Discurso durante a 12ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Precariedade do setor de atendimento aos portadores de insuficiência renal no Brasil.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Precariedade do setor de atendimento aos portadores de insuficiência renal no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 04/03/2005 - Página 4098
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • REGISTRO, CRISE, SETOR, TRATAMENTO, DOENÇA GRAVE, SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, CRIAÇÃO, SISTEMA, ATENDIMENTO, DOENTE.

O SR. MÃO SANTA (PMDB-PI - Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente Garibaldi Alves Filho, ilustre Senador do Nordeste, Srªs e Srs. Senadores, brasileiros e brasileiras aqui presentes e que nos assistem pelo Sistema de Comunicação.

Há pouco estávamos debatendo. Entendo que o pacote de modificações não é satisfatório. Quando se tratasse de assunto significativo, deveria haver um plebiscito por parte do Plenário; ou seja, se deveria continuar o debate ou não. Essa é a verdade.

Senador Aelton Freitas, é mais fácil tapar o sol com a peneira do que esconder a verdade. O problema era de saúde do Rio de Janeiro. E ninguém melhor do que eu para procurar entender os problemas de saúde, médico cirurgião que sou há trinta e oito anos.

É uma calamidade, Sr. Presidente! A imprensa é privada. Mas atualmente, em um país capitalista, quem paga a imprensa é o Governo Federal, o Governo Estadual e o Governo Municipal. Assim sendo, ela não fala, não critica. A calamidade no Rio de Janeiro e, por conseguinte, no Brasil todo, é escondida. Esta é a única tribuna livre, é o único sistema de comunicação que a democracia nos permite.

Senador Garibaldi, ontem, vi chorar em meu gabinete o Presidente da Associação dos Portadores de Insuficiência Renal e Transplantados. Disse-me ele que, em onze anos, a situação nunca esteve tão ruim como agora. São sessenta mil brasileiros sujeitos à diálise peritonial. É um calvário. Qualquer doença é ruim, mas essa é crônica. O paciente é submetido a tratamento quatro vezes por semana, por quatro horas. E não houve atualização. Se a clínica não recebe o paciente, o Ministério Público manda prender o dono. Então, o que eles estão fazendo? Usando o jeitinho brasileiro. Em vez de quatro aplicações semanais, por quatro horas, fazem duas, por duas horas. Estão, assim, diminuindo o medicamento, a segurança, o apoiamento médico e de enfermagem. Queríamos denunciar isso.

Pior ainda, Senador Aelton Freitas, eram 60 mil doentes. Mas, Senador Garibaldi, como o diagnóstico dessas doenças está mais fácil, talvez em razão de exames especializados, realizados por meio da dosagem de uréia, creatinina, o clearence, constata-se o aumento do número de doentes renais. E o País não tem um sistema de atendimento aos portadores de insuficiência renal, que sonham em entrar na fila de transplante, esse ainda é mais difícil de obter.

São essas ponderações que faço ao Governo, que tem mostrado tanta competência e capacidade em cobrar e aumentar impostos, de tal maneira que o povo do Brasil já batizou o Presidente da República de Luiz “Imposto” Lula da Silva. Que Sua Excelência retribua esses impostos na forma de melhoria da saúde, de criação de unidades de atendimento, uma vez que essas unidades são quase todas privadas. O Governo Federal detém 50% dessas unidades em hospitais universitários e santas casas, mas as unidades privadas precisam ter atualizados os seus pagamentos, para devolverem àqueles pacientes de insuficiência renal dias melhores.

Sr. Presidente, eram essas as minhas palavras.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/03/2005 - Página 4098