Discurso durante a 174ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Questiona ofício do presidente do Tribunal de Contas da União, Valmir Campelo permitindo a invasão do Tribunal ou de residência de servidores pela Polícia Federal.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.:
  • Questiona ofício do presidente do Tribunal de Contas da União, Valmir Campelo permitindo a invasão do Tribunal ou de residência de servidores pela Polícia Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 03/12/2004 - Página 40236
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, OFICIO, PRESIDENTE, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), AUTORIZAÇÃO, INVASÃO, SEDE, ORGÃO PUBLICO, RESIDENCIA, SERVIDOR, PREJUIZO, ENTIDADE.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pela ordem. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o ofício que acaba de ser lido pelo Sr. 1º Secretário, do meu amigo Valmir Campelo, Presidente do Tribunal de Contas da União, é lamentável.

Confesso que, se há uma pessoa por quem tenho uma amizade fraterna, desde o Senado e do Tribunal de Contas, é Valmir Campelo. Considero-o talvez o mais lhano dos Ministros do Tribunal de Contas. É extremamente educado, muito atencioso com os seus colegas Senadores, e eu só lhe tenho motivos de gratidão. Entretanto, penso que esse ofício não deveria ser enviado para ninguém, porque mostra uma fraqueza do Tribunal de Contas quando este precisa ficar forte para enfrentar os absurdos que o Governo Luiz Inácio Lula da Silva comete. E com esse ofício, ele se entrega totalmente à Polícia Federal.

Não tenho nada contra a Polícia Federal, considero inclusive que ela tem agido maravilhosamente nos últimos tempos em todos os setores, mas é inacreditável que o Presidente do Tribunal aceite a invasão do Tribunal ou de residência de membros do Tribunal pela Polícia Federal. Isso porque evidentemente poderia ser feito de outra maneira. Também não se pode aceitar que a Polícia Federal faça tudo. Daqui a pouco, colocarão algema no próprio Presidente do Tribunal com esse ofício, porque ele reconhece que tudo está certo! Ora, se reconhece que tudo está certo, deveria ter visto que esses funcionários não cabiam nos seus respectivos cargos.

Portanto, lamento esse ofício e aconselho que, se o Ministro não o enviou para outras pessoas, reexamine, porque esse ofício depõe contra o Tribunal de Contas da União de uma forma, ou de outra: ou lá estão com as pessoas inadequadas, diria até desonestas, ou, se não está com pessoas desonestas, não pode dar o atestado de desonesto antes da própria Polícia Federal.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/12/2004 - Página 40236