Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Denúncia de invasões promovidas pelo MST em fazendas localizadas no Sul da Bahia.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA AGRARIA.:
  • Denúncia de invasões promovidas pelo MST em fazendas localizadas no Sul da Bahia.
Publicação
Publicação no DSF de 08/04/2005 - Página 8079
Assunto
Outros > REFORMA AGRARIA.
Indexação
  • GRAVIDADE, INVASÃO, PROPRIEDADE RURAL, ESTADO DA BAHIA (BA), SEM-TERRA, LOBBY, URGENCIA, INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRARIA (INCRA), VISTORIA, DENUNCIA, PRODUÇÃO, CACAU, PROTESTO, NEGLIGENCIA, GOVERNO FEDERAL, SUSPEIÇÃO, FINANCIAMENTO, MOVIMENTO TRABALHISTA.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, feliz é a Senadora Fátima Cleide, que oferece boas notícias. Infelizmente, só tenho notícias ruins para dar à Nação do Governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Trago ao conhecimento desta Casa que o MST está invadindo fazendas na Bahia.

Cerca de 250 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) ocuparam na madrugada desta quinta-feira a Fazenda Serra Verde, no município de Jussari, no sul da Bahia, a 492 km de Salvador. Os [falsos] camponeses acamparam em frente à sede da fazenda, que segundo um dos coordenadores estaduais do MST, Evanildo Costa, está há dois anos para ser vistoriada pelo Incra. As famílias afirmam que não deixarão o local enquanto não obtiverem uma resposta positiva do órgão.

O imóvel pertence ao Sr. Helenilson Chaves, um cacauicultor e industrial progressista, homem que prestou grandes serviços a Itabuna e à região. Filho de um dos maiores fazendeiros da Bahia, que era realmente meu amigo - orgulho-me de dizer isso -, o Sr. Manoel Chaves. As terras de Manoel Chaves e de sua família estão sendo invadidas pelo MST neste mês de abril, como aconteceu no ano passado, sem que o Governo faça qualquer coisa, até porque o Governo é o incentivador e é quem paga ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Por isso, estamos vivendo momentos difíceis, Sr. Presidente.

Senador Romeu Tuma, V. Exª é um homem que já viveu na área policial e sabe o quanto isso pode revolucionar as cidades e o campo. Já existe o Movimento dos Sem-Teto. Agora, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem, com o Sr. José Rainha à frente, provocando grandes distúrbios. E tudo isso com dinheiro subsidiado, dinheiro do Governo. É o Governo quem paga isso, além da publicidade.

Duvido que apresentem um governo, qualquer um, em todos os tempos, que tenha gasto o que o Governo Lula gastou em publicidade. Eles disfarçam a maneira por que pagam a publicidade. Mas até a publicidade do MST eles pagam. Eles estão criando problemas muito graves neste País. E ele pensa que controla esse movimento para os seus fins eleitorais. E o fim eleitoral, em primeiro lugar, é a reeleição e, depois, a ditadura. E esses que tanto falaram aqui contra a ditadura serão vítimas dessa ditadura do Governo Lula, embora hoje já exista uma ditadura até mesmo dentro do Congresso - como ainda há pouco falava, com muita propriedade, o Senador Jefferson Péres -, que não pode mais legislar. Quem legisla é o Executivo. E este Congresso, se não tomar providências rápidas, perde seu poder moral perante a Nação brasileira.

Sr. Presidente, V. Exª fez parte da Mesa até há pouco tempo, é o Corregedor desta Casa, com muito mérito. O Presidente Renan Calheiros foi eleito, na suposição de todos - minha também - de que trabalhará com total independência. É muito melhor ficar bem com esta Casa, porque ficará melhor com o eleitorado alagoano, do que render-se ao que o Executivo quer e não merece, para agradar ao plantonista do dia, o Dr. Lula - o doutor, aí, não tem significado pejorativo, eu até retiro o Dr. Lula. O Lula, o torneiro-mecânico que se tornou o Presidente da República, poderia até ser qualificado como doutor, mas ele não quis, ele não quer estudar, ele não quer aprender.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - Ele quer receber de seus correligionários a ordem para poder fazer os distúrbios que a Nação não deseja, mas que fazem parte de um plano diabólico do Partido dos Trabalhadores.

Eles se dividem fingindo. Eles estão mais unidos do que nunca no trabalho contra o Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/04/2005 - Página 8079