Pronunciamento de Alvaro Dias em 13/04/2005
Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Consternação pelo pequeno crescimento econômico verificado no Governo Lula.
- Autor
- Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
- Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ECONOMIA NACIONAL.:
- Consternação pelo pequeno crescimento econômico verificado no Governo Lula.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/04/2005 - Página 9348
- Assunto
- Outros > ECONOMIA NACIONAL.
- Indexação
-
- ANALISE, DADOS, AUSENCIA, EXPECTATIVA, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, INFERIORIDADE, INDICE, PAIS ESTRANGEIRO, TERCEIRO MUNDO.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 14/04/2005 |
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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. SENADOR ALVARO DIAS NA SESSÃO DO DIA 13 DE ABRIL DE 2005, QUE, RETIRADO PARA REVISÃO PELO ORADOR, ORA SE PUBLICA.
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O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há uma constatação inevitável: não se governa mesmo à base do marketing e da utopia.
O “espetáculo do crescimento” fez parte de uma estratégia de marketing que redundou em frustração. É verdade que o Governo comemora o crescimento de 2005, mas o faz indevidamente. Agora, o Fundo Monetário Internacional, por meio de relatório, anuncia que o Brasil será o País que menos crescerá no mundo no ano de 2005.
Já estamos alertando, há muito tempo, sobre a timidez da equipe econômica do Governo Lula. A ausência absoluta de ousadia fez com que o nosso País desperdiçasse oportunidades preciosas no bom momento da economia mundial. Em dois anos - 2003 e 2004 -, o Brasil cresceu 5,2%. Todos os países cresceram mais do que o Brasil, com exceção do Paraguai e da Guiana.
Neste ano de 2005, a previsão de crescimento do Brasil é inferior a média dos países da África e muito abaixo dos nossos principais concorrentes, os chamados países emergentes, como a China, com previsão de crescimento de 8,5%; a Índia, 6,7%; e a Rússia, 6%. O crescimento do Produto Interno Brasileiro está estimado para este ano em 3,7%.
Na verdade, o Governo Lula usou o crescimento econômico como uma “panacéia retórica”. Crescemos menos - repito - do que todos os países emergentes e menos do que todos os países da América Latina, com exceção do Paraguai e da Guiana.
Mesmo a proclamada geração de emprego, tão comemorada pelo Governo Lula, não atende à expectativa do País e muito menos às necessidades dos trabalhadores.
Houve crescimento. O País gerou empregos em 2005. Contudo, é preciso considerar que, em 2003, os trabalhadores foram demitidos, e não contratados. O crescimento do emprego em 2005, na verdade, constituiu-se muito mais em retorno dos trabalhadores despedidos em 2003, com salário menor. Daí a queda de renda do trabalhador brasileiro nos dois anos do Governo Lula.
Na verdade, Sr. Presidente, isso é lamentável. Em vez do “espetáculo do crescimento”, que não passou de um bordão criado pelo marqueteiro oficial, continuamos fazendo jus a uma expressão inteligente cunhada por Edmar Bacha: a “Belíndia”. É uma expressão referência ao enclave belga na imensa e paupérrima Índia. A esse respeito, hoje, o articulista Clóvis Rossi, inteligentemente, afirmou que nós estamos mais para “Beláfrica”.
Sr. Presidente, o que nos preocupa, despertando-nos a fazer esse alerta, é o grau de improvisação e amadorismo gerencial do atual Governo em todas as áreas, inclusive na econômica.
Na área social, por inúmeras vezes, destacamos essa incapacidade de gerenciamento, a lastimável execução orçamentária que desperdiça oportunidades em programas fundamentais, como, por exemplo, o Programa Primeiro Emprego, que, no ano passado, aplicou apenas 0,58% do que estava provisionado para investimento.
Agora, um exemplo de amadorismo é a viagem do Presidente Lula. O giro africano do Presidente Lula deixou evidente que a viagem foi mal planejada, sob todos os aspectos. Trabalharam mais o caráter simbólico e midiático das visitas, como observou um diplomata. Esse é o problema da atual administração: preocupação com o marketing e com o que será transmitido pela mídia. O cerne da ação do Estado se perde em meio às investidas míopes do seu projeto de poder.
V:\SLEG\SSTAQ\SF\NOTAS\2005\20050414DO.doc 11:40