O SR. JOÃO RIBEIRO (PFL - TO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a essa Tribuna registrar a reunião que ocorrerá hoje entre o Fórum Nacional da Pecuária de Corte e entidades que representam os pecuaristas no país.

            Esta grande reunião, coordenada pelo dinâmico Presidente do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, Dr. Antenor Nogueira - sob os cuidados da Confederação Nacional da Agricultura, CNA - e das entidades que representam os pecuaristas, tem um duplo significado: Primeiro, registrar com grande alegria e satisfação a grandeza e a força da pecuária brasileira, por meio de suas instituições e da sua capacidade de rápida mobilização, que permitiram concentrar, neste momento, uma parcela considerável da produção brasileira. Não resta dúvida de que é um feito histórico!

            O segundo aspecto é a promessa da tão sonhada integração dos produtores rurais e das indústrias frigoríficas brasileiras.

            Nesse sentido não posso deixar de destacar a atuação da Associação Brasileira de Frigoríficos - ABRAFRIGO.

            A ABRAFRIGO foi criada em 22 de Março de 2004 reunindo 11 (onze) Sindicatos Estaduais das Indústrias Frigoríficas de todo o Brasil, além de 11 (onze) frigoríficos de que fazem parte da diretoria.

            Hoje ela é brilhantemente presidida pelo meu amigo, e também meu suplente, José João Stival e não poderia deixar de citar, nesse momento, o que aumenta ainda mais o meu respeito por essa instituição que realiza trabalho sério e de grande importância para o setor no país.

            A ABRAFRIGO nasceu de uma necessidade específica, pois não havia até aquele momento uma representação nacional no setor da carne bovina que o credenciasse como interlocutor do governo para os assuntos do mercado interno e, por que não dizer, também para o mercado externo.

            Por outro lado, há muito tempo, uma outra entidade, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, ABIEC - uma entidade voltada especificamente para promover exportações de carnes - tem lutado para conquistar o mercado mundial e para tornar o Brasil um dos grandes fornecedores da carne bovina no cenário internacional.

            Todavia, alguns esforços em busca desta conquista por parte da ABIEC nem sempre alcançaram os avanços para o produtor rural e para a grande maioria das indústrias frigoríficas, que absorve cerca de 80% da produção brasileira e que enfrentam juntos enormes desafios a serem superados.

            Tanto para uma grande parcela dos produtores rurais quanto para a maioria das indústrias frigoríficas, a contribuição decorrente das exportações dos últimos anos em pouco colaborou. Isto porque as exportações se concentraram em poucas indústrias frigoríficas, que por sua vez detêm quase 90% das exportações brasileiras de carnes bovinas, causando enormes dificuldades e muitas incertezas para a grande maioria que compõe a cadeia produtiva da carne pela falta de perspectivas para o futuro.

            Definitivamente, a concentração excessiva de apenas alguns grandes frigoríficos no mercado interno e externo não é desejável para o país e nem mesmo para os demais segmentos de produção da carne. O que tem sido bom para o Brasil na geração de divisas, infelizmente não tem sido assim para os produtores rurais e também para a maioria das indústrias frigoríficas.

            Por isso, ressalto o meu apoio a ABRAFRIGO que tem a plena consciência de seu papel, no sentido de definir os rumos da política nacional de desenvolvimento nesse setor. Seu trabalho concentra-se em não permitir que interesses de poucos venham sobrepor aos da maioria.

            Essa associação atua no sentido de não fazer conchavos ou reservas de mercado. Ela permeia sua atuação na Lei da oferta e da procura, onde cada um busca sobreviver pelo seu trabalho e pela sua capacidade de gestão.

            Entretanto, na prática as coisas não tem sido tratadas assim, pois, tanto para o mercado externo como para o mercado interno, os poucos têm ditado as regras. Só para exemplificar: apenas poucas grandes redes de supermercados concentram quase 70% do mercado de carne bovina no varejo no Brasil.

            Portanto, a própria atividade da ABRAFRIGO sugere para que todos os setores envolvidos na produção rural, os frigoríficos e as redes de supermercados abram suas planilhas de custo e de margem, a fim de que seja conduzida uma forma mais clara e justa de estabelecer as regras do mercado, para que todos possam ter as mesmas oportunidades e as mesmas condições de comercialização de seus produtos.

            Estes são os objetivos da ABRAFRIGO e foi exatamente por estas razões que ela foi criada pelos Sindicatos Estaduais das Indústrias Frigoríficas de todo o Brasil. A ABRAFRIGO tem lutado arduamente em prol da democratização das oportunidades de exportação por tentar buscar para os seus associados o acesso ao mercado externo sem parcialidade.

            Entendo que, com essa linha de atuação, mais indústrias frigoríficas terão condições de participar nas exportações brasileiras e conseqüentemente poderão beneficiar os produtores rurais.

            Convoco portanto, todos os produtores rurais brasileiros e todas as suas entidades representativas para um amplo e profundo diagnóstico sobre a produção nacional de carne bovina. Somente assim serão encontradas soluções para atuais problemas que emperram o crescimento e o desenvolvimento do progresso e da prosperidade.

            Muito Obrigado

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