O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em agosto de 2004, uma tragédia se abateu sobre nossos irmãos paraguaios: um incêndio em um supermercado matou quase 400 pessoas e deixou mais de 100 com queimaduras graves.

A inexistência de um banco de pele tornou a situação mais grave: o banco de pele mais próximo de Assunção fica em Buenos Aires, o qual não dispunha de um estoque de pele suficiente para atender tantas vítimas.

Conforme noticiário da BBC de Londres, o Paraguai está resolvendo esse problema e pode se tornar um centro regional de abastecimento de pele humana, graças a um projeto apoiado por dois cientistas britânicos especialistas em cultura de células e em reconstrução de pele após queimaduras.

No Brasil, ainda não temos uma situação satisfatória para enfrentar problemas dessa gravidade.

O Serviço de Queimados da Divisão de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), vem realizando, desde 1948, um importante trabalho, salvando vidas humanas, com ações multiprofissionais de cirurgia plástica, clínica geral, psiquiatria, enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional e assistência social.

Brasília dispõe de uma Unidade de Queimados, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), mas ainda não dispõe de um banco de pele nem de um hospital especializado no tratamento de enfermidades da pele.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o objetivo principal deste meu pronunciamento é cobrar a instalação, em Brasília, de um Hospital de Pele.

Brasília precisa de um Hospital de Pele, não apenas por ser a sede dos Poderes da República e abrigar representações de todos os países com os quais mantemos relações diplomáticas, mas, também, por sua privilegiada localização geográfica, como ponto central do Brasil.

Brasília tem todas as condições para a localização de um Hospital de Pele, pois facilitaria o pronto atendimento de demandas decorrentes de eventuais necessidades de qualquer localidade do País.

Com isso, Brasília consolidaria sua vocação de pólo de desenvolvimento científico e tecnológico na área médica, como já se comprova com o trabalho internacionalmente reconhecido do Hospital Sarah Kubitschek, da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.

Precisamos de um Hospital de Pele dentro dos padrões científicos e tecnológicos já estabelecidos pela Rede Sarah de Hospitais, com administração eficiente, utilizando as tecnologias mais modernas e apropriadas para nossas condições, com profissionais estimulados, bem treinados, bem remunerados, com dedicação exclusiva e totalmente voltados para o bem-estar dos pacientes. É esse padrão e referencial que defendemos, pois a Rede Sarah já provou que é possível fazer medicina de alto nível num hospital público.

Precisamos de um Hospital de Pele que esteja em condições de tratar o câncer de pele, a psoríase, o pênfigo, o vitiligo, a hanseníase, a acne, o líquen plano, a urticária crônica, a dermatite atópica, as alopecias, a dermatite factícia e todas as demais enfermidades da pele.

Brasília precisa de um Hospital de Pele moderno, um hospital de referência, capaz de assumir a liderança de pesquisas científicas na área de dermatologia, de realizar cirurgias plásticas reparadoras, de realizar enxertos de pele, dentro de uma concepção de tratamento multiprofissional.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, deixo aqui meu apelo ao Senhor Ministro da Saúde e ao Sr. Governador do Distrito Federal para que possam encontrar um caminho viável para dotar Brasília de um Hospital de Pele, seguindo o modelo técnico-administrativo da Rede Sarah de Hospitais, em benefício não apenas da nossa Capital, mas de todo o Brasil.

Não tenho dúvida de que um Hospital de Pele dotado de alta tecnologia é bom para Brasília e é bom para o Brasil, pois os seus benefícios poderão ser transferidos para todo o País.

Tenho plena convicção de que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como homem de grande sensibilidade social, dará integral apoio a esse projeto, que contribuirá para salvar vidas e aliviar a dor de muitos e muitos brasileiros.