Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo aos ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, para que encontrem uma solução para os agricultores da Paraíba, que sofrem em razão da recente estiagem no estado. (como Líder)

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. POLITICA AGRICOLA.:
  • Apelo aos ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, para que encontrem uma solução para os agricultores da Paraíba, que sofrem em razão da recente estiagem no estado. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2005 - Página 6745
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • APOIO, DECISÃO, GOVERNO BRASILEIRO, AUSENCIA, RENOVAÇÃO, ACORDO, FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL (FMI).
  • REGISTRO, OCORRENCIA, CHUVA, REGIÃO SEMI ARIDA.
  • SOLICITAÇÃO, ANTONIO PALOCCI, ROBERTO RODRIGUES, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), SOLUÇÃO, PREJUIZO, AGRICULTOR, ESTADO DA PARAIBA (PB), MOTIVO, SECA, REGIÃO SEMI ARIDA.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, venho a esta tribuna hoje para, a exemplo do que fez o Senador Fernando Bezerra, louvar o Tribunal de Contas. Ao mesmo tempo, louvo a ação desse meu companheiro. Juntamente com as Bancadas de Pernambuco e Rio Grande do Norte, conseguimos sensibilizar os Ministros do Tribunal de Contas, e a ação foi relâmpago. Nossa louvação se dá porque, se para a BR-101 Sul a demora foi de 24 horas, para a BR-101 Nordeste não demorou três horas: o Acórdão saiu na mesma tarde.

Srª Presidente, dois assuntos de alegria me trazem à tribuna: um é termos deixado de renovar o acordo com o FMI. Lembro-me de minha geração toda gritando “Fora, FMI!”. Agora, saímos dele, graças a Deus, sem briga; um divórcio acordado, sem atritos. Se quisermos voltar, teremos a oportunidade. Mas espero que não haja reconciliação neste caso. Graças a Deus, estamos fora do FMI; o Brasil agora anda com suas próprias pernas e, se Deus quiser, vai fortalecê-las para que corramos. Precisamos correr no mundo globalizado.

O outro assunto que também me trouxe grande alegria foi a chuva no meu Estado. Estávamos sem água para beber. No Cariri e no sertão, era uma vergonha a qualidade da água. E eis que chuvas caíram a ponto de, em menos de um mês, em menos de 20 dias, o grande Açude Boqueirão, no meu Estado, estar com 45 centímetros de lâmina d’água no sangradouro. Há água por todo canto. Já não estamos mais à mercê da água suja de fundo de açude, cheia de doenças. Mas a safra foi perdida. A safra plantada em janeiro e fevereiro foi perdida. Teremos pasto, mas não todo o pasto que temos normalmente, porque as sementes que já tinham brotado morreram; temos alfazema, um pasto rasteiro. Assim, graças a Deus, o gado não vai morrer de fome, mas os agricultores, aqueles que plantaram, que tomaram dinheiro emprestado para o plantio, estão com problemas.

Sr. Presidente, ocupo a tribuna exatamente para dizer que, ao mesmo tempo em que agradeço a Deus pelas chuvas, peço ao Governo que olhe a situação desses agricultores. Isso porque quem vive no semi-árido já vive na miséria. As verbas destinadas a empréstimos para compra de sementes são pequenas, mas significam muito para quem não pode pagá-las. É preciso rever isso e buscar uma solução.

Conversei hoje com o Ministro Antonio Palocci a respeito disso. Vou conversar também com o Ministro da Agricultura. É preciso que estejamos atentos a essa situação. Não se trata apenas da despesa com esta safra. Há ainda a despesa acumulada no passado, em função de vários golpes que recebemos da sorte. Por exemplo, o plantio da algaroba chegou ao Nordeste como se fosse uma coisa maravilhosa, um milagre; ou seja, teríamos comida para o gado, pois essa planta agüentaria a seca. A algaroba foi plantada, mas os agricultores não receberam o dinheiro do Governo. A parcela recebida, a primeira, agora está sendo cobrada, multiplicada por várias vezes. Isso é uma lástima.

Somando-se tudo isso que aconteceu no passado com a safra perdida agora, o resultado é uma grande aflição dos agricultores.

Eu também quero dizer da minha alegria ao ver que a MP nº 232 não chegará ao Senado, pois morrerá lá na Câmara. Graças a Deus!

(A Srª Presidente faz soar a campainha.)

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Srª Presidente, graças a Deus e à sensibilidade dos Deputados, a MP nº 232 não chegou a esta Casa, onde também não seria aprovada.

Com essa quantidade de boas notícias, sobra-nos o saldo da safra que não veio e a dificuldade dos agricultores. Quero, da tribuna, fazer um apelo ao Ministro da Agricultura e ao Ministro da Fazenda, para que encontrem uma solução para minorar mais esse sofrimento do meu povo, do povo nordestino.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2005 - Página 6745