O SR. ALMEIDA LIMA (PSDB - SE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna neste momento para fazer o registro do artigo intitulado “O lado bom da idéia ruim”, de autoria de J.R. Guzzo, publicado na revista Exame em sua edição de 30 de março do corrente.

O artigo aponta que uma das grandes vantagens do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, tem sido colocar realmente em teste, enfim, algumas das principais idéias que seu partido e a esquerda brasileira em geral sempre pregaram como indispensáveis para a salvação do Brasil, e demonstrar na prática, em público e sem margem de dúvida, que elas não funcionam.

Como um dos exemplos cita o programa Fome Zero, que na verdade se tratava de umas dessas idéias que não poderiam dar certo nunca, por errar ao mesmo tempo no diagnóstico, na terapia e nos meios usados para aplicá-la; desta maneira, como não deu certo, não será mais possível iludir o país a esse respeito. Assim fica tudo como antes, mas em compensação não se insiste mais no assunto. Em matéria de fome, o governo Lula e o PT deixarão o Brasil livre de procurar soluções onde elas não existem.

Outra manifestação clara desse tipo de política ocorreu na área das comunicações. Durante anos na oposição, o PT sonhava com sistemas a fazer com que os órgãos de imprensa cumprissem sua “função social”. Uma vez no governo o resultado foi um projeto que queria colocar a imprensa sob o controle de um órgão sindical comandado por militantes do partido. Não deu certo , ficando claro, de imediato, que a coisa era tão ruim, que nem mesmo prosperou sua tramitação no Congresso Nacional.

Recentemente o Ministério da Educação estuda uma proposta para mudar a universidade brasileira. O Ministro Tarso Genro acredita que o problema do ensino superior não está na falta de qualidade, e sim na falta de negros, de “conselhos comunitários”, de “políticas estruturantes”, e por aí afora. Estando a universidade brasileira na situação em que está, parece evidente que qualquer reforma séria deveria ter como meta prioritária e urgente a melhoria de ensino, não com políticas compensatórias, que na verdade são fruto de uma rede de ensino fundamental desastrosa e ineficiente.

O plano do ministro consegue dois prodígios. O primeiro é não incluir, em nenhum parágrafo do seu formidável texto, qualquer vestígio de solução para um único problema objetivo e presente na universidade brasileira. O segundo é criar problemas que não existiam. A saída para o Brasil é torcer para que ela acabe do mesmo jeito que o Fome Zero.

Era o que eu tinha a dizer.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALMEIDA LIMA EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso 1º e §2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

            “O lado bom da idéia ruim.”