Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicitação de urgência na liberação de recursos orçamentários para a rede pública de saúde do Rio de Janeiro. (como Líder)

Autor
Marcelo Crivella (PL - Partido Liberal/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE. HOMENAGEM.:
  • Solicitação de urgência na liberação de recursos orçamentários para a rede pública de saúde do Rio de Janeiro. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 24/02/2005 - Página 2185
Assunto
Outros > SAUDE. HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, CRISE, SAUDE PUBLICA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DENUNCIA, FALTA, MEDICAMENTOS, SERVIDOR, EQUIPAMENTOS, INFERIORIDADE, INVESTIMENTO, GOVERNO FEDERAL.
  • REGISTRO, ENCAMINHAMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), OFICIO, AUTORIA, ORADOR, SOLICITAÇÃO, PROVIDENCIA, MELHORIA, SITUAÇÃO, SAUDE PUBLICA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • SOLIDARIEDADE, FAMILIA, ECOLOGISTA, VITIMA, HOMICIDIO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ELOGIO, LUTA, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE.

           O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, serei muito rápido, porque há outros Líderes que precisam falar.

           O Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro emitiu relatório falando de um rombo de R$240 milhões na Secretaria Municipal de Saúde do Rio. O valor, segundo o Tribunal de Contas, corresponde a dívidas acumuladas até 2004 com fornecedores.

           Mas a crise não é só financeira. Os auditores descobriram que existe um déficit de 3.900 profissionais apenas nas oito maiores unidades hospitalares da capital do Estado do Rio de Janeiro.

           No Souza Aguiar, no centro, faltam anestesistas, clínica médica e cirurgia vascular.

           No Miguel Couto, na Gávea, o número de leitos na maternidade é insuficiente e também faltam anestesistas.

           No Salgado Filho, no Méier, faltam leitos para os idosos. O hospital tem apenas nove leitos de CTI, quando precisaria de pelo menos vinte e nove.

           No São Lourenço, hospital da Barra, que inclusive atenderá todo público que virá para os jogos panamericanos, faltam mesas cirúrgicas, bisturis, pinças. E os cupins estão literalmente devorando todas as instalações do hospital.

           No Paulino Werneck, na Ilha, o atendimento é feito com equipamentos obsoletos e sem contratos de manutenção.

           Ainda ontem, telefonei para o Hospital Cardoso Fontes e fui informado de que o hospital está fechado. Seu ambulatório não recebe pacientes e o centro cirúrgico tem equipamentos quebrados.

           No Hospital Andaraí, apenas quatro das nove salas do centro cirúrgico estão funcionando.

           No Hospital de Reabilitação, no Engenho de Dentro, o centro cirúrgico está desativado desde a década de 90.

           O estado caótico da saúde do Rio de Janeiro clama aos céus. Mas clama também aos homens de boa vontade. E é por isso, Sr. Presidente, que na qualidade de Líder do Partido Liberal, encaminharei solicitação ao Sr. Ministro da Saúde, Humberto Costa, de modo que aquele Ministério possa unir forças com as autoridades da minha cidade, a capital do Rio de Janeiro, para minimizar essa difícil fase que atravessa a saúde no Brasil.

           O conceito do neoliberalismo de Estado mínimo atinge a Saúde. No Orçamento do ano passado, o Governo investiu nessa área apenas 1,5% a mais do que havia investido no Orçamento de 2003, quando a inflação no setor foi de 6,5%. Os hospitais estão precisando de ajuda, as pessoas estão penando em filas intermináveis.

           Há pouco, recebi o relatório do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro e li o testemunho de uma médica que dizia que precisou operar uma senhora de câncer de esôfogo, em emergência, numa terça-feira à noite, e não havia, sequer, capote limpo. Foi preciso usar um retirado de um balde de roupa suja do hospital.

           Quero sensibilizar as autoridades de nosso Governo para esta situação do meu Estado.

           Srª Presidente, o ofício que encaminho hoje ao Sr. Ministro da Saúde é da maior importância. Espero que as providências sejam tomadas ainda esta semana, para minorarmos essa grave situação do Rio de Janeiro.

           Quero também, ao encerrar meu pronunciamento, solidarizar-me com a família do ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro, um dos fundadores da Reserva do Tinguá, como disse o Senador Roberto Saturnino, que foi assassinado cruelmente com um tiro na cabeça, aos 59 anos de idade. Uma pessoa que, como a nossa saudosa Freira Dorothy, se importava com o meio ambiente e com o futuro deste País e acabou tendo um destino triste, assassinado por covardes.

           O Secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, prometeu medidas urgentes, e o Secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, prometeu federalizar a investigação desse crime.

           Encaminho à Mesa do Senado um voto de pesar pela passagem do nosso ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro, para que seja enviado a sua família.

           Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/02/2005 - Página 2185