Discurso durante a 32ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento de Sua Santidade o Papa João Paulo II.

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento de Sua Santidade o Papa João Paulo II.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2005 - Página 7359
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOÃO PAULO II, PAPA, IGREJA CATOLICA, ELOGIO, ATUAÇÃO, DEFESA, PAZ.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta é uma homenagem mais que justa, que mostra que a perseverança, a confiança e a fé podem realmente demover montanhas.

Quem não se lembra do mundo antes do Papa João Paulo II? Quem não se recorda da cortina de ferro, com todos aqueles grilhões, segundo a qual era proibido pensar em Deus? Quem não se lembra desse Papa, quando informou à Polônia que a visitaria? Quem da nossa geração não sabe o quanto a Rússia, naquela época, tentou bloquear a ida de João Paulo II àquele País? Mas era tão forte, tão grande a fé e a convicção do povo polonês que nem os ditadores conseguiram demover ou bloquear essa ida. Que cenas maravilhosas: milhões de pessoas nas ruas da Polônia, de Cracóvia, gritando “queremos Deus, queremos Deus, queremos Deus”. Foi uma coisa tão espetacular que deu origem ao sindicato Solidariedade e conseguiu mover do governo da Polônia a bota que a asfixiava.

O Papa, sempre crendo, sempre acreditando, lutava pelas coisas nas quais tinha fé. A igreja politizada recebeu dele uma lição, inclusive quando chamou a atenção, numa reunião com milhares e milhares, centenas de milhares de pessoas, com a igreja politizada, e pediu silêncio para que pudesse falar. Era um homem corajoso, forte e humilde.

Essa geração toda viu que Sua Santidade chegou em mais de uma centena de países ajoelhando e beijando o solo. A gerações antiga e a nova, as que hoje presenciam esse evento, viram o seu sacrifício como pastor, tentando falar com o seu rebanho.

O Brasil deve a esse Papa muitas deferências e, nós católicos devemos a esse Papa o exemplo, a retidão, a convicção. Podemos até discordar de algumas posições que Sua Santidade tomou, podemos até discordar da sua posição em relação ao planejamento familiar, mas quem de nós não tem por João Paulo II um respeito tão grande que isso nem conta?

Sensibilizei-me quando soube da morte do Papa. Fiquei muito chocado, pois foi um homem que esteve à frente da nossa Igreja, à frente da humanidade como um todo. Por essa razão, todos nós, sem exceção, devemos homenageá-lo. E ao Senado da República não cabe outro papel senão este, nesta data tão triste para todos nós.

Fazemos como que um balanço de tudo o que aconteceu. No balanço do pontificiado de João Paulo II, verificamos o quanto de positivo, o quanto de belo, o quanto de sobre-humano essa personalidade teve, e como isso serviu para marcar, no mundo caótico da violência, da droga, da miséria, o contraponto.

Lamento. E já rezei em sua homenagem, por sua alma, embora acredite que nem é preciso, por se tratar de um homem santo. Mas, com toda certeza, as homenagens são devidas, porque heróis e personalidades como Sua Santidade têm que ser por todos nós, que fazemos a massa, que somos a massa, que não temos a mesma grandeza, homenageadas como exemplo.

Portanto, meu voto é favorável, e acredito que estamos prestando uma homenagem mais do que necessária.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2005 - Página 7359