O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, na Paraíba, no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e no Ceará, uma grande quantidade de brasileiros - cerca de 12 milhões - estão extremamente felizes pelo andamento das obras que farão a transposição da água do rio São Francisco para esses quatro Estados.

No meu Estado, na Paraíba, fizemos reunião em quase todas as cidades importantes - Monteiro, Sousa, Patos, Itaporanga, Piancó - e, neste final de semana, estaremos em Campina Grande. Nessas reuniões, há participação de pessoas do Ministério da Integração, que explicam o projeto, e da Presidência da República, que mostram uma outra vertente do projeto.

Na semana passada, soubemos que o relatório do meio ambiente foi favorável ao empreendimento.

Tudo isso gerou, no coração desses 12 a 13 milhões de brasileiros, a grande esperança de se ter, daqui para diante, água para beber e, se sobrar, para outros usos.

O grande problema da água no Nordeste, principalmente no meu Estado, onde é extremamente difícil, não é a água em si, porque temos um grande armazenamento, mas é ter sempre uma reserva por causa da possibilidade da seca. Quando a água cai permanentemente, a reserva deixa de ter importância e pode-se utilizar muito mais água.

Embora pouca, a água cairá dia e noite. Com toda a certeza, 30 a 40 metros cúbicos de água por segundo, que é nada num caudal de 2.600 metros cúbicos por segundo, gerará a segurança hídrica nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

O principal benefício da transposição é não permitir que esses reservatórios sejam esvaziados na época de estiagem e permitir maior uso deles quando não tivermos estiagem, gerando um taking off, uma arrancada na economia dessa região.

Como eu disse, neste sábado, o encontro será em Campina Grande, onde, como em todos os outros lugares, coletaremos milhares de assinaturas para entregarmos ao Presidente Lula. Uma vez que Sua Excelência tomou essa decisão política, queremos mostrar-lhe que tem o respaldo desses milhões de nordestinos, que deixam essa fase de penúria hídrica e passam a ter uma segurança, o que, em uma região como a nossa, é muito importante.

Vejo, Senador Mão Santa, uma diferença tremenda entre a estiagem no Nordeste e a estiagem no Sul. Quando há estiagem no Sul, em três meses, todos gritam, e a grita é principalmente econômica, por causa das dificuldades na criação de frangos, na plantação de soja, já que eles não têm esse costume.

Mas percebo que, desses dez anos, sete anos foram de alguma dificuldade hídrica, não é Senador Paulo Paim?

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Mas é bem diferente da do Nordeste. Quando a seca atinge o Nordeste, ela desestrutura toda a sociedade, porque os homens migram atrás de emprego e as famílias ficam lá sem chefes, passando necessidade, à mercê de tudo de ruim, banditismo, prostituição, desbaratamento social.

É diferente da estiagem no Sul, que, embora cause um clamor econômico, não causa essa desarrumação social.

Era isso que gostaria de dizer, Sr. Presidente, saudando o Ibama pelo relatório favorável e informando que, no próximo sábado, estaremos encerrando o ciclo de debates sobre transposição do rio São Francisco, em Campina Grande.

Muito obrigado.