O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, meu caro Senador Paulo Octávio, a felicidade e a alegria de V. Exª por estar envolvido com mil mulheres hoje traz bastante inveja.

A nossa alegria na vida é decorrente da soma de todos os eventos. E parcelas importantes da nossa vida sempre as devemos a alguma mulher. Cada um de nós tem a sua história quando se reporta à vida em família. A nossa esposa é a nossa segurança. E é a sensibilidade da mulher nessa unidade que faz com que a família prevaleça. Essa é a coisa mais importante para todos os cidadãos e deve-se única e exclusivamente à mulher. Cumprimento V. Exª e endosso seu pronunciamento.

Solidarizo-me também com a homenagem prestada à D. Ione Pereira Machado, dona de casa que recebeu o Prêmio Faz Diferença de O Globo, na quarta-feira, no Hotel Copacabana Palace. Ela recebeu o Prêmio na categoria Personalidade 2004 e agradeceu a Deus e a todos que a ajudaram.

Estendo meus cumprimentos a todos os que receberam o Prêmio e, especialmente, ao meu querido amigo, hoje Diretor da Polícia Federal, Dr. Paulo Lacerda, que também foi agraciado com esse importante título. São esses homens e mulheres agraciados que fazem a diferença no nosso País.

Outro assunto que me traz à tribuna neste dia tão importante, o Dia Internacional da Mulher, é uma doença que aflige homens e mulheres, mas principalmente as mulheres, que é a psoríase. Recentemente, o Senador Mão Santa, se não me engano na Comissão de Assuntos Econômicos, falou de um equipamento importante no tratamento dessa doença, se não me falha a memória.

“Como são belos os pés do mensageiro que anuncia a paz”. Nada é mais agradável do que levar uma boa notícia, um alívio a quem passa por sofrimentos e angústias, principalmente aqueles decorrentes de doenças incuráveis.

Estou falando da psoríase, tão bem lembrada, recentemente, pelo ilustre Senador e médico, Mão Santa, que sabe o que representa isso. Felizmente, muitas pesquisas estão sendo bem-sucedidas e apareceu uma nova geração de medicamentos que representa uma grande esperança de cura definitiva em um futuro próximo.

A psoríase é uma doença inflamatória auto-imune, caracterizada pela multiplicação acelerada das células da pele, que chegam à superfície ainda imaturas e causam eritemas de escamação.

Lembro-me de algumas mulheres, Senador Mão Santa, que nunca foram à praia porque não usavam maiô devido a aparência dessas manifestações da pele. Sentiam-se acanhadas e sofriam porque eram observadas.

Como doença crônica, ligada ao sistema imunológico, a psoríase é de difícil tratamento e pode ter muitas causas, agravadas pelo estresse e por fatores genéticos, cujos elementos desencadeadores ainda não são perfeitamente conhecidos.

Muito embora não seja uma doença contagiosa - ninguém pega psoríase em contato com outra pessoa -, infelizmente, existe o preconceito por desconhecimento. Os portadores dessa doença sofrem discriminação e, conseqüentemente, muitas vezes se isolam de amigos e parentes.

Sabemos que muitas pessoas são prejudicadas no trabalho e em suas relações sociais por causa do receio daqueles que não conhecem a doença e, muitas vezes, imaginam que a psoríase seja algo terrível, perigoso e contagioso.

Na verdade, a psoríase não é contagiosa, é uma doença genética, que pode ser transmitida de pai para filho, e apresenta fases de melhora e piora e deve ser encarada com disposição e coragem, pois não representa nada vergonhoso nem perigoso.

Por isso mesmo, tenho a satisfação de saber que uma nova geração de medicamentos, os chamados medicamentos biológicos, muito poderá colaborar na aproximação de uma cura definitiva dessa doença, que afeta 5% da população.

Talvez 90% da nossa população nunca tenha ouvido a palavra psoríase, apesar de existirem relatos escritos sobre essa doença desde muitos anos antes de Cristo.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em dezembro de 2004, o Ministro da Saúde promoveu uma consulta pública sobre psoríase com o objetivo de colocar os medicamentos biológicos na rede pública de distribuição de medicamentos. Estamos aguardando a expedição de um ato do Ministério da Saúde determinando essa providência, reclamada pelos cinco milhões de brasileiros que sofrem dessa moléstia e que podem vir a ter uma substancial melhoria na qualidade de vida com a utilização desses novos medicamentos.

Sabemos que, em diversos Estados, muitas associações estão lutando na defesa dos direitos dos portadores de psoríase, destacando-se, em Brasília, a Associação Brasiliense de Psoríase; a ABEAPP, em São Paulo; a Psorierj, no Rio de Janeiro; a AAPP, em Minas Gerais; assim como o portal Internet da Gapip, que contribui com importantes informações para a melhoria da qualidade de vida de todos os portadores dessa enfermidade.

Concluo este pronunciamento com a certeza de que o Ministro Humberto Costa determinará a imediata inclusão dos remédios biológicos na rede pública de distribuição de medicamentos, em benefício dos muitos pacientes que sofrem da doença e não dispõem das condições financeiras para adquirir esses novos medicamentos.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Pois não, Senador.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Nobre Senador, V. Exª é um homem que deixa o País perplexo, porque, ao mesmo tempo em que foi o homem mais duro e firme no combate ao crime no Brasil, mostra um outro lado, a sensibilidade e a generosidade, ao abordar um problema crucial que é a psoríase. Quis Deus estivesse na Presidência da Casa esta luz do PT, Senador Tião Viana, que é médico. Talvez seja até uma inspiração para que o Presidente Lula indique S. Exª Ministro da Saúde. A Medicina evoluiu e já existe um aparelho para tratamento dessa doença que, como V. Exª tão bem explicou, é crônica, de etiologia desconhecida. Embora ela não leve à morte, mutila e a pessoa perde a auto-estima. Esse aparelho transmite ao paciente raios de uma luz específica que limpa o corpo, quer dizer, minimiza aquele mal-estar causado por aquelas escamas vermelhas e esfoliativas. O pronunciamento de V. Exª é muito oportuno. E, nesta ocasião, louvo esse outro lado de V. Exª, que, mesmo tendo sido o homem mais duro e mais firme contra a criminalidade neste País, revela-se um homem sensível e generoso ao defender os que sofrem, no caso, os doentes de psoríase.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Mão Santa. Peço licença para incorporar ao meu discurso as explicações de V. Exª. Foi uma honra usar desta tribuna para falar de uma doença que aflige pessoas inclusive da minha família.

É importante abordar esse assunto em um dia como hoje, pois as mulheres portadoras dessa doença passam a ter uma perspectiva de poderem exibir partes do corpo que são as mais atingidas, como cotovelos, joelhos e cabeça. Não é assim, Senador Tião Viana? V. Exª, que é médico, sabe disso.

Quero aproveitar os dois minutos que me restam para homenagear principalmente as mulheres que trabalham no sistema de segurança pública. Hoje, existem várias delegadas, escrivãs, investigadoras, que trabalham com muito afinco em benefício da sociedade e da segurança pública.

Em São Paulo, eu era membro do Conselho de Polícia Civil, quando se criou a Delegacia da Mulher. Até então, a mulher sentia um grande acanhamento em procurar a polícia quando era agredida em casa, violentada pelo marido, estuprada na rua, porque muitas autoridades não entendiam aquele sofrimento e as tratavam com pouco caso e, às vezes, com sorriso irônico.

Pela Delegacia da Mulher, homenageio a Drª Rosemary Correia, Deputada Estadual por São Paulo há quatro ou cinco mandatos, que tem um trabalho eficiente, dando um exemplo maravilhoso País afora. Hoje, praticamente todos os Estados brasileiros já possuem uma delegacia da mulher.

Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT - AC) - V. Exª ainda dispõe de dois minutos, Senador Romeu Tuma.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Sr. Presidente, eu queria agradecer a V. Exª, que foi muito gentil. Creio que, dentro do tempo que me foi concedido, foi possível transmitir ao público o conhecimento daquilo que nos angustia no dia-a-dia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.