinaturas, mais do que o necessário para a constituição do Partido pela lei vigente. Todos sabemos que essa não é uma tarefa fácil. Reitero, como fiz há um ano, que preferiria que V. Exª e os Deputados Babá, Luciana Genro e João Fontes estivessem ainda nas fileiras do Partido dos Trabalhadores, mesmo que, em algumas ocasiões, fazendo críticas duras ao Governo do Presidente Lula. Na minha avaliação, essas críticas teriam sempre um sentido de construção, sobre as quais o Presidente e seus Ministros deveriam refletir.
(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Até porque certas posições defendidas por V. Exªs são as mesmas já propugnadas, anteriormente, por Lula e por todos nós. Em alguns momentos, V. Exª e eu temos tido diferenças, ainda dentro do PT, e continuaremos a ter, mas creio que serão muitos, como tem havido na nossa história comum, os momentos em que teremos - e continuaremos a ter - os mesmos objetivos maiores: de liberdade, de igualdade, de fraternidade, de respeito aos direitos humanos e de aprofundamento da democracia. O meu desejo é de ter em V. Exª e nos companheiros do PSOL pessoas de um Partido irmão, que creio, pela experiência, em muitas ocasiões, estaremos juntos. Deixo o meu abraço fraterno.
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL) - Com certeza, com V. Exª, estaremos juntos em muitos momentos, Senador Eduardo Suplicy.
O Sr. Juvêncio da Fonseca (PDT - MS) - Senadora, permite-me V. Exª um aparte?
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL) - Pois não, Senador Juvêncio da Fonseca, com muito prazer.
O Sr. Juvêncio da Fonseca (PDT - MS) - Senadora Heloísa Helena, V. Exª representa, para nós, a luta pela liberdade de expressão e pela liberdade democrática neste País. O seu Partido anterior, o PT, juntamente com o PMDB e outros Partidos construíram a nossa maior conquista: a democracia, que queremos viver plenamente. E, quando pensamos que estamos vivendo plenamente a democracia, V. Exª - que lutou tanto por ela e que é uma legítima representante dessa luta - é expulsa de campo. Foi uma tristeza para o País, para todos nós, porque, seja qual for a sua posição ideológica, a preservação da expressão da vontade das suas idéias é a essência da democracia. Houve uma perseguição partidária, e, pela profissão de fé programática e por um simples voto aqui ou acolá divergindo da cúpula, V. Exª foi expulsa. Naturalmente, todo o povo brasileiro também sonhava com aquilo que V. Exª sonhou e continua sonhando hoje.
(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)
O Sr. Juvêncio da Fonseca (PDT - MS) - E esse povo sente, em certos instantes, como sinto também, que aquela esperança que tínhamos de uma mudança completa, para um rumo diferente deste País, acabou. Temos que renovar essa esperança. E V. Exª sabe que, hoje, mesmo estando em um Partido que não é aquele do seu coração, V. Exª está à frente da luta, e todos estão a observar a sua mesma garra, determinação e vontade, como a grande brasileira que a todos nós honra e orgulha.
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL) - Agradeço a V. Exª, Senador Juvêncio. Sabe V. Exª que tivemos muitas contendas nesta Casa, contendas ideológicas, programáticas, mas sempre zelando pelo carinho e respeito, como duas pessoas civilizadas. Imagine V. Exª se tudo o que eu aqui disse, quando era Líder da Oposição ao Governo Fernando Henrique Cardoso, eu precisasse desfazer numa sórdida demonstração de vigarice política e demagogia eleitoralista, eu não conseguiria nem olhar no olho de V. Exª.
Concedo um aparte ao Senador Osmar Dias, contando com a pequena solidariedade do Sr. Presidente, Senador Eduardo Siqueira Campos, que sei que é cumpridor do Regimento, como eu, apenas para que possamos ouvir o Senador Osmar Dias, que foi meu companheiro na Comissão de Assuntos Sociais, e para que possa concluir o meu discurso. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Campos. PSDB - TO) - A solidariedade nunca é pequena, ela é grande, principalmente em se tratando de V. Exª, Senadora Heloísa Helena.
O Sr. Osmar Dias (PDT - PR) - Senadora Heloísa Helena, serei muito rápido. Não poderia deixar de participar deste aniversário que V. Exª comemora hoje. Também eu já comemorei esse aniversário várias vezes por ter saído de um Partido nas mesmas condições que V. Exª saiu do PT. Entendo que V. Exª tem motivos para chorar de alegria neste momento. E desejo a V. Exª que continue na mesma estrada, com a mesma energia, com o mesmo vigor e com a mesma luz que sempre teve. Felicidades nessa nova caminhada e tomara que seja no PSOL ou no PDT.
A SRª HELOÍSA HELENA (PSOL - AL) - Meu abraço aos meus queridos do PDT, V. Exª, Senador Jefferson Péres, Senador Augusto Botelho, Carlos Lupi, o velho Brizola, e o meu agradecimento por terem me oferecido abrigo em um momento muito difícil da minha vida, em que preferimos seguir esse outro caminho. Mas, com certeza, estaremos juntos em muitos momentos da história deste País.
Para encerrar, agradeço muito, de todo coração, a todas as pessoas que foram presença constante. Estávamos em meu gabinete com o Edílson, da Executiva Nacional, que viajou para cá de ônibus em dois dias, com tantos outros militantes que, de forma simples, humilde, contribuíram muito para que chegássemos aqui hoje. Agradeço de todo coração aos muitos que nos ajudaram, aqueles que não se resignaram, não se acovardaram, não se corromperam. Agradeço muito aos que não se corromperam quando o medo oculto em sua tocaia alvejou muitos que sinalizavam a esperança e hoje simbolizam apenas o medíocre servilismo do poder.
Muitos que hoje arrotam a arrogância esnobe e ridícula do repugnante convescote do poder e do capital são apenas traidores da classe trabalhadora e de todas as concepções acumuladas pela Esquerda socialista e democrática. Por isso só tenho a agradecer a todos que foram parte dessa construção do PSOL, do socialismo e da liberdade.
Finalizo meu discurso, com quatro linhas de um poeta de Goiás - que nem se diz poeta, mas que é poeta mesmo - o grande Luis Fortini, o Fofó, que fala do socialismo:
Eu te vejo regato audaz
Um rio caudal
Engolindo a podridão, fecundando a terra,
Construindo a vida
E em ti navegará,
Continental e poderoso
Um barco imenso
De flores e de pão!
Deixo o meu profundo agradecimento a todos aqueles que foram parte da construção de um abrigo para a Esquerda socialista e democrática, para a Esquerda que não se vende para chafurdar na pocilga do capital. Um grande abraço para todos e meus profundos agradecimentos.
Ainda vamos continuar recebendo as assinaturas. Existem muitas pessoas que ligaram para o gabinete, dizendo que têm assinaturas; pessoas maravilhosas e queridas que ainda não assinaram porque, na ânsia de obter assinaturas, acabaram esquecendo de assinar. Não há problema. Até o final de janeiro, estaremos recebendo.
O importante é que concluímos essa primeira tarefa e estaremos recebendo todas as outras tarefas, para que, após o recesso da Justiça, possamos dar entrada no TSE.
Meu profundo agradecimento a todos que possibilitam que eu seja parte, apenas parte, dessa caminhada.