Discurso durante a 33ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre matéria jornalística referente ao corpo funcional do gabinete de S.Exa.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PSOL - Partido Socialismo e Liberdade/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Comentários sobre matéria jornalística referente ao corpo funcional do gabinete de S.Exa.
Publicação
Publicação no DSF de 06/04/2005 - Página 7399
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOÃO PAULO II, PAPA.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, JORNAL DO BRASIL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ACUSAÇÃO, ORADOR, NEPOTISMO, GABINETE, SENADO, ESCLARECIMENTOS, COMPETENCIA, PESSOAL, IDONEIDADE, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.
  • DENUNCIA, PERSEGUIÇÃO, NATUREZA, POLITICA, ORADOR, HELOISA HELENA, SENADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL), MOTIVO, CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO ACRE (AC), GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, INTIMIDAÇÃO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR.

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (P-SOL - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, antes de mais nada, quero pedir que Deus tenha piedade da alma do Papa João Paulo II. Acredito que, mesmo a partir de uma visão conservadora, ele deu importante contribuição à humanidade.

O Jornal do Brasil que circulou no último domingo publicou uma matéria, assinada pelo jornalista Sérgio Pardellas, que trata da composição do corpo funcional do meu gabinete. Na sexta-feira passada ele me ligou perguntando se eu confirmava a existência de parentes trabalhando comigo. E passou a falar com detalhes sobre o suposto parentesco de cada um.

As informações que haviam sido passadas ao jornalista circulam em meu gabinete e na Casa com integral transparência, até porque jamais tive nada a esconder a esse respeito. Mas, antes de serem passadas às mãos do repórter, foram entregues a pessoas doentes, algumas inclusive sociopatas, que, incomodadas com as críticas que venho fazendo ao Governo do meu Estado e ao Governo Federal, querem a todo o custo me tirar do debate político e me atrair para a zona enlameada onde costumam chafurdar.

O propósito também, além de atingir a Senadora Heloísa Helena e o P-SOL, é de me intimidar e de me assustar. Não vão conseguir nem uma coisa nem outra, Senador Paulo Paim. Vou continuar apontando as falhas desses dois Governos erráticos, obedecendo à minha consciência política e ao clamor popular, que cresce a cada dia tanto lá como cá.

Também não vou retaliar, mesmo podendo, sabendo de fatos. Não é do meu feitio. Não vou descer para me nivelar com essas pessoas. Até porque, assim fazendo, acabamos por atingir pessoas inocentes que nada têm a ver com os nossos embates políticos.

Também não vim aqui criticar o repórter pela matéria produzida. É óbvio que ela foi encomendada, mas isso não tira o mérito do profissional, que tratou de um assunto que é caro para a sociedade brasileira e que precisa, sim, ser encarado e tratado de forma definitiva pelo Congresso Nacional. Quero, inclusive, com humildade, agradecer ao jornalista a oportunidade que me deu de me dedicar ao assunto e, se for o caso, no que toca a mim, particularmente, corrigir eventuais falhas cometidas.

Preciso dizer que as pessoas que estão a meu serviço são profissionais competentes, alguns poucos com laço de parentesco, sim, pois assim me autoriza a legislação, mas dedicados de corpo e alma às tarefas a eles cometidas. Não se encontravam na rua da amargura. Estavam no mercado de trabalho e foram recrutados em razão do que sabem fazer. Mas não recrutei para o meu gabinete nenhum Valdomiro Diniz, Senador Paim, aquele proeminente membro do Palácio do Planalto que apareceu confessando na televisão que é propineiro e ladrão. Tenho defeitos como qualquer ser humano, mas sou uma pessoa honrada. Os processos que até hoje tive contra mim foram propostos com base na Lei de Segurança Nacional, em razão da minha atuação política, em face de uma ditadura cruel que se abateu sobre o nosso País tempos atrás.

Ninguém poderá vincular meu nome a um caso Lubeca, por exemplo; jamais estive ligado a assassinatos de prefeitos em São Paulo; nunca fui alvo de investigação pelo Ministério Público acerca de movimentações fraudulentas de dinheiro, sonegação fiscal ou remessa ilegal de recursos, fato que está ocorrendo com o ínclito Presidente do Banco Central, segundo relato da revista Carta Capital, às páginas 24 e seguintes da mencionada revista; e, enquanto ordenador de despesa, jamais tive uma obra embargada pelo Tribunal de Contas da União por superfaturamento.

Assim sendo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero reafirmar o meu propósito de continuar firme e resoluto, apontando os desvios e as falhas do Governo do meu Estado e do Governo Federal, que poderão estar, por sinal, com os dias contados. O povo acreano e o povo brasileiro estão preparando os dois funerais. Lá no Acre, se eu não for o coveiro, outro certamente o será. No plano federal, poderá ser a Senadora Heloísa Helena, que tão carinhosamente me acolheu no P-SOL, juntamente com os Deputados Milton Temer, Luciana Genro, Babá, os membros da Executiva Nacional do Partido, os companheiros que estão lá no Acre, além dos milhões de brasileiros que enxergam nesse Partido um instrumento de luta e transformação da sociedade brasileira.

Não vão me intimidar nem me calar. Não sou safado, não sou bandido, não sou corrupto e não sou ladrão. E tenho a humildade para rever, quando necessário, os meus erros e equívocos, que acompanham aqueles que sempre tentam acertar.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/04/2005 - Página 7399