O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (P-SOL - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado. Pedi esse esclarecimento apenas para registro.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o assunto que me traz à tribuna é motivo de enorme alegria para mim. Quero anunciar, principalmente para os meus conterrâneos, que, no dia 18, segunda-feira próxima, o P-SOL fará o lançamento oficial do Partido no meu querido Estado, o Acre.

No ano passado, a Senadora Heloísa Helena fez-se presente em seminário de encerramento de um curso que oferecemos à população do nosso Estado, “Política ao alcance de todos”. Promovemos um debate muito agradável. Havia - como dizemos popularmente - “gente saindo pelo ladrão” no grande auditório colocado à nossa disposição para aquele evento. A Senadora Heloísa Helena proferiu uma palestra belíssima. Travamos um bom debate com o público que nos prestigiou.

Naquela oportunidade, a Senadora Heloísa Helena havia comparecido para uma finalidade específica; agora, não. Na segunda-feira próxima, ela estará presente junto com o Deputado Babá, com a Deputada Luciana Genro e comigo, no meu querido Estado, o Acre. Haverá muita gente no Sesc do Bosque a partir das 19 horas, em uma grande área coberta. Aproveito a ocasião para fazer um agradecimento especial à diretoria do Sesc, que disponibilizou essa área para esse grande evento.

Estaremos lá, com alegria, para lançar o Partido para o qual me dirigi e que me acolheu. Esse é um motivo de grande satisfação, porque, nos últimos tempos no Senado Federal, colecionei contrariedades, angústias, aflições e aborrecimentos por ter tomado a iniciativa de divergir da política adotada em meu Estado e no âmbito federal. Passei por momentos de muita aflição.

Aqui, mais uma vez, revelo que, de fato, fui eleito por um conjunto de forças políticas intitulado Frente Popular do Acre, da qual o meu ex-Partido, o PSB, fazia parte e continua fazendo, mas entendo que temos o direito de divergir. No dia em que não tivermos o direito de nos colocarmos contra aquilo que consideramos desvio de propósitos de um governo ou de um conjunto de forças políticas, não sei onde vamos parar.

Divergi da orientação da Frente Popular e também das forças que dão sustentação ao Presidente Lula, mas o fiz com elegância, o fiz no debate político; jamais “fulanizei”, jamais destratei ninguém. Ultimamente, senti, vivamente, o propósito de me tirarem do debate político e de me intimidarem.

Já disse aqui que não vão me intimidar, não vão me tirar do debate político. No meu Estado, há, expressamente, uma ameaça de que vão me destruir. Não sei... Esse povo é muito poderoso. Quem sabe o que vai acontecer? Como guerreiro, vou resistir. Alguns amigos, Senador Papaléo Paes, estão me recomendando cautela, cuidado com difamações, calúnias, injúrias que possam ser assacadas contra a minha pessoa. Eu pergunto a V. Exª: o que fazer em uma situação como essa?

Quero apenas pedir à população do meu Estado, pedir ao povo brasileiro, pedir aos meus companheiros nesta Casa... Quero apenas prevenir que alguma coisa pode ser armada contra mim, porque pessoas que operam na política com instinto ruim são capazes de tudo.

Quero dizer que me preocupa, sim, a possibilidade de, repentinamente, surgir na imprensa uma acusação infundada, um fato atribuído a mim que, de longe, não teria qualquer procedência. Isso me preocupa muito porque, às vezes, quando os fatos chegam à grande imprensa, somos carimbados, e a situação fica muito complicada.

Não estou aqui previamente me defendendo de nada. Confesso que temo esse tipo de coisa, temo o instinto ruim de determinadas pessoas. Temo sim, mas não há o que fazer.

No entanto, hoje prefiro festejar. O dia é de alegria para mim, por vir aqui anunciar a presença no meu Estado, a partir de domingo à noite, da Senadora Heloísa Helena, do Deputado Babá, da Deputada Luciana Genro. Hoje pela manhã, convidei o Deputado Milton Temer, pessoa da maior dignidade, figura expressiva dentro do meu Partido, o P-SOL, mas S. Exª tem compromissos no Rio e não poderá comparecer. Seria uma felicidade para todos nós, no Acre, a presença dele. Mas, infelizmente, isso não vai ser possível. Dirijo-me aos meus conterrâneos, às pessoas que estão em Rio Branco principalmente, onde o ato vai se realizar. O pessoal está finalizando a etapa de coleta de assinaturas de apoiamento, para que possamos requerer o nosso registro junto à Justiça Eleitoral. Para a coleta de assinaturas de apoiamento, a Justiça Eleitoral exige que figure no pequeno formulário o número do Título de Eleitor, o número da Zona Eleitoral. Então, eu faço um apelo às pessoas - e tenho certeza de que serão muitas as que comparecerão segunda-feira ao Sesc do Bosque, ali perto do Juventus - para que levem, por gentileza, o seu Título de Eleitor, porque lá estaremos, em grande número, colhendo as últimas assinaturas para atingir o número suficiente para dar entrada, na Justiça Eleitoral, no nosso registro. Não se trata de filiação, mas de uma assinatura de apoiamento para a constituição de um novo partido, exigência da legislação eleitoral.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores...

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (P-SOL - AC) - Pois não, Senador.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Senador Geraldo Mesquita, V. Exª é conhecido no seu Estado como Geraldinho, pelo carinho que o povo tem por V. Exª. E é querido não apenas no seu Estado; muitas pessoas espalhadas por este Brasil afora têm admiração pelo seu trabalho, pela sua postura, pela sua forma transparente de defender os interesses do nosso País. Recentemente, V. Exª foi injustamente atacado por alguns setores, que certamente tinham um objetivo, um motivo mais político do que verdadeiro contra V. Exª, que é um homem honrado, do qual nos orgulhamos de ter como colega. A Senadora Heloísa Helena, do P-SOL, encontrou um companheiro que, da mesma forma, engrandece a política do nosso País. Com certeza, o Governo Federal vai ter que começar a dançar diferente, porque a Oposição ficou mais forte, mais segura. E vamos cobrar muito mais, juntos, deste Governo, os projetos e os compromissos assumidos em campanha eleitoral. Parabéns por essa posição. Certamente o Brasil saberá reconhecer essa sua posição.

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (P-SOL - AC) - Senador Pavan, é com alegria que recebo o seu aparte, sinto-me honrado com suas palavras.

Quero finalizar, repetindo o que eu já disse neste plenário e tenho dito por aí afora: ninguém vai me intimidar, ninguém vai me tirar do debate político. Se o objetivo é este, não vão ter sucesso. Vou continuar no debate político porque essa é a minha praia, não vou baixar o nível, não vou retaliar. Quero revelar para a Casa que, talvez até a pretexto de solidariedade, tenho recebido anonimamente - porque hoje, principalmente na nossa terra, as pessoas quando revelam opiniões, às vezes, são punidas - informações, documentos acerca de fatos muito parecidos com aqueles que foram imputados a mim, com a recomendação de que eu encaminhe essa documentação, essas informações à imprensa. Eu não vou fazer isso. Eu já disse: não vão me levar para esse lamaceiro, para essa zona cinzenta da política. Ninguém vai me levar. Vou continuar o debate político que tento travar nesta Casa com seriedade, e para esse espaço não vão me levar.

Agradeço a V. Exª, Presidente Tião Viana, pelo tempo que me foi concedido para prestar estes esclarecimentos. Peço às pessoas, aos meus conterrâneos que estão em Rio Branco, que estão em meu querido Estado do Acre, que compareçam no dia 18, segunda-feira próxima, a partir da 19 horas, lá no SESC do Bosque, perto do Juvêncio, para que façamos um grande ato cívico, recepcionando a Senadora Heloísa Helena, o Deputado Babá, a Deputada Luciana Genro, e lancemos oficialmente o meu Partido, o P-SOL, no meu Estado, partido que vai fazer uma grande diferença no meu Estado e no meu País, tenho certeza.

Muito obrigado, Sr. Presidente.