Discurso durante a 33ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Atuação do Rotary Club.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Atuação do Rotary Club.
Publicação
Publicação no DSF de 06/04/2005 - Página 7454
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, ENTIDADE, AMBITO INTERNACIONAL, ASSISTENCIA SOCIAL, POPULAÇÃO CARENTE, ELOGIO, ATUAÇÃO, LUTA, JUSTIÇA SOCIAL.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há cem anos, em Chicago, nos Estados Unidos, Paul Harris reuniu-se com outros três amigos numa pequena sala de um edifício comercial. Eram um advogado, um comerciante de carvão, um engenheiro e um alfaiate. Com essas quatro pessoas, formou-se o primeiro Rotary Club, que, um século depois, estaria multiplicado em outros 31 mil e 200 clubes, espalhados por mais de 165 países, congregando ao todo quase um milhão e meio de pessoas.

Cem anos se passaram desde aquela modesta reunião. Lá, o objetivo era criar um “clube de ajuda”. Hoje, caminha-se no sentido de construir um verdadeiro mundo mais fraterno.

Vivemos hoje num planeta em que a miséria dos mais pobres é tão acachapante, em que as tragédias da Natureza são tão potencializadas pelas concentrações demográficas, em que as guerras são tão brutais, que não é viável imaginar um mundo pacífico e próspero sem que, para sua construção, necessariamente trilhemos o caminho da solidariedade, da ajuda entre os seres humanos, independentemente de laços de parentesco ou conhecimento pessoal.

Esse sentimento, de que é necessário e urgente ajudar o próximo, deve ser compartido entre todos aqueles que desejam a construção de um mundo melhor. E para mim, como membro que sou do Lions Club, é razão de imensa alegria ver o sucesso das iniciativas do Rotary, na consciência de que quanto mais gente estiver empenhada em construir uma sociedade mais justa, mais perto estaremos de alcançá-la.

O Rotary Internacional aplica esse raciocínio com mestria. Um exemplo que merece destaque é sua bem-sucedida campanha pela erradicação mundial da poliomielite. Conseguiu, ao longo de quinze anos, elevar de 85 para 154 os países cujas crianças estão livres da paralisia infantil, arrecadando e investindo na execução do projeto mais de meio bilhão de dólares, verba posteriormente complementada pelos governos dos países beneficiados com o programa.

Mas são inúmeros os exemplos de dedicação ao próximo, seja lançando mão de sua rede para coletar fundos nos Estados Unidos a fim de levar saneamento básico e obras de infra-estrutura a vilas perdidas na Etiópia, seja investindo na educação das crianças aqui no Brasil, com surpreendentes resultados, ou mesmo ajudando na repatriação dos refugiados provenientes dos conflagrados países do Leste Europeu, refugiados que não tinham como retornar às suas casas e reconstruir suas vidas junto a seus familiares.

Outra relevante atuação do Rotary Internacional é seu programa de intercâmbio estudantil, o maior programa financiado por uma única entidade privada do mundo, anualmente concedendo 1.100 bolsas de estudo, a fim de que o mundo interaja mais, para que as famílias dos associados criem laços internacionais, a fim de que os estudantes eventualmente contribuam com o crescimento do país que os acolheu ao longo de um ano de estudos. Igualmente, o intercambista é um embaixador de seu país natal e é instruído para levar ao país que o recebe informações acerca do seu povo e de sua cultura.

No Brasil, o Rotary está há pouco mais de 80 anos, desde 1923, quando foi fundado o Rotary Club do Rio de Janeiro. Dali rapidamente expandiu-se para São Paulo, Santos, Belo Horizonte, Juiz de Fora e Niterói e, depois, para o resto do país, de tal modo que o Brasil ocupa hoje a terceira posição no mundo em número de clubes, com 2 mil 290, e a quinta em número de sócios, com mais de 50 mil rotarianos.

Nas palavras do atual presidente do Rotary Internacional, Glenn Estess, os rotarianos são pessoas comuns que fazem coisas extraordinárias. Acredito que a mera realização de tais feitos extraordinários já os torna pessoas fora do comum. E que Deus os ilumine a fim de que mantenham o ritmo de suas obras por cem anos mais.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/04/2005 - Página 7454