O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a construção de uma Nação é obra secular, só possível pela participação de cada um e de todos para o objetivo comum, impessoal, de que resultará a formação de uma Pátria.

São várias e numerosas gerações que, cumprindo com os seus deveres de cidadania, contribuem para que se alcance a soberania nacional.

No Brasil é notória a existência, imbuída nos corações brasileiros, de um sentimento pátrio. Nas solenidades cívicas ou esportivas, observa-se nas fisionomias de milhares ou milhões de pessoas que se comprimem nas comemorações de fatos históricos a emoção com que se entoa ou se ouve o nosso Hino Nacional, um hino de paz e não de guerra.

Isso nasceu, Sr. Presidente, das indispensáveis práticas dos eventos, tão simples e modestos como os dos círculos escolares infantis, nos quais recordamos os inesquecíveis feitos históricos dos quais emergiu o nosso sentimento de nacionalidade.

Esses acontecimentos, transmitidos de geração a geração, fazem-nos orgulhosos de ser brasileiros. Deles assoma o espírito nacional, que abarca os elementos morais do País e que se inspira, ao mesmo tempo, no passado e no futuro. Tal o sentimento que garante a soberania de uma nação, o seu progresso numa ambiência de ordem.

Esse o mérito das comemorações que, em 11 deste mês, deram início aos 357 anos do Exército Brasileiro. Na verdade, o Exército foi oficialmente criado após a Independência, em 1º de dezembro de 1824, por decreto de D. Pedro I, mas os historiadores são concordes em que essa corporação já existia desde as históricas batalhas de Guararapes, na primeira metade do século XVII, pois ali já se havia consolidado o legado de táticas de batalha ativadas pelos chamados luso-brasileiros, já aqui nascidos e motivados pelo amor à terra, junto aos indígenas e negros que formaram núcleos de grande bravura e de características militares. Em Guararapes, após o domínio de 15 anos a partir de 1630, os holandeses foram derrotados nas históricas batalhas que marcaram o nosso sentido de nacionalidade.

A história do Exército Brasileiro confunde-se com a história da Pátria, e isso precisa ser constantemente proclamado como agora se fará, com mais ênfase nesta Semana Comemorativa. O Exército ofereceu à Nação brasileira a segurança da nossa integridade territorial, inabalável graças ao perfeito entrosamento com a Marinha e a Aeronáutica.

A par da sua atuação militar, o Exército, junto com as outras Forças, tem exercido importante função social em pontos remotos do território nacional. Nesses locais distantes, são os militares o único sinal da presença do Estado. Para muitos jovens que prestam o serviço militar, as Forças Armadas são uma escola e uma garantia de subsistência. Ali adquirem conhecimentos elementares, aprimoram o sentido da disciplina e recebem noções básicas que melhoram sua qualidade de vida.

Ainda que sonhemos todos com a paz, Sr. Presidente, não podemos deixar de ter em mente os perigos ainda disseminados pelo mundo. Há instabilidade entre Nações e há o risco sempre presente do terrorismo internacional. Disseminam-se por toda a população brasileira a preocupação e os anseios por tempos de segurança e de paz. No entanto, respalda-se especialmente no Exército a confiança de que nossas fronteiras não serão violadas pelos que fazem da ilicitude e da violência a rotina de suas vida anti-sociais.

Os nossos militares deram-nos sempre exemplos admiráveis de patriotismo e desambição.

Como já sentenciava Vigécio no Século IV d.C.: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”.

Que esta Semana Comemorativa do Exército brasileiro tenha, como sempre, o condão de incutir especialmente nos jovens a importância da missão constitucional do Exército brasileiro. E, nos homens que conduzem o Governo Federal, o dever de verificarem se as dotações destinadas às nossas Forças Armadas estão permitindo a plenitude da atuação militar para o fim de lhes conferir os recursos adequados nesses tempos de avanços científicos e tecnológicos.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.