Discurso durante a 15ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à bancada feminina no Senado, pelo Dia Internacional da Mulher. (como Líder)

Autor
Marcelo Crivella (PL - Partido Liberal/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à bancada feminina no Senado, pelo Dia Internacional da Mulher. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2005 - Página 4493
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER, ELOGIO, ATUAÇÃO, CONGRESSISTA.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria de fazer, hoje, um pronunciamento rápido para marcar o dia 08 de março, data em que tantas mulheres morreram queimadas numa fábrica em Nova Iorque, quando reivindicavam condições iguais de trabalho para homens e mulheres.

Do sopro divino, da costela de Adão.

São muitos os mistérios que encerram a criação.

Do ventre que carrega a vida, da vida que semeia amor.

A mulher é alfa e ômega, princípio, meio e fim.

Cuidado, aconchego, sensibilidade e intuição.

Na verdade, o que eu queria mesmo é que essas minhas palavras soassem como música e que, como tal, fossem capazes de alegrar a alma da mulher que está triste. Dar esperança para aquela que perdeu a fé. Consolar a que está sofrendo. Proteger a que está sozinha. Fortalecer a que está fraquejando, Enxugar a lágrima da que chora.

Eu queria, por mágica ou decreto, que nenhuma delas apanhasse no silêncio da noite. Que nenhuma tivesse seu amor maculado. Sua honra ultrajada. Seus sonhos despedaçados.

Eu queria que todas pudessem amamentar seus filhos e que nenhuma, nunca, tivesse que passar pela dor de ter que enterrar um deles.

Eu queria que, a partir de agora, ficasse absolutamente proibido que um homem fizesse a mulher sofrer, chorar ou temer.

Eu queria que uma música lhes desse súbita vontade de dançar, cantar, abrir cortinas, levantar janelas. E que elas tivessem vontade de sorrir.

E que esse sorriso, de repente, contagiasse o mundo, as crianças e o mais circunspeto dos homens. Então, o mundo ficaria melhor, as pessoas mais felizes e a vida mais fácil de ser vivida.

As mulheres, afinal, ensinaram-nos que saber sorrir e brincar é característica de quem sabe o quanto viver é coisa séria. A elas - minha mãe, minha esposa, minhas filhas, às mulheres do meu Partido, às mulheres com família, às casadas, às solteiras, às viúvas, às cultas e às analfabetas - a minha homenagem. No momento em que faço isso, lembro-me do trabalho da Senadora Roseana Sarney, minha colega, que, como Governadora, revolucionou o Estado do Maranhão; o da Senadora Serys Slhessarenko, batalhadora incansável do meio ambiente, dos direitos da mulher; o da Senadora Ana Júlia Carepa, combativa lutadora pela posse da terra; o da Senadora Lúcia Vânia, diligente presidente da Comissão de Assuntos Sociais; o da Senadora Maria do Carmo Alves, nossa professora; o da Senadora Fátima Cleide, a voz dos povos da floresta; o da Senadora Ideli Salvatti, combativa, a mulher que lidera sem medo.

Dedico este discurso, portanto, à mulher que “abre a boca a favor do mudo, a favor de todos os desamparados”. Ao fazer isso, não posso me esquecer de prestar nossa homenagem à Senadora Patrícia Saboya Gomes, que luta diuturnamente para que nenhuma criança seja prostituída. Sim, Sr. Presidente, a Língua Portuguesa contempla a prostituição infantil como ação reflexiva: “Crianças se prostituem”. O que, porém, está absolutamente certo sob o ponto de vista gramatical, requer reparos na consciência nacional. Definitivamente, “crianças não se prostituem”. Elas sofrem a ação; são vítimas do ato. Portanto, a voz passiva, permitam-me a correção, faz-se imperativa, porque, sem sombra de dúvida, no Brasil e em todo o mundo onde menores vendem o corpo, “crianças são prostituídas”.

Dedico a data de hoje à mulher que, como estas, “abre a boca; julga corretamente para defender o pobre e o necessitado”.

E não poderia encerrar o meu pronunciamento sem me lembrar da nossa companheira, a Senadora Heloísa Helena, um exemplo para todos nós, da mulher que enfrenta todas as dificuldades, e, aqui no plenário, como voz da oposição e única representante de um Partido recém-criado, tem sido uma fiel representante da força da mulher.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Sr. Presidente, tenho ainda dois minutos?

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT - AC) - V. Exª dispõe de 2 minutos e 47segundos, Senador.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Salomão, grande sábio, terminou seu Livro de Provérbios falando sobre a mulher.

Disse ele:

Mulher virtuosa, quem a achará?

O seu valor excede o dos maiores tesouros. Ela se levanta de madrugada, prepara a comida para a família e dá ordem às empregadas. Examina e compra uma propriedade e, com o dinheiro que ganhou, faz nela uma plantação de uvas. É esforçada, forte, trabalhadora. Conhece o valor de tudo o que faz e trabalha até tarde da noite. Ela prepara fios de lã e linho para tecer as suas próprias roupas. Ajuda o pobre e o necessitado. Quando faz muito frio, ela não se preocupa, porque a sua família tem agasalho para vestir. Faz cobertas; usa roupas de linho e de outros tecidos finos. Seu esposo e sua família são estimados por todos os principais cidadãos do lugar. Ela faz roupas e cintas para vender aos comerciantes. É forte, respeitada e não tem medo do futuro. Fala com sabedoria e delicadeza. Não tem preguiça, está sempre cuidando da sua família. Seus filhos a respeitam, falam bem dela. Sua família são como os frutos das árvores. Assim é a mulher que teme ao Senhor.

Que seja essa a homenagem do meu Partido e a minha às mulheres em seu Dia.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2005 - Página 4493