Discurso durante a 15ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem a Rozeli da Silva, agraciada com o diploma Bertha Luz, por destaque na defesa dos direitos femininos.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA INDIGENISTA.:
  • Homenagem a Rozeli da Silva, agraciada com o diploma Bertha Luz, por destaque na defesa dos direitos femininos.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2005 - Página 4511
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA INDIGENISTA.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER.
  • CONGRATULAÇÕES, MULHER, RECEBIMENTO, PREMIO, LUTA, LIBERDADE, IGUALDADE, JUSTIÇA SOCIAL, DEFESA, DIREITOS HUMANOS.
  • REGISTRO, ENCAMINHAMENTO, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE A FOME, DOCUMENTO, APRESENTAÇÃO, DADOS, INFERIORIDADE, MORTE, INDIO, ATUALIDADE, GOVERNO.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, não poderia deixar de vir à tribuna neste dia, 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

Confesso que gostaria de homenagear todas as mulheres brasileiras, as empregadas e as desempregadas, mas, como não posso, farei um discurso na mesma linha daquele proferido pelo Senador Marcelo Crivella.

Senadora Patrícia Saboya Gomes, parabéns! Valeu!

Senadora Ana Júlia Carepa, parabéns! Valeu!

Senadora Fátima Cleide, parabéns! Valeu!

Senadora Heloísa Helena, parabéns! Valeu!

Senadora Ideli Salvatti, parabéns! Valeu!

Senadora Lúcia Vânia, parabéns! Valeu!

Senadora Maria do Carmo Alves, parabéns! Valeu!

Senadora Roseana Sarney, parabéns! Valeu!

Senadora Serys Slhessarenko, parabéns! Valeu!

Termino com o nome da Senadora Serys Slhessarenko, em razão de ter liderado nesta Casa o Prêmio Bertha Lutz, que homenageia todos os anos - este ano será na próxima quinta-feira - as mulheres brasileiras com maior destaque.

Essas mulheres sempre estiveram na luta pela liberdade, pela igualdade e pela justiça.

Sr. Presidente, termino falando de uma mulher negra, gari de Porto Alegre, que, nesta quinta-feira, juntamente com outras guerreiras, Maria da Penha, Zilda Arns, Palmerinda Donato e Clara Charf, receberá o Prêmio Bertha Lutz. A elas, também digo: vocês estão sempre presente na luta pela liberdade, pela igualdade e pela justiça. Valeu!

Tenho orgulho, Sr. Presidente, de ter indicado essa companheira para receber o prêmio.

Seu nome é Rozeli da Silva e a sua história pode ser a de centenas de brasileiras. De uma família simples e humilde, composta por dez irmãos, ela passou grande parte de sua infância nas ruas da capital gaúcha.

Aos 11 anos, Rozeli casou-se para fugir da violência a que estava submetida, mas a encontrou, infelizmente, dentro de casa. Por anos, Rozeli foi vítima da violência doméstica. Teve seu primeiro filho com treze anos.

Em 1987, Rozeli começou a trabalhar como gari nas ruas de Porto Alegre. Foi aí que decidiu que faria algo para modificar a situação de diversas meninas que, assim, como ela, estavam nas ruas passando por muitas adversidades, com gravidez precoce, submetidas à violência e envolvidas no mundo das drogas.

Um dia, Rozeli me disse: “Comecei a chorar, Senador, e pensei que deveria ter um lugar onde as crianças não pagassem nada, onde alguém desse o que comer e elas tivessem um lugar para ficar, onde não fossem exploradas nem pela mãe nem pelo mundo”.

Assim, nos anos 90, Rozeli começou a pôr em prática seus ideais que culminaram com a criação do Centro Infantil Renascer da Esperança, uma Organização Não-Governamental.

Hoje, o Projeto Renascer atende, em uma pequena áreas, cerca de 220 crianças carentes, de 6 a 14 anos. Os jovens participam, em horários alternados, de atividades esportivas, culturais e profissionalizantes. No local, as crianças atendidas recebem alimentos, participam de oficinas, aula de teatro, música, inglês e rodas de capoeira.

O Renascer da Esperança oferece ainda um trabalho social voltado às famílias das crianças, atendimento a pessoas soro-positivo e distribuição de cestas básicas. As mães podem participar do Clube das Mães Renascer da Esperança, que visa gerar renda para dezenas de famílias.

Enfim, Rozeli fez com que seu sonho se tornasse realidade. Por esse breve histórico, podemos ver o trabalho belíssimo das mulheres. Rozeli, como outras, luta diariamente por um País melhor, pela igualdade entre homens e mulheres. São guerreiras que, independente das adversidades pelas quais passaram, lutam para que outras mulheres tenham um futuro melhor.

Rozeli da Silva, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça!

Sr. Presidente, para concluir, faço parte da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, onde houve um debate sobre os índios que estão morrendo em Mato Grosso. Pela forma que foi exposto aqui, dá impressão de que os índios no Brasil começaram a morrer a partir do Governo Lula, ao passo que a nação indígena tem sido massacrada ao longo desses mais de 500 anos. Todos sabem que tenho um vínculo muito forte com a comunidade negra. Daqui a pouco irão dizer que o preconceito no Brasil começou a partir de Lula.

Então, apenas para colocar a luz da verdade nos fatos, encaminho um documento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que demonstra que foi exatamente no Governo Lula que morreram menos crianças indígenas. A situação ainda é muito grave, temos que fazer muito mais. Encaminho a tabela a V. Exª, só para que não passe a impressão de que o problema de desnutrição das crianças indígenas começou com o Governo Lula. Pelo contrário, os dados que tenho aqui mostram que, em 2001, morreram 65 crianças ; em 2002, 38; em 2003, 49; em 2004, 40 e, em 2005, deve ficar em torno de 38. Como vemos, este ano terá o menor índice. É só para reflexão, já que todos sabem o respeito que tenho àqueles que têm posição diferenciada.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR PAULO PAIM

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O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, confesso que estou com imensa vontade de fazer uma homenagem a todas as mulheres que marcaram as nossas vidas. Como não posso citar todas elas, resolvi, de forma muito simples, homenagear vocês, senadoras da República.

            Senadora Patrícia Saboya Gomes, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Senadora Ana Júlia Carepa, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Senadora Fátima Cleide, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Senadora Heloísa Helena, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Senadora Ideli Salvatti, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

Senadora Lúcia Vânia, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Senadora Maria do Carmo Alves, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Senadora Roseana Sarney, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Senadora Serys Slhessarenko, termino com seu nome em razão da liderança no prêmio Bertha Lutz que, todos os anos, homenageia diversas mulheres. Sinta-se, nesse momento, homenageada. Você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

Quero terminar falando de uma mulher negra, gari de Porto Alegre e que, nesta quinta-feira, juntamente com outras guerreiras, Maria da Penha, Zilda Arns, Palmerinda Donato e Clara Charf, receberá o Prêmio Bertha Lutz. Vocês estarão sempre presentes na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Temos o orgulho de ter indicado essa cidadã para receber o Prêmio.

Seu nome é Rozeli da Silva e sua história pode ser a de centenas de brasileiras. De uma família simples e humilde, composta por dez irmãos, ela passou grande parte de sua infância nas ruas da capital gaúcha.

Aos onze anos casou-se para fugir da violência a que estava submetida, mas a encontrou dentro de casa. Por anos foi vitima de violência doméstica. Seu primeiro filho, ela é mãe de cinco, nasceu quando ela tinha 13 anos.

            Em 1987, começou a trabalhar como gari nas ruas de Porto Alegre. Foi aí que Rozeli decidiu que faria algo para modificar a situação de diversas meninas que, assim como ela, estavam nas ruas passando pelas mais diversas adversidades, com gravidez precoce, submetidas à violência e envolvidas no mundo das drogas.

Segundo palavras dela: “Comecei a chorar e pensei: deveria ter um lugar aonde as crianças não pagassem nada, aonde alguém desse o que comer e eles tivessem um lugar para ficar. Aonde não fossem explorados, nem pela mãe e nem pelo mundo”.

            No início dos anos 90 Rozeli começou a pôr em prática seus ideais que culminaram com a criação e oficialização do Centro Infantil Renascer da Esperança, uma Organização Não-Governamental, em 1996.

Hoje o Projeto Renascer atende, em uma pequena área, cerca de 220 crianças carentes de 6 a 14 anos. Os jovens participam, em horários alternados, de atividades esportivas, culturais e profissionalizantes.

            No local as crianças atendidas recebem alimentos, participam de oficinas de rap, aulas de teatro, música, inglês e rodas de capoeira.

            O Renascer da esperança oferece ainda um trabalho social voltado às famílias das crianças, atendimento a pessoas soro-positivo e distribuição de cestas básicas. As mães podem participar do “Clube das Mães Renascer da Esperança” que visa, por meio da produção de fraldas, absorventes e sacolas, gerar renda para dezenas de famílias.

            O sonho de Rozeli vai mais além. Ela pretende colocar em prática o projeto “Ampliando Horizontes” que atenderá 600 jovens de sete a 17 anos.

Por esse breve histórico podemos ver a grande mulher que, assim como outras, luta diariamente por um país melhor, pela igualdade entre homens e mulheres. Guerreiras que, independente das adversidades pelas quais passaram, lutam para que outras mulheres tenham um futuro melhor.

            Rozeli da Silva, você está sempre presente na luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Valeu!

            Parabéns a todas vocês!

Era o que eu tinha a dizer.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR PAULO PAIM EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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            Matéria referida:

“Relato sobre os acontecimentos na região Dourados/MS.”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2005 - Página 4511