Fala da Presidência durante a 43ª Sessão Especial, no Senado Federal

Agradece a presença dos Senadores, pioneiros, candangos na sessão de comemoração do quadragésimo quinto aniversário de Brasília.

Autor
Paulo Octávio (PFL - Partido da Frente Liberal/DF)
Nome completo: Paulo Octávio Alves Pereira
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Agradece a presença dos Senadores, pioneiros, candangos na sessão de comemoração do quadragésimo quinto aniversário de Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 21/04/2005 - Página 9924
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, SENADOR, PIONEIRO, AUTORIDADE, PARTICIPAÇÃO, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CAPITAL FEDERAL.

            O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Inicio este pronunciamento cumprimentando o Exmo. Sr. Presidente do Senado Federal, Senador Renan Calheiros; o Exmº Governador do Distrito Federal, Sr. Joaquim Roriz; os Senadores aqui presentes - Maguito Vilela, Cristovam Buarque, Eduardo Azeredo -; a Srª Ana Cristina, Presidente do Memorial JK; os Srs. Secretários de Estado, o ilustre corpo diplomático e demais autoridades aqui presentes, os amigos candangos; os pioneiros; todos os que hoje estão aqui prestigiando esta sessão solene; o meu caro Embaixador Aloísio Napoleão, que acompanhou e trabalhou ao lado do Presidente JK por tantos e tantos anos, que acompanhou a saga da construção desta cidade - meus cumprimentos ao senhor e um abraço também ao nosso queridíssimo Senador Hugo Napoleão, membro efetivo do nosso PFL. Falo aqui em nome do Partido da Frente Liberal neste momento tão importante para mim, para a minha vida, para Brasília, para os candangos.

            Lembro-me de que, em 1991, quando assumi pela primeira vez o mandato de deputado federal, promovemos uma sessão solene na Câmara. Lembro-me com emoção daquela sessão, porque lá estavam, além de meu pai e de minha mãe, a nossa eterna mãe de Brasília, D. Sara Kubitschek, Márcia Kubitschek, então vice-governadora, e o nosso queridíssimo Governador Joaquim Roriz - Brasília havia eleito, pela primeira vez na história, Presidente Renan, o seu governador: o primeiro governador eleito de Brasília foi o Sr. Joaquim Roriz.

            Lembro-me de que, naquela época, em 1991, há quatorze anos, não era tão comum a promoção de sessões solenes homenageando Brasília. Decidi, então, em todos os anos de meus mandatos, no aniversário de Brasília e no aniversário de nascimento do Presidente JK, promover sessões solenes, na Câmara ou no Senado, para homenagear esta grande história de todos nós.

            Hoje quero falar aqui, com emoção, para os pioneiros, para os filhos dos pioneiros, para os amigos aqui presentes, para todas as pessoas que, como eu, vieram para Brasília em busca de um sonho embalado pelos compromissos que o Presidente JK tinha com a Nação brasileira. Todos nós viemos para Brasília a fim de resgatar a nossa proposta de vida.

            O Governador Roriz, que já estava aqui, conheceu bem esta terra: o descampado de Brasília, tão bem cantado por Tom e Vinícius, cujos versos, citando Niemeyer, dizem: “Brasília, uma flor. Uma flor naquela terra agreste e solitária, uma cidade erguida em plena solidão do descampado como uma mensagem permanente de graça e poesia”. Vejam que Tom e Vinícius escreveram isso - Cleiton, você que é compositor - há cinqüenta anos. E Brasília hoje cumpre o seu papel de graça e poesia, de congraçamento de todo o povo brasileiro. E Brasília, que é uma cidade miscigenada, encanta a todos. Aqui, o Brasil se encontra.

            Confesso que havia preparado um discurso longo, mas como são tantos os Senadores que querem falar por Brasília e a nossa sessão começou um pouquinho atrasada, devido à homenagem prestada na Câmara dos Deputados, onde também estava presente o Governador, resolvi abreviar e falar de coração, falar do meu sentimento.

            Governador, Senador Cristovam Buarque, sabemos que esta cidade é tombada pelo Patrimônio Cultural da Humanidade, é conhecida no mundo todo, é patrimônio de todos nós, tem os monumentos mais bonitos, é uma cidade arquitetonicamente perfeita, mas, hoje, quero falar de uma coisa diferente.

            O Governador Joaquim Roriz, homem das grandes realizações, inaugurará, daqui a alguns dias, um centro de convenções que mudará esta cidade, incrementando o turismo e gerando empregos, e também inaugurará o museu e a biblioteca. São tantas as inaugurações que ficaria cansativo tentar enumerar o que está sendo realizado em Brasília pelos brasilienses. (Palmas.)

            Mas hoje não quero falar das realizações que todos ajudamos; quero falar do povo, do candango, das pessoas que vieram de todos os cantos do Brasil e aqui fizeram suas vidas, construíram suas famílias.

            E hoje estamos misturando pessoas que aqui chegaram antes de Brasília, como o Governador Joaquim Roriz, o Embaixador Aluisio Napoleão e tantos pioneiros aqui presentes, como o Brasiliano, o primeiro brasiliense, que hoje tenho o prazer de tê-lo ao lado, trabalhando comigo, foi apadrinhado por JK, que foi ao hospital visitar o primeiro bebê nascido em Brasília. Hoje, é esse homem de cabelos brancos e 45 anos de idade. Amanhã, Brasiliano, estaremos na sua festa de 45 anos. Parabéns! (Palmas.)

            Quero falar dessa gente, homens e mulheres que vieram de todos os cantos do Brasil, como eu. Meu pai estava aqui sentado até há pouco, mas como a sessão atrasou, ele teve que sair devido a seus compromissos, o que me deixou muito triste, porque, em todas as sessões solenes, meu pai esteve presente. Ah! Ele voltou, está sentadinho ali, desculpe-me, eu não o tinha visto. (Palmas.)

            Meu pai me trouxe para Brasília aos 12 anos, assim como tantos outros que aqui estão e que vieram com seus pais, que ajudaram a fazer esta cidade, trabalhando cada um do seu modo, cada um numa função diferente. Quero homenagear todos vocês, pois cada um, a sua maneira, ajudou a fazer esta cidade, não importando o posto nem a profissão. O essencial é mostrar que todos fomos importantes, pois todos ajudamos a mostrar que o brasileiro é competente, é capaz de construir uma cidade. Todos aqui deram seu sangue, seu suor, levantaram as mãos, usaram os cérebros para acompanhar aqueles pioneiros.

            Nada disso seria possível se não houvesse essa união, se não houvesse esse comando expresso por JK. Nada disso seria possível, se o nosso grande idealizador, o nosso grande comandante, o Presidente JK, não tivesse mudado o Brasil. (Palmas.)

            Em 1956, o Brasil estava voltado para o litoral, era um Brasil caranguejo. Meus amigos, um Presidente eleito pelo voto popular, atendendo a uma solicitação de um goiano de Itajaí, a quem o Senador Maguito Vilela conhece muito bem, atendendo ao povo, resgatou um compromisso assumido desde o Marquês de Pombal. Duzentos anos se passaram! Muita coisa foi prometida. Discursos foram feitos, livros foram escritos, pronunciamentos, por extensão, feitos em todo o mundo, falando que o Brasil teria que mudar a sua Capital. Duzentos anos se passaram, até que apareceu um homem iluminado por Deus e disse ao Brasil: “Vou mudar a Capital da República!” Ninguém acreditou, porque naquele tempo não tínhamos estradas, comunicações, telefone, aviões, aeroportos, não tínhamos logística nenhuma para se concretizar uma epopéia dessa envergadura. E o mais importante é que esse homem disse: “Em mil dias, vou inaugurar a Capital”. Imaginem, há 50 anos, um homem dizer que, em mil dias, iria mudar a capital. Se fosse hoje, talvez não acreditássemos, então imaginem há 50 anos!

            Meus amigos, graças à participação desse povo trabalhador, ele conseguiu. Logicamente que acompanhado por um exército de pessoas sérias, trabalhadoras, que não mediram esforços para dedicar suas vidas a esse grande empreendimento.

            JK é prova de que, para se fazer alguma coisa, é preciso mais que idéias. É preciso trabalho. É preciso dedicação. O mundo está cheio de idéias, mas poucas pessoas se propõem a botar a mão na massa e executá-las. Como disse, desde Marquês de Pombal, a idéia da construção de uma capital para o Brasil estava sendo ventilada. E aí apareceu um presidente que resgatou o compromisso de tantos e tantos historiadores e construiu a cidade.

            É por isso que, Presidente Renan Calheiros, quando comecei o meu pronunciamento, lembrei-me de 15 anos atrás. A cada dia que passa, entendo que o aniversário de Brasília é o nosso aniversário, é o aniversário das pessoas que se mudaram para cá e aqui fizeram suas vidas.

            O próprio Presidente Renan Calheiros, enquanto recebíamos o Governador Roriz, contava-me do profundo amor que tem por esta cidade, seu segundo lar, por tantos e tantos anos passados e dedicados a Brasília.

            Por isso, cada um dos brasileiros, cada um dos brasilienses aqui presentes tem uma história para contar. E é por isso que quero dedicar esta sessão solene ao candango, ao povo desta cidade. Brasília é a prova perpétua de que, quando se quer alguma coisa, não existe obstáculo.

            O Governador está lutando há cinco anos para construir uma cidade digital. Não desistiu. E hoje, finalmente, li com alegria nos jornais, Senador Demóstenes Torres, que se chegou a um consenso: será liberada a cidade digital. (Palmas.)

            Tem que se ter vontade política para se fazer qualquer coisa, e a grande lição que todos nós temos que ter sempre do legado de JK - Anna Christina, você que representa aqui a família Kubitschek, você que tão bem dirige o Memorial JK - é que não devemos temer. O Brasil e os brasileiros são capazes. Temos que resgatar os tempos de JK, quando tínhamos o melhor salário mínimo. O maior salário mínimo do País foi pago de 1956 a 1960, quando JK era Presidente.

            A cultura explodiu, e, no esporte, ganhamos a primeira Copa do Mundo em 1958. Todos os indicadores foram positivos, porque tínhamos um Líder que comandava com destemor, com coragem e com vontade e conduzia bem o povo brasileiro.

            Quando analisamos os anos JK, quando estudamos os anos JK, quando lemos o livro de JK Porque Construí Brasília, entendemos como é importante a presença de um Líder para uma nação, a presença de um Líder que tem propostas, que tem projetos, um Líder que, antes de assumir o Governo, já tinha as suas metas estabelecidas. Palmerinda Donato, aqui presente, pioneira que acompanhou JK, sabe muito bem como era e que a metassíntese é a que estamos homenageando hoje: Brasília. Ele cumpriu todas as metas: rodovias, indústrias, siderurgia, energia elétrica. Todas as metas foram cumpridas. É assim que se faz uma nação, é assim que se faz uma cidade.

            Por isso, esta homenagem que estamos prestando, hoje, no Senado Federal, é uma homenagem a uma epopéia, a uma saga histórica, é uma homenagem ao povo brasileiro. Mas é, principalmente, uma homenagem a um Presidente que soube mudar o Brasil. (Palmas.)

            É uma homenagem a um Presidente que transformou o Brasil de País do futuro para o País do presente. O Brasil mudou, mudaram as nossas vidas, de todos aqui presentes. Até o Líder Arthur Virgílio, que vem ali caminhando, teve a sua vida mudada, como me confidenciava ontem, neste plenário: “Morei em Brasília no começo. O meu pai morou aqui”. Ontem, também o Senador Tasso Jereissati me confidenciava. Cada um dos Srs. Senadores nesta Casa tem uma história com Brasília, cada um dos Senadores tem um compromisso com esta Cidade.

            Por isso, esta sessão é tão importante. Esse é o caminho que entendo devemos trilhar sempre, invocando o passado para termos a coragem de resgatar o futuro, de construir o futuro. Estamos no momento de construir o futuro, Governador Roriz. E V. Exª tem tido esse compromisso e essa visão, tem construído o futuro dos brasilienses.

            Cada um dos políticos aqui presentes - e vejo muitos Senadores e Deputados - tem um compromisso com esta Cidade.

            Por isso, quero dizer a todos os brasilienses, a todos os candangos que estão aqui, que não importa se moram no Plano Piloto, na Ceilândia, em Taguatinga, em Santa Maria, em Samambaia, no Riacho Fundo, no Gama, em Brazlândia, em Planaltina, em qualquer um das cidades que compõem o nosso grande Distrito Federal, não importa onde cada um dos dois milhões de candangos vivem, o que importa realmente é que todos estamos de parabéns.

            Que, amanhã, quando estivermos todos juntos comemorando o 21 de abril, lembremo-nos de que essa história que presenciamos, de que esta Cidade que construímos é muito importante por tudo que representa, porque Brasília superou a realidade hoje, superou o sonho de JK! Lá no céu, ele deve estar pensando: “Que maravilha que construí, a cidade que mudou o Brasil!”.

            Agradeço a todos os candangos que fizeram esta Cidade!

            Nesse 21 de abril, quero deixar de lado os pessimistas, os descrentes, quero esquecer aqueles que não acreditam neste País. Este aniversário de Brasília simboliza otimismo. É isso o que temos de passar para a Nação brasileira. Por isso, nesse 21 de abril, além de homenagear Brasília, quero homenagear todos os candangos, as pessoas que fizeram esta Cidade, uma cidade miscigenada neste País continental, neste País diversificado, neste País espetacular que se reúne aqui em Brasília.

            Nesse 21 de abril, Sr. Presidente Renan Calheiros, agradeço tudo que Brasília me deu, tudo que Brasília nos deu. Agradeço a V. Exª por presidir esta sessão solene e a todos os Senadores aqui presentes, e muitos querem se pronunciar. Agradeço a todos vocês que deixaram suas casas, seu escritório, seu trabalho e aqui acorreram porque também queriam homenagear, como nós, Senadores, esta Cidade.

            Meus amigos, viva o povo de Brasília! (Palmas.)

            Viva o povo candango!

            Muito obrigado, JK!

            Muito obrigado, JK!(Palmas.)

            Que Deus continue abençoando a nossa cidade, a nossa gente!

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/04/2005 - Página 9924