Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Congratulações ao Exército brasileiro. Apoio à reivindicação de militares por reajuste salarial.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.:
  • Congratulações ao Exército brasileiro. Apoio à reivindicação de militares por reajuste salarial.
Aparteantes
Arthur Virgílio, Romeu Tuma.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2005 - Página 9769
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, EXERCITO.
  • PROTESTO, REPRESSÃO, POLICIA, EXERCITO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, MULHER, CONJUGE, MILITAR, REIVINDICAÇÃO, CUMPRIMENTO, PROMESSA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAGAMENTO, REAJUSTE, SALARIO, APREENSÃO, FRUSTRAÇÃO, FORÇAS ARMADAS.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero, em primeiro lugar, congratular-me com o Exército Brasileiro pelo dia de hoje.

Entretanto, quero dizer que até com o Exército Brasileiro o Presidente Lula não está cumprindo as suas promessas. O Presidente Lula prometeu dar um aumento de 23%, porque, no ano passado, deu apenas 10%, e o resultado não foi agradável.

Leio aqui que as senhoras dos militares sofreram reprimendas por causa do seu protesto. O Governo é democrático, as senhoras dos militares não iam derrubá-lo. Mas não puderam chegar perto do Presidente. Até aí, ainda aceito. Mas a repressão pela Polícia do Exército merece o meu protesto. Todos sabem das minhas relações com os militares, que sempre foram boas e espero que sejam melhores. Mas não concordo que qualquer policial do Exército faça uma afronta ou uma reprimenda a uma mulher brasileira, esposa inclusive de oficial do Exército.

Esse é o descontentamento que está existindo em toda parte. Agora vem para o Exército Brasileiro. Veja, Sr. Presidente, que a cada dia é um setor. Agora é o setor da Forças Armadas. O Presidente tem o prazer de desafiar, agora desafia os militares. Esses militares não vão dormir bem hoje, inclusive os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. É claro que ninguém desejava, nem deseja, que o Presidente viesse a sofrer qualquer humilhação por parte das mulheres dos militares. Mas reprimi-las porque pedem um aumento justo para os seus maridos, evidentemente, não está certo. Essa é mais uma frente que o Presidente da República abre, criando assim mais um problema para este País.

Ouço o aparte do Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - O que me causa espécie, Senador Antonio Carlos, é terem obtido votos, prometendo o paraíso na reciclagem de materiais e no salário para os militares, e agora apresentarem a triste realidade de reprimirem esposas de militares que não pedem outra coisa a não ser o cumprimento daquelas promessas eleitoreiras feitas há não mais de dois anos. Obrigado a V. Exª.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - V. Exª tem razão e é muito claro. Só agora o Ministro José Alencar foi comunicar aos chefes do Exército que não poderia haver o aumento. É descontentar mais uma Força, é descontentar mais um setor. Certamente, não se faria isso com os militares no passado. Está-se fazendo agora para mostrar que eles não têm força alguma. Isso não é bom.

S. Exª precisa ter bons conselheiros, não pode continuar a fazer afrontas pessoais a todos os que querem reivindicar até mesmo o salário para a sua manutenção.

Concedo um aparte ao Senador Romeu Tuma.

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Senador Antonio Carlos Magalhães, estou aqui até um pouco engasgado com o discurso de V. Exª, porque hoje participei de uma cerimônia em comemoração ao aniversário da Batalha de Guararapes, data em que também se comemora o Dia do Exército. Outro dia, fui à tribuna bastante revoltado, porque não podemos esquecer, Senador Antonio Carlos Magalhães - V. Exª mais do que ninguém sabe disso -, que o Presidente da República é Comandante-em-Chefe das Forças Armadas.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Se houve uma reunião em que se estabeleceu um progressivo aumento de salário - atingiria 23% agora -, um Ministro de Estado não tem o direito de dizer que não sabia, que não participou da reunião. O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas é acreditado, porque o militar não duvida da palavra dos chefes. Então, é gravíssimo o que V. Exª expõe dessa tribuna.

O SR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - Agradeço o aparte de V. Exª, que, com sua experiência, já está prevendo que alguma nuvem negra pode aparecer no céu do Brasil.

Queremos paz, queremos ajudar o Governo, queremos seriedade na administração, e não corrupção, como hoje existe. Queremos, Sr. Presidente, que haja senso de responsabilidade do Presidente da República e que Sua Excelência não seja o responsável por não inserir no Orçamento - nem isso foi feito - verbas para o aumento dos militares. Isso não é bom.

O Presidente não acredita que haja reações, mas, infelizmente, as reações virão de toda a parte.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2005 - Página 9769