Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de encontro realizado no último sábado em Aracaju/SE com os prefeitos recém-eleitos. Considerações sobre a distribuição de recursos no Orçamento Geral da União para 2005.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DE SERGIPE (SE), GOVERNO ESTADUAL. ORÇAMENTO.:
  • Registro de encontro realizado no último sábado em Aracaju/SE com os prefeitos recém-eleitos. Considerações sobre a distribuição de recursos no Orçamento Geral da União para 2005.
Aparteantes
Heloísa Helena.
Publicação
Publicação no DSF de 21/12/2004 - Página 44070
Assunto
Outros > ESTADO DE SERGIPE (SE), GOVERNO ESTADUAL. ORÇAMENTO.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE SERGIPE (SE), ENCONTRO, PREFEITO, MUNICIPIOS, OPOSIÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ORGANIZAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB), PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB), PARTIDO LIBERAL (PL), PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC DO B), COORDENAÇÃO, PREFEITO DE CAPITAL.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, PREFEITO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE SERGIPE (SE), MELHORIA, SANEAMENTO BASICO, TRANSPORTE, EDUCAÇÃO, SAUDE.
  • ACUSAÇÃO, COMISSÃO, ORÇAMENTO, FAVORECIMENTO, REGIÃO, CRITICA, FALTA, ATENÇÃO, EMENDA COLETIVA.

O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria de aproveitar este ensejo, quando V. Exª me concede a palavra, para registrar, perante o Senado Federal, um encontro que foi realizado no último sábado, na cidade de Aracaju, envolvendo Prefeitos recém-eleitos em 2004, que fazem parte de uma aliança de oposição ao Governo do Estado.

O seminário foi organizado sob os auspícios dos Partidos que compõem essa base de aliança - o PT, o PSB, o PTB, o PL e o PCdoB - e contou com a participação de Prefeitos e Parlamentares do PMDB, que ali compareceram e puderam constatar pessoalmente a validade de integrar um conjunto de forças para empreender mudanças que considero importantes, tanto no plano político, quanto no social e econômico, no Estado de Sergipe.

O encontro teve a coordenação, Sr. Presidente, do Prefeito Marcelo Déda, da Capital do Estado, do Partido dos Trabalhadores. Esse Prefeito teve mais de 70% da preferência popular e foi eleito com o apoio intransigente do nosso Partido e também de outros. O povo de Aracaju, naturalmente, ao dar vitória tão estrondosa ao Prefeito Marcelo Déda, concedeu-lhe esse privilégio, porque, na realidade, o administrador público vale, hoje, pela responsabilidade, pelo compromisso efetivado, pela honradez com que trabalha, pela obra bem feita e bem acabada, enfim, pelos atributos indispensáveis a um administrador público que, candidato à reeleição, só consegue a vitória depois de uma avaliação da população, da coletividade.

Isso foi feito na cidade de Aracaju, porque o Prefeito Marcelo Déda realizou uma obra ímpar, tanto na periferia quanto no centro da cidade, nos setores de Educação, de Saúde Pública, de embelezamento da cidade, de pavimentação e drenagem, enfim, uma obra que lhe deu respaldo para que se apresentasse, de novo, ao lado de Edvaldo Nogueira, como candidato a vice, perante seu eleitorado.

Ele, de fronte erguida, demonstrou que foi para a Prefeitura de Aracaju para cumprir um programa de Governo previamente estabelecido e aprovado pelo povo. Diante da televisão e dos comícios, humildemente se apresentava como um simples cidadão, mas na certeza de que o seu dever havia sido cumprido integralmente.

De fato, Sr. Presidente, abertas as urnas, foi a maior vitória da história de Aracaju. Nunca um Prefeito recebeu tantos votos como Marcelo Déda, numa verdadeira consagração popular.

Pois foi justamente o Prefeito Marcelo Déda que tomou a iniciativa de congregar nesse encontro, nesse seminário, Prefeitos das mais variadas tendências para discutir não apenas o momento político estadual, após a realização do pleito municipal, mas também os mais diferentes temas da problemática municipal, que envolvem os interesses, exclusivamente, do Estado e do Município.

Por isso, Sr. Presidente, quero registrar com estas palavras que fiquei realmente impressionado com o comparecimento dos Prefeitos que fazem parte do grupo oposicionista no Estado. Quase 30 Prefeitos ali estiveram, discutindo com o Senador Antonio Carlos Valares, com os Deputados Federais Jackson Barreto, Pastor Heleno e Bosco Costa e, também, com a representação do Governo Federal, por meio da Secretária Executiva do Ministério das Cidades, que representou o Ministro Olívio Dutra. Foi um encontro realmente produtivo, que vai render, sem dúvida alguma, benefícios para esses administradores públicos, alguns dos quais foram reeleitos e reconduzidos ao Governo Municipal por sua boa performance como administradores.

Com a responsabilidade que cabe a cada um deles, temos certeza absoluta de que teremos um novo período de Governo voltado para as obras que atendam os interesses maiores da comunidade, como saneamento básico, estradas, Educação e Saúde. É preciso, também, dar assistência social às pessoas, às populações menos favorecidas, notadamente no que diz respeito às obras de habitação.

Portanto, Sr. Presidente, trata-se de um momento ímpar na vida do Brasil e do Estado de Sergipe. O administrador que tira nota 10 por seu comportamento como governante é aprovado pelo povo. Antes, Sr. Presidente, a irresponsabilidade pública, a desfaçatez, a enganação, o engodo e a demagogia prevaleciam sobre a verdade; a mentira sepultava a lógica do conhecimento administrativo. Antes, o que acontecia era isso. Mas, de uns tempos para cá, graças à melhor formação política do nosso povo, estão aí os noticiários da televisão trazendo informações do Brasil inteiro; está aí a ação do Ministério Público, dos Tribunais de Contas dos Estados e da União; está aí a ação das Câmaras de Vereadores e também do Congresso Nacional, que aprovou a Lei de Responsabilidade Fiscal, fazendo com que o administrador público seja um gestor da coisa pública com eficiência, com honradez e, acima de tudo, com o pensamento na melhor realização em favor do seu povo.

Por essa razão, Sr. Presidente, congratulo-me com os Prefeitos municipais eleitos das mais diferentes correntes, mesmo aqueles que, por esse ou aquele motivo, não compareceram ao nosso encontro.

E aqui, como Senador da República, Sr. Presidente, estarei sempre vigilante e atento aos interesses municipais.

Agora mesmo venho da Comissão de Orçamento, da qual não sou membro, mas fui até lá acompanhar alguma emendas que estão sendo aprovadas pela Comissão Mista. O que é lamentável é que as emendas coletivas, de iniciativa de Deputados e Senadores em cada Estado, não estão sendo levadas na sua devida conta pelos sub-relatores. Emendas, por exemplo, no valor de R$15 milhões estão sendo reduzidas a R$500 mil. Isso representa, sem dúvida alguma, Sr. Presidente, um desprestígio das bancadas estaduais. Mas eu notei também, Sr. Presidente, que, dependendo o Estado que o sub-relator representa, a emenda pode aumentar ou diminuir. Verifiquei que houve discriminação contra alguns Estados e privilégios para outros. Mas aguardo o pronunciamento do Relator, Senador Romero Jucá, que irá corrigir essa discriminação e essa injustiça cometida contra muitos Estados, inclusive contra o Estado de Sergipe, o Estado do Acre e o Estado de Alagoas. Senadora Heloísa Helena, o Estado de Alagoas foi melhor aquinhoado do que o Estado de Sergipe, por incrível que pareça; aliás, merece.

A Srª Heloísa Helena (P-SOL - Al) - Apenas um aparte, Senador Antonio Carlos Valadares. Então, existe um detalhe mais perverso: a seletividade deu-se em função do Parlamentar que apresentou a emenda. É pior ainda.

O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE) - Não. Não foi assim. A seletividade deu-se em função do sub-relator escolhido. Se o sub-relator tem preferência... Não vou entrar em detalhes, porque senão iria para todos os Estados, mas observei três Estados e fiquei feliz: Alagoas está bem; a Bahia está muito bem, com o sub-relator da área de desenvolvimento urbano por exemplo. Mas os Estados do Acre e o de Sergipe precisam melhorar. Eles ainda têm chance com o Relator-Geral para fazer essa correção genérica necessária para equalizar o Orçamento.

Somos três Senadores por Estado, Senadora Heloísa Helena, portanto, temos o dever de defendê-los. V. Exª defende Alagoas com esse ardor que todos nós conhecemos. E eu defendo Sergipe, com a obrigação que tenho que defender.

Por essa razão, espero que o Senador Romero Jucá, esse grande Senador, que já foi Relator por mais de uma vez, que conhece mais do que ninguém o Orçamento da União, que conhece as possibilidades de uma distribuição mais eqüitativa dos recursos da União, haverá de “dar a César o que é de César”, e de conceder ao Estado de Sergipe e aos demais Estados que não foram tão bem aquinhoados o mesmo direito na distribuição do bolo do Orçamento federal.

Era só, Sr. Presidente.

Muito obrigado a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/12/2004 - Página 44070